Entrevista:O Estado inteligente

sábado, setembro 20, 2008

Água VEJA testou os diversos tipos de filtro

A água mais pura

Para quem vai comprar um filtro, o fato de ele vir 
com minerais, carvão ativado ou raios ultravioleta 
não parece fazer muita diferença – mas é isso que 
define, afinal, o tipo de água que chegará ao copo.


Monica Weinberg 
mweinberg@abril.com.br

Fotos Photographer’s Choice/Getty Images e Divulgação

A pedido de VEJA, a química Maria Anita Scorsafava, técnica responsável pela seção de águas do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, avaliou as quatro tecnologias mais usadas nos filtros. A função básica, de reter impurezas, está sempre presente – mas um único aparelho chega a reunir todos os sistemas de filtragem apresentados nestas páginas. A especialista esclarece, no entanto, que nem sempre compensa comprar um filtro tão sofisticado. Ele só se justifica em cidades que ainda não dispõem de água potável – uma minoria, segundo os especialistas – ou em residências sem uma boa manutenção das caixas-d’água e da tubulação. Na maioria dos casos, apenas duas funções são essenciais: filtrar impurezas, que são um risco à saúde, e reduzir a quantidade de cloro, que faz o gosto da água ficar ruim.

 

Sistema de filtragem: COM MINERAIS 
Objetivo: reter impurezas, como limo, lodo e ferrugem 
Como funciona: o processo é físico. Alguns minerais, como o quartzo e a dolomita, dispostos em camadas, formam uma espécie de peneira. Quando a água passa por eles, as impurezas ficam ali retidas 
Comentário dos especialistas: é o sistema mais básico, o dos velhos filtros de barro – porém o único realmente indispensável e presente em todos os modelos. Isso porque, ao eliminar as impurezas, ajuda a evitar doenças e o gosto ruim. Estudos mostram que esse tipo de filtro consegue reter até 99% das partículas
Modelo indicado: São João (Stéfani) 
Preço*: 45 reais


Sistema de filtragem: COM CARVÃO ATIVADO
Objetivo: reduzir a concentração de cloro na água, que é adicionado nas estações de tratamento para evitar a contaminação por bactérias
Como funciona: o processo é químico. O carvão tem uma propriedade natural que lhe permite absorver o cloro 
Comentário dos especialistas: a quantidade de cloro presente na água que chega às torneiras obedece aos limites estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A filtragem, portanto, não se presta a evitar doenças, mas, sim, a melhorar o gosto da água. Com o cloro, ele fica bem pior
Modelo indicado: Avanti (IBBL)
Preço: 180 reais


Sistema de filtragem: COM MEMBRANAS DE FIBRA OCA
Objetivo: reter bactérias e protozoários
Como funciona: esse tipo de fibra possui poros microscópicos, infinitamente menores que o diâmetro de um fio de cabelo. Com isso, consegue impedir a passagem de qualquer bactéria que possa estar presente na água 
Comentário dos especialistas: o sistema é eficiente, mas não essencial para alguém que viva numa cidade onde a empresa de tratamento de água siga os padrões de qualidade exigidos (veja quadro abaixo) e num prédio em que a limpeza da caixa-d’água seja feita a cada seis meses. Nesses casos, o risco de as bactérias aparecerem na água em quantidade suficiente para a contaminação é ínfimo 
Modelo indicado: WP 3811 (Phillips) 
Preço: 200 reais

 

Sistema de filtragem: COM LUZ ULTRAVIOLETA
Objetivo: eliminar bactérias e vírus 
Como funciona: a água é exposta a uma lâmpada que emite raios ultravioleta. Esses raios são capazes de quebrar as moléculas das bactérias e a parede protetora dos vírus 
Comentário dos especialistas:funciona, mas só se justifica em cidades onde a qualidade da água é ruim ou se a conservação das caixas-d’água e da tubulação das residências não for feita com a regularidade adequada. Em outros casos, não haverá na água vírus nem bactérias em proporção suficiente para provocar doenças
Modelo indicado: Summer Line (Europa) 
Preço: 2 100 reais

 

* Preços médios

 

PADRÃO DE QUALIDADE

Em cada cidade, a qualidade da água deve ser aferida por laboratórios de saúde pública. Qualquer um pode pedir às empresas o resultado da avaliação. Algumas já disponibilizam a informação na internet ou na conta de água. O fato de tal aferição não existir significa que o monitoramento é inadequado – e que a água daquela cidade pode estar comprometida.


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