Carlos Alberto Sardenberg
Sobre o pacote anunciado pelo governo americano, dê uma olhada aqui no post publicado em 18 de setembro. A idéia é basicamente a mesma.
O governo desistiu do tratamento da crise na base do caso a caso, porque obviamente não estava funcionando.
Havia uma ameaça de crise sistêmica. O que é isso? É quando a falta de confiança leva a um congelamento do sistema de crédito. Não é que falta dinheiro, mas falta confiança para emprestar e investir e comprar.
Exemplo: um banco não financia o outro porque o outro pode estar para quebrar e não se sabe se o governo vai ou não resgatar. A atuação do banco central dos EUA, o Fed, e do Tesouro, salvando umas instituições, deixando outras irem à falência, acabou por criar uma dúvida atroz: quem é resgatável, quem não é?
Na dúvida, não se faz negócio com ninguém.
De outro lado, investidores e pessoas comuns começam a tirar seu dinheiro de bancos e fundos, por medo de quebra.
(Muitos internautas me enviaram emails perguntando se deviam tirar o dinheiro deste ou daquele banco).
Consumidores não gastam por medo de ficar sem dinheiro ou por falta de crédito. Exemplo: 90% dos carros vendidos no Brasil são a crédito.
Ou seja, uma crise do sistema financeiro paralisa a economia real.
Por isso, não pode quebrar.
Quem comprou ações na quarta já ganhou 15%
Vejam vocês: quem comprou ações na Bovespa na quarta-feira, o pior dia dos mercados mundiais em décadas, está ganhando hoje algo como 15%.
Na quarta-feira (17), esse investidor seria um louco. Hoje, corajoso e visionário.