Os investimentos diretos estrangeiros, que atingiram o valor recorde de US$ 1,8 trilhão no ano passado, devem encolher mais de 10% neste ano e diminuir também em 2009, por causa da crise financeira, mas a redução do ritmo de ingresso desses capitais deverá ser menos intensa no Brasil do que nos demais países que atraem investimentos. Em relação aos principais países latino-americanos, o Brasil leva uma nítida vantagem: é o destino preferido para os futuros investimentos externos das empresas multinacionais na região.
Essas são conclusões de dois trabalhos divulgados nos últimos dias. O primeiro, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) - que registra um recorde dos investimentos estrangeiros em todo o mundo em 2007 (30% mais do que o valor registrado em 2006) e prevê uma redução de US$ 200 bilhões em 2008, por causa da revisão dos planos das grandes corporações multinacionais em razão da crise financeira -, registra uma notável evolução do Brasil entre as economias emergentes. No relatório anterior, referente a 2006, o Brasil ocupava o 8º lugar entre os países emergentes que mais atraíam investimentos externos; os dados de 2007 mostraram o salto para o 4º lugar, atrás da China, de Hong Kong e da Rússia.
O segundo trabalho, uma pesquisa feita pela empresa de consultoria KPMG com 140 executivos de empresas multinacionais latino-americanas que operam nas sete principais economias da região - México, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela -, indica que o Brasil continuará a receber proporcionalmente mais investimentos do que os demais países do mundo. Dos entrevistados, 21% disseram que suas empresas têm planos de investir no Brasil em 2009. É uma fatia maior do que a das empresas dispostas a investir nos Estados Unidos e na Argentina - de 19% do total dos entrevistados, para cada um desses países.
Quanto a projetos de longo prazo, a vantagem brasileira é mais acentuada. Para daqui a cinco anos, 19% dos executivos disseram que pretendem investir no Brasil, bem mais do que a porcentagem alcançada pelo segundo colocado, os Estados Unidos, com 15%. México, Argentina e Peru vêm em seguida, com 10%. Considerados apenas os investimentos da indústria, a intenção de investir no Brasil sobe para 26%, bem mais do que os colocados em segundo lugar, o Chile e a China, com 17% das intenções.
Os últimos dados das contas externas do País mostram que o ritmo de ingresso de investimentos diretos estrangeiros ainda não foi afetado pela crise financeira e conseqüente ajuste da liquidez internacional. Em setembro (até terça-feira passada), o Brasil tinha recebido US$ 5,5 bilhões, já descontadas as repatriações de capital. O BC prevê que, até o fim do mês, terão ingressado no País US$ 5,8 bilhões. Não foi alterada a projeção de que, em 2008, o ingresso líquido desses investimentos diretos totalizará US$ 35 bilhões, um pouco mais do que o valor registrado em 2006 (US$ 34,6 bilhões). Para 2009 projeta-se uma redução para cerca de US$ 33 bilhões.
Será uma redução bem menor do que a prevista para os demais países. "O Brasil está vivendo um grande momento, em que o consumo está se ampliando", disse o sócio da KPMG responsável pela área de impostos, Diogo Ruiz, ao explicar a boa posição do País na pesquisa. O Brasil, completou, "tem uma camada grande da população entrando no mercado de consumo e isso está atraindo os investimentos". A estabilidade política e a pujança econômica ajudam a manter a atratividade do Brasil para os investimentos produtivos neste início de um período de incertezas e de redução da liquidez internacional que ninguém sabe quanto durará.
Haverá queda no fluxo dos investimentos estrangeiros, mas, em alguns países, a redução será menos aguda do que em outros. A crise, para esses países, oferece uma oportunidade para se diferenciarem dos demais e distanciar-se deles em áreas críticas para o crescimento futuro. Esses estudos mostram que o Brasil figura entre os países que estão nessa situação. Espera-se que o tempo confirme essa conclusão.
Essas são conclusões de dois trabalhos divulgados nos últimos dias. O primeiro, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) - que registra um recorde dos investimentos estrangeiros em todo o mundo em 2007 (30% mais do que o valor registrado em 2006) e prevê uma redução de US$ 200 bilhões em 2008, por causa da revisão dos planos das grandes corporações multinacionais em razão da crise financeira -, registra uma notável evolução do Brasil entre as economias emergentes. No relatório anterior, referente a 2006, o Brasil ocupava o 8º lugar entre os países emergentes que mais atraíam investimentos externos; os dados de 2007 mostraram o salto para o 4º lugar, atrás da China, de Hong Kong e da Rússia.
O segundo trabalho, uma pesquisa feita pela empresa de consultoria KPMG com 140 executivos de empresas multinacionais latino-americanas que operam nas sete principais economias da região - México, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela -, indica que o Brasil continuará a receber proporcionalmente mais investimentos do que os demais países do mundo. Dos entrevistados, 21% disseram que suas empresas têm planos de investir no Brasil em 2009. É uma fatia maior do que a das empresas dispostas a investir nos Estados Unidos e na Argentina - de 19% do total dos entrevistados, para cada um desses países.
Quanto a projetos de longo prazo, a vantagem brasileira é mais acentuada. Para daqui a cinco anos, 19% dos executivos disseram que pretendem investir no Brasil, bem mais do que a porcentagem alcançada pelo segundo colocado, os Estados Unidos, com 15%. México, Argentina e Peru vêm em seguida, com 10%. Considerados apenas os investimentos da indústria, a intenção de investir no Brasil sobe para 26%, bem mais do que os colocados em segundo lugar, o Chile e a China, com 17% das intenções.
Os últimos dados das contas externas do País mostram que o ritmo de ingresso de investimentos diretos estrangeiros ainda não foi afetado pela crise financeira e conseqüente ajuste da liquidez internacional. Em setembro (até terça-feira passada), o Brasil tinha recebido US$ 5,5 bilhões, já descontadas as repatriações de capital. O BC prevê que, até o fim do mês, terão ingressado no País US$ 5,8 bilhões. Não foi alterada a projeção de que, em 2008, o ingresso líquido desses investimentos diretos totalizará US$ 35 bilhões, um pouco mais do que o valor registrado em 2006 (US$ 34,6 bilhões). Para 2009 projeta-se uma redução para cerca de US$ 33 bilhões.
Será uma redução bem menor do que a prevista para os demais países. "O Brasil está vivendo um grande momento, em que o consumo está se ampliando", disse o sócio da KPMG responsável pela área de impostos, Diogo Ruiz, ao explicar a boa posição do País na pesquisa. O Brasil, completou, "tem uma camada grande da população entrando no mercado de consumo e isso está atraindo os investimentos". A estabilidade política e a pujança econômica ajudam a manter a atratividade do Brasil para os investimentos produtivos neste início de um período de incertezas e de redução da liquidez internacional que ninguém sabe quanto durará.
Haverá queda no fluxo dos investimentos estrangeiros, mas, em alguns países, a redução será menos aguda do que em outros. A crise, para esses países, oferece uma oportunidade para se diferenciarem dos demais e distanciar-se deles em áreas críticas para o crescimento futuro. Esses estudos mostram que o Brasil figura entre os países que estão nessa situação. Espera-se que o tempo confirme essa conclusão.