Carta ao Leitor
Uma edição extraordinária
Fotos Brendan Hoffman/WpN, Gilberto Tadday, Roberto Setton e Dida Sampaio/AE |
Entrevistas pulsantes Strauss-Kahn, Vivanco, Joyce e Kluwe: o importante que se faz interessante |
Tornar o importante interessante e buscar a importância do que parece apenas interessante é uma das missões dos jornalistas de VEJA. Esta edição da revista mostra-se especialmente vibrante nos dois sentidos. Para começar, foram reservadas vinte páginas à crise que está redesenhando o sistema financeiro. No pacote de reportagens que explicam com didatismo o que ocorre nos Estados Unidos e no mundo, o importante que se torna interessante pode ser exemplificado pela entrevista exclusiva com o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, o francês Dominique Strauss-Kahn, feita em Washington pelo editor executivo Marcio Aith. Dentro do mesmo pacote, o interessante adquire importância na reportagem sobre a baixa do preço da lagosta – uma conseqüência dos tempos difíceis vividos pelos peixes graúdos do mercado de capitais.
Três outras entrevistas também pulsam nesta edição. Nas páginas amarelas, a colunista Joyce Pascowitch revela a sua luta contra o câncer, um assunto sobre o qual ela vinha mantendo segredo. Na seção Internacional, o chileno José Miguel Vivanco, da organização Human Rights Watch, descreve, em detalhes, sua expulsão da Venezuela por ordem de Hugo Chávez. Seu "crime": relatar os atentados contra a democracia cometidos pelo caudilho. Para completar, a seção Brasil traz o que os jornalistas antigos chamavam de "bomba": o presidente da Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Asbin), Nery Kluwe, conta com exclusividade que "seus agentes produziram relatórios com base em escutas telefônicas que chegaram através da Polícia Federal". Diz ele: "Se eram legais ou não, eu não sei". É uma revelação que despeja um balde de água quente nas teses que procuravam esfriar a história dos grampos clandestinos da Operação Satiagraha. Na linha da arapongagem, finalmente, VEJA publica um ensaio do formidável escritor inglês John le Carré, com reminiscências sobre sua vida de espião. Boa leitura.