Entrevista:O Estado inteligente

sábado, setembro 27, 2008

Controle Absoluto, de D.J. Caruso

O rebelde da vez

Controle Absoluto mostra por que Shia LaBeouf se
transformou no ator-fetiche de Steven Spielberg


Sérgio Martins

Divugação
SHIA E MICHELLE MONAGHAN
Sob as ordens de uma voz misteriosa

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Nos últimos tempos, Shia LaBeouf tornou-se o ator-fetiche de Steven Spielberg. Hoje com 22 anos, ele ganhou destaque em duas produções recentes do cineasta: Transformers, no qual Spielberg trabalhou como produtor executivo, e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que marcou a volta do herói criado por Spielberg e por George Lucas após dezenove anos. O mais recente capítulo dessa parceria é Controle Absoluto (Eagle Eye, Estados Unidos, 2008), em cartaz nos cinemas brasileiros desde sexta-feira. O filme nasceu de uma idéia que Spielberg teve há doze anos. Para a direção, ele chamou D.J. Caruso (de Paranóia, suspense estrelado por – adivinha quem? – LaBeouf) e escalou seu protegido como ator principal.

Controle Absoluto transmite uma visão pessimista sobre o poder da tecnologia. Jerry Shaw (LaBeouf) trabalha numa loja de máquinas de xerox. De uma hora para outra, é acusado de terrorismo e passa a receber ligações misteriosas. Do outro lado da linha, uma voz feminina lhe dá ordens, ao mesmo tempo em que lhe diz o que fazer para escapar do FBI. Durante a fuga, Shaw encontra Rachel Holloman (Michelle Monaghan), uma mãe solteira que também se vê coa-gida a participar da trama que a voz feminina orquestra. Outros personagens são igualmente manipulados. Qualquer insubordinação é punida com a morte: quem quer que esteja por trás das ligações é capaz de comandar remotamente guindastes, sinais de trânsito ou as operações de um aeroporto. A primeira parte de Controle Absoluto é de tirar o fôlego. Mas o filme sofre uma queda bruta quando finalmente a dona da voz se revela (e chega-se a perguntar por que Spielberg não gastou mais doze anos até pensar numa solução menos tola).

A fixação de Spielberg por LaBeouf tem sua razão de ser. Ele é o mais carismático entre os jovens atores americanos, e funciona muito bem quando tem de viver personagens com um pé na rebeldia. Uma rebeldia com a qual LaBeouf, filho de um pai viciado em heroí-na e de uma mãe que precisou trabalhar como camelô para pagar o supermercado, parece flertar – ao mesmo tempo em que a teme. Ele tem pequenos episódios policiais no currículo, de brigas com um vizinho a multas por insistir em fumar em lugares onde isso é proibido. Dois meses atrás, seu carro capotou após se chocar com outro. LaBeouf não teve culpa, mas havia bebido um pouco além da conta e foi parar no hospital, para operar a mão ferida. Pouco antes, refletira sobre os perigos da posição de jovem astro numa entrevista: "Tudo o que consegui pode desaparecer num instante, basta eu me embebedar como um idiota em algum clube". O ator saiu do hospital direto para o set de filmagens de Transformers 2, que estréia no ano que vem. Um doce para quem adivinhar o nome do produtor executivo do filme.

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