Afinal, o pior passou ou não passou?
Os analistas se sucedem na resposta a essa pergunta. Por todos os lados, as dúvidas ainda prevalecem sobre as certezas, mas, enquanto isso, os mercados fazem suas apostas.
Desde dezembro não há mais o pânico que prostrou as atividades financeiras nos três meses anteriores. Trilhões de dólares injetados pelos tesouros públicos e pelos bancos centrais tentam construir pontes de safena entre fontes de recursos e a atividade econômica para suprir a trombose do crédito. Enfim, mal ou bem, as autoridades agem, deixando para trás a omissão, principal crítica que se fez aos governos nas grandes crises anteriores.
As bolsas surfam em alta no mundo inteiro, aparentemente antecipando-se a números que, sabe-se lá quando, confirmarão a superação. De Pequim, vêm as notícias de melhora da economia chinesa e as piores estimativas não são mais de uma nova destruição de Jerusalém, mas de uma lenta recuperação, porém a partir de 2010.
Assim, as comparações com a Grande Depressão dos anos 30, antes tão frequentes, vão sendo diluídas. Há algumas semanas, o professor Luiz Carlos Bresser-Pereira, que foi ministro da Fazenda no governo Sarney, fez a instigante observação de que, por pior que possa parecer, esta crise não atingiu o cerne da economia global por uma simples razão: porque atingiu em cheio uma sociedade que, a rigor, opera em meio a grossa camada de consumo supérfluo. E, nisso, observou Bresser, a crise atual se diferenciou da que houve durante a Grande Depressão, quando a sociedade e as pessoas viviam quase somente com o essencial. Quando chegou, ela cortou carne e órgãos vitais.
Mas é bom olhar o doente inteiro, e não apenas as manifestações do que aparentemente seja sua recuperação. A questão bancária ainda não está resolvida, especialmente na Europa, onde não acontecem nem os testes de estresse nem há firme disposição de capitalizar as instituições financeiras.
Nenhuma das grandes propostas feitas pelos dirigentes políticos nos encontros que antecederam a reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20) foi aprovada. Os americanos não conseguiram convencer os europeus a gastarem 2% do PIB para reativar a economia. Nem os europeus arrancaram decisão política para aumentar a regulamentação do mercado financeiro. O comunicado final da cúpula foi uma obra-prima: declarações lindas e quase nenhuma ação.
O maior risco não é de que sobrevenham novos estouros de bolha nem de que afundem grandes conglomerados que arrastem o resto para o fundo. Até mesmo as finanças das montadoras americanas, cuja deterioração quase nada teve a ver com esta crise, parecem caminhar para uma solução. O risco maior é o de que os políticos já não se sintam pressionados e deixem o barco correr sem adotar nenhuma reforma de envergadura.
No caso do Brasil, o risco é de outra ordem. É de que o governo Lula use a crise global e a desaceleração do crescimento interno como justificativa para novos e perigosos aumentos das despesas de custeio, como já vem acontecendo, e, nessas condições, desestabilize as finanças públicas, fator que mais havia contribuído até recentemente para o fortalecimento do organismo econômico brasileiro.
Confira
Pandemia - Morrem algumas centenas de pessoas de gripe no México e nos Estados Unidos e em todos os cantos da terra acionam-se os sinais de alarme. As autoridades reagem prontamente.
Apenas em São Paulo, quase 500 motoqueiros morrem todos os anos no trânsito da cidade, sem falar dos pedestres também vitimados por esses acidentes. E, todavia, tanto a população como as autoridades acham esses números normais.
Será que essa indiferença acontece somente porque essas mortes não são provocadas por doenças transmissíveis?
Entrevista:O Estado inteligente
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