Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, abril 10, 2009

Nelson Motta - Novas ideias, velhos vícios

O GLOBO

Oque têm em comum: • A Osesp, que sob a batuta de John Neshling se tornou uma das melhores orquestras do mundo. E sua sede, a Sala São Paulo, a melhor do Brasil; • A Estação das Docas, de Belém, que transformou o velho cais do porto em um moderno complexo turísticocultural, que orgulha os brasileiros e se nivela aos seus similares de Buenos Aires e de Lisboa; • A lindíssima, por fora e por dentro, Pinacoteca do Estado, em São Paulo, seu acervo e sua programação; • O Porto Digital de Recife, comandado por Silvio Meira, com mais de 200 profissionais de ponta trabalhando na criação de softwares, que se tornou uma referência internacional como polo tecnológico; Além da alta qualidade desses produtos, serviços e equipamentos culturais, que servem ao público em padrão internacional, o que eles têm em comum é a eficiência e transparência de sua gestão. Que não é feita pelo Estado, nem por empresas privadas ou ONGs, mas por OSs — Organizações Sociais, entidades sem fins lucrativos, qualificadas e especializadas, que o Estado contrata para executar seus programas nas áreas de educação, cultura, meio ambiente e tecnologia.

O contrato de gestão tem objetivos e metas definidos pelo Estado, que são fiscalizados e cobrados.

Não cumpridos, são rescindidos e os gestores punidos. É a forma moderna de dar agilidade e eficiência à gestão cultural. Para diminuir a burocracia e a corrupção e fazer melhor uso do dinheiro público.

No Rio de Janeiro, o projeto que propõe o modelo das OSs para gerir teatros, museus, centros e projetos culturais foi enviado à Alerj e está sendo bombardeado pelo funcionalismo, que teme perder espaços e privilégios.

Mas se mostra incapaz de produzir melhor desempenho e não responde aos exemplos de eficiência, competência e sucesso dos projetos citados — todos geridos por OSs.

Os deputados sofrem a pressão, morrem de medo de perder votos do funcionalismo. E o Rio de Janeiro corre o risco de ficar atrás de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Rio Grande do Sul, e até de Sergipe, pela força do corporativismo e do atraso que dominam a política carioca

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