Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, agosto 19, 2010

Libertem os candidatos :: Clóvis Rossi

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

SÃO PAULO - Se você é assinante do UOL, talvez já saiba que eu estou lançando uma campanha para libertar os candidatos da camisa de força determinada pelas regras que imperam nos debates eleitorais.

Regras, é bom ter claro, impostas por seus próprios assessores, que parecem temer que os assessorados sejam incapazes de saírem ilesos de um debate, embora estejam supostamente preparados para algo bem mais difícil, que é encarar os problemas do país, de um Estado ou de uma cidade.

Debate, para merecer realmente o nome, deveria ser como papo de botequim, com uma única diferença: um mediador qualificado -e é bom registrar que Fernando Rodrigues saiu-se brilhantemente ontem, no papel de, digamos, âncora do debate Folha /UOL.

A maneira amarrada como se dão os debates impede que cada candidato realmente se mostre por inteiro e diga, também por inteiro, qual é a sua posição sobre cada um dos temas que vão pipocando. Se eu dependesse dos dois debates já havidos para decidir meu voto, continuaria indeciso.

Enquanto não se produz a libertação dos candidatos, resta comentar o que existe. E aí ficou claro, ontem, que José Serra liberou algo da agressividade que não exibiu no debate da Band. Nem poderia ser diferente: ficar parecendo, a campanha toda, aqueles vendedores de laboratórios que visitam consultórios médicos e só falam de remédios não leva a lugar nenhum.

Serra precisa ganhar. Já para Dilma Rousseff, o empate está de muito bom tamanho. Marina Silva faz o que pode para parecer diferente de tudo o que esteve aí (no poder) nos últimos 16 anos.

Para ganhar, Serra precisa desconstruir Dilma, porque, como o próprio tucano disse, todo mundo sabe como ele é. Logo, ganha poucos votos mesmo que brilhe. Pelo menos para mim, não foi ontem que houve a desconstrução

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