O Estado de S. Paulo - 29/08/2010 |
Começa amanhã e vai até sexta-feira o 19.º leilão de biodiesel promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Desta vez, o preço-base do biocombustível a ser fornecido pelos produtores às refinarias é de R$ 2,32 por litro. Esse será o terceiro leilão em 2010 e tem como objetivo colocar no último trimestre do ano 615 milhões de litros do produto para garantir a mistura obrigatória de 5% (B5) ao combustível (diesel) que transporta grande parte da riqueza do País. Em 2010 deverão ser produzidos 2,4 bilhões de litros de biodiesel, mas a capacidade instalada é quase o dobro disso: 4,6 bilhões. E por aí já se pode ter a primeira ideia dos problemas. O programa do biodiesel carrega dois estrangulamentos estruturais graves. O primeiro deles é seu alto custo de produção, 60% maior do que o do diesel de petróleo. O projeto só é viável porque o governo lhe garantiu reserva de mercado. Cada litro de diesel vendido nos postos de combustível tem de ter, por lei, os tais 5% de biodiesel. Ainda assim, esse teor na mistura só era para acontecer em 2013. Foi a forte oferta que levou as autoridades a antecipá-lo para o início deste ano. Apesar do presentão, os produtores acham pouco. Para garantir escoamento de sua mercadoria, querem já para 2014 uma mistura obrigatória de 20% nos grandes centros urbanos e de 10% no resto do País, conforme avisa o presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Juan Diego Ferrés. Por enquanto o governo não dá mostras de atender a essa reivindicação. O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, adverte que o programa precisa antes passar por uma profunda avaliação. O segundo estrangulamento é a excessiva dependência do óleo de soja, matéria-prima de nada menos que 85% de todo o biodiesel produzido no Brasil (veja gráfico). Essa é uma vulnerabilidade grave, por duas razões. Primeira porque a soja é também alimento e seu uso como combustível pode provocar escassez com consequências geopolíticas. A segunda razão está ligada à primeira: a soja é uma commodity cujas cotações estão sujeitas aos trancos do mercado internacional. A qualquer momento uma alta súbita pode inviabilizar a produção. A saída parece óbvia: substituir a soja por outra matéria-prima. Mas a troca não é simples. O especialista José Manuel Cabral, da Embrapa Agroenergia, explica que as pesquisas de campo levam tempo e que a obtenção de novas oleaginosas a custos compatíveis não ocorrerá antes de cinco ou seis anos. A aposta da hora já foi o pinhão-manso e agora é o óleo de palma (conhecido como dendê). O mesmo hectare pode render 0,5 tonelada de óleo de soja e até 6 toneladas de óleo de palma. De olho nessa boa produtividade, o governo lançou em maio um programa de incentivo à cultura. O objetivo é quadruplicar a produção em dez anos. Hoje, o dendê corresponde a apenas 0,89% da matéria-prima utilizada. Mas as limitações não se esgotam aí. Nenhuma outra fonte tem uma cadeia de produção e distribuição tão desenvolvida quanto a da soja. E isso conta. / COLABOROU ISADORA PERON Aí vem o Copom Quarta-feira, dia 1º, tem reunião do Copom e a definição de novo nível dos juros. Do último encontro (em 21 de julho) até agora, muita coisa mudou na expectativa do Banco Central e isso pode modificar as coisas. Desaquecimento Em julho, o Banco Central apostou no desaquecimento da economia interna. Por isso, em vez de aumentar os juros em 0,75 ponto porcentual ao ano, apertou apenas em 0,50 ponto porcentual. Aquecimento Mas o comportamento da economia continua acelerado. O desemprego caiu, o mercado de trabalho está aquecido, a massa salarial aumentou, o crédito está ainda mais forte, a produção industrial voltou a crescer e a expectativa dos formadores de preço é a de que a inflação voltará a subir. Ficou mais difícil apostar em que o Banco Central vá reduzir novamente a dose dos juros, para 0,25 ponto porcentual ao ano, como se previa. O mais provável agora é que repita o 0,50 ponto porcentual. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
segunda-feira, agosto 30, 2010
As limitações do biodiesel Celso Ming
Arquivo do blog
-
▼
2010
(1998)
-
▼
agosto
(290)
- ARNALDO JABOR A volta do bode preto da velha esquerda
- Festa na véspera Miriam Leitão
- Disputa por espaço Merval Pereira
- DESORDEM PANDÊMICA Mario Cesar Flores
- Areia nos olhos do público EDITORIAL O Estado de S...
