Cadeiras para enfeitar
e (às vezes) sentar
Gôndolas, tulipas e (sim) borboletas serviram de inspiração para as cadeiras que aparecem nestas páginas. Todas chamam atenção, de algum modo, pelo design – mas nem sempre pelo conforto.
Monica Weinberg
mweinberg@abril.com.br
A pedido de VEJA, a ergonomista Gisele Mussi e o arquiteto Júlio Maia avaliaram esse quesito em algumas das peças mais copiadas e vendidas no Brasil. A análise deu-se em duas frentes. Na primeira etapa, eles observaram medidas e detalhes de formato dos modelos originais para uma apreciação mais técnica. Depois, foi a vez de experimentarem as cadeiras para, enfim, lhes aferir uma nota (de zero a 10). Para pessoas que as encaram como peça de decoração, o conforto é um item secundário. Mas para quem pretende permanecer algum tempo nelas as observações dos especialistas ajudam a distinguir as que podem provocar dores e males à coluna daquelas capazes de proporcionar o básico: um lugar bom para sentar.
Fotos Roberto Setton, Leonardo Costa/MCA Estudio e divulgação | |
Modelo: Panton Quem criou: o dinamarquês Verner Panton, em 1960 Comentário: oferece bom apoio para as costas e tem ainda a seu favor um detalhe fundamental: a inclinação acentuada nas extremidades do assento. Ela evita que a parte inferior da coxa fique comprimida e prejudique com isso a circulação nas pernas, situação não muito rara em se tratando de cadeiras de design. Atenção: com fibra de vidro (tal qual a da foto), ela se torna mais estável do que se feita de acrílico ou madeira Conforto: 5 Preço: a partir 650 reais |
Modelo: Butterfly Quem criou: os argentinos Jorge Ferrari-Hardoy, Juan Kurchan e Antônio Bonet, em 1938 Comentário: a falta de apoio para a cabeça, aliada à inclinação de mais de 100 graus do encosto, não é uma combinação exatamente confortável. O assento a apenas 34 centímetros do chão demanda algum esforço para que a pessoa se levante Conforto: 5 Preço: a partir de 800 reais |
Modelo: Diamante Quem criou: o italiano Harry Bertoia, em 1952 Comentário: alguém com mais de 1,60 metro de altura encontrará dificuldade em apoiar os pés no chão de forma confortável, uma vez que o assento é baixo. Além disso, o aramado de alumínio não prima pela maciez, algo que uma boa almofada pode ajudar a contornar Conforto: 3 Preço: a partir de 650 reais |
Modelo: Jacobsen Quem criou: o dinamarquês Arne Jacobsen, em 1955 Comentário: a curvatura presente no encosto funciona como bom apoio à região lombar da coluna. A ausência de estofamento se faz sentir numa permanência mais longa Conforto: 8 Preço: a partir de 550 reais |
Modelo: Tulipa Quem criou: o finlandês Eero Saarinen, em 1956 Comentário: o encosto fornece bom suporte à coluna, uma vez que a curvatura da cadeira acompanha a das costas em posição relaxada. Sem almofada, a fibra de vidro incomoda depois de um certo tempo Conforto: 8 Preço: a partir de 700 reais |
Modelo: Gôndola Quem criou: o francês Pierre Paulin, em 1960 Comentário: propicia, por meio do formato inusitado, algo desejado numa cadeira