Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, setembro 17, 2008

Crise afeta o Brasil, e muito -Carlos Alberto Sardenberg

Eis como a crise mundial chega ao Brasil, em primeiro lugar. Aliás, já chegou: pela falta e/ou encarecimento de capitais e financiamentos para novos investimentos.

Um exemplo que interessa diretamente: as empresas brasileiras que já ganharam licitações da Petrobrás para a construção de navios e sondas de exploração de petróleo estão, neste momento, negociando financiamentos de bancos internacionais.

Segundo reportagem do jornal “Valor Econômico” de hoje, bancos estrangeiros suspenderam, provisoriamente, por enquanto, operações para financiar R$ 12 bilhões – operações que já estavam em andamento.

Isso porque, no mercado internacional, a taxa de juros pela qual os bancos captam dinheiro subiu fortemente, pela simples razão de que há menos dinheiro disponível.

Eis um exemplo da alta dos juros. A companhia brasileira Braskem fechou recentemente um financiamento internacional, pagando taxa de juros de 1,75% ao ano acima da Libor, taxa de juros que os bancos cobram entre si no mercado de Londres. É a taxa de referência. Pois bem, no empréstimo que fez à seguradora AIG, o Fed, banco central dos EUA, cobrou Libor mais 8,5% ao ano.

Outro exemplo: o risco Brasil, que havia caído para 190 pontos, subiu para perto dos 350 pontos – isso significa que as empresas brasileiras, ao tomarem empréstimos externos, pagam agora a taxa de juros dos títulos americanos, mais 3,5% ao ano, contra 1,9% antes da crise.

Para um país que necessita de capitais para novos investimentos – e que não os tem no país – a crise financeira internacional afeta , e muito.

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