- Inépcia ou dolo - Dora Kramer
- O Brasil deles é melhor : Carlos Alberto Sardenberg
- Hermenêutica ideológica : Denis Lerrer Rosenfield
- Perdas e ganhos - Suely Caldas
- EUA reagem e sobra para nós - Alberto Tamer
- As limitações do biodiesel Celso Ming
- FERREIRA GULLAR Revolução na favela
- DANUZA LEÃO Só pra saber
- Nelson Motta Paixões perigosas
- Editoriais
- Maciel, Jarbas e Raul rebatem o presidente
- Usurpação de cidadania Dora Kramer
- Poço sem fundo Miriam Leitão
- O DIREITO AO RISO Gaudêncio Torquato
- Tsunami governista Merval Pereira
- Una derrota en todos los frentes Por Joaquín Moral...
- MARIANO GRONDONA La crisis del relato setentista
- DENTADURA, SAPATO OU EMPREGO João Ubaldo Ribeiro
- A riqueza do mundo LYA LUFT
- O DESCONSOLO DA PERDA BETTY MILAN
- Sem perdão J. R. Guzzo
- REAPRENDER A ROMPER A MORDAÇA Mauro Chaves
- Chega de queimadas Miriam Leitão
- MERVAL PEREIRA Pela causa
- UM LEGADO EXPLOSIVO EDITORIAL O ESTADO DE SÃO PAULO
- A guerra do México e o Brasil :: Clóvis Rossi
- Um princípio na defesa da democracia – Editorial /...
- Uma lição prática de economia :: Luiz Carlos Mendo...
- Aparelhamento desafia o Estado – Editorial / O Globo
- Só para lembrar
- Motor ou freio Miriam Leitão
- Um ou dois murrinhos LUIZ GARCIA
- O crime continuado do PT EDITORIAL O ESTADO DE SÃO...
- Sonho verde Merval Pereira
- Editoriais
- Reforma global - Celso Ming
- Continuísmo - Dora Kramer
- Um grande paradoxo brasileiro Roberto Lent
- Reinaldo Azevedo
- Augusto Nunes
- Dora Kramer-Crime organizado
- Falha da oposição Miriam Leitão
- Lula inventou uma fábula CLÓVIS ROSSI
- Uma doutrina por trás da censura Eugênio Bucci
- "O alvo era Serra" RENATA LO PRETE
- Delinquência estatal EDITORIAL FOLHA DE SÃO PAULO
- Banaliza-se a invasão de privacidade EDITORIAL O G...
- A arma do papel-jornal EDITORIAL O Estado de S.Paulo
- A máquina Merval Pereira
- Ruim com ruim Celso Ming
- Governo estuda criar outra reserva em RR Índios qu...
- Definição de preço pode derrubar ainda mais ações ...
- A Unasul à deriva Rodrigo Botero Montoya
- Comentario no Blog do Reinaldo Azevedo
- MÍRIAM LEITÃO Onda latina
- Declínio americano? Luiz Felipe Lampreia
- O novo alvo do 'grande eleitor' EDITORIAL O Estado...
- Eleição sem política :: Marco Antonio Villa
- Obsessão Merval Pereira
- Faz de conta Dora Kramer
- Equação complicada Celso Ming
- Legislar o riso e sacralizar o poder?Roberto DaMatta
- Não ao "dedazo" de Lula :: Roberto Freire
- Não era para acreditar Rolf Kuntz
- Fundos estão quase sempre onde capital privado não...
- AUGUSTO NUNES
- Editoriais
- RUBENS BARBOSA Comércio exterior e o futuro governo
- LUIZ GARCIA O que não fazer
- MÍRIAM LEITÃO Juros devem parar
- MÍRIAM LEITÃO Juros devem parar
- BOLÍVAR LAMOUNIER A 'mexicanização' em marcha
- CELSO MING Restrições aos chineses
- MERVAL PEREIRA Campos de batalha
- DORA KRAMER A menor graça
- ARNALDO JABOR Estou nascendo hoje na internet
- Oportunidade perdida Alon Feuerwerker
- MARCELO DE PAIVA ABREU Desfaçatez em escala indus...
- Previdência privada exige cuidados Antonio Pentea...
- Pagamos mais caro. E agora? Carlos Alberto Sardenberg
- O modelo e o futuro : Fabio Giambiagi
- Lula e Cabral, vídeo revelador Carlos Alberto Di ...
- FERREIRA GULLAR Eu fui às touradas em Barcelona
- MERVAL PEREIRA Luta pelo Congresso
- DANUZA LEÃO O bem maior
- MÍRIAM LEITÃO Está vindo?
- DORA KRAMER Desencontro marcado
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ La guerra más peligrosa de lo...
- MARIANO GRONDONA Sin las retenciones, ¿terminará u...
- ROBERTO MUYLAERT Em 2014, o Brasil tem de vencer
- JOÃO UBALDO RIBEIRO COMO SERIA BOM
- MAÍLSON DA NÓBREGA Obras e desenvolvimento
- ROBERTO POMPEU DE TOLEDO Pode piorar sim, Tiririca
- Gaudêncio Torquato 'Pior do que tá não fica'
- Sergio Fausto Direitos humanos às escuras
-
▼
agosto
(290)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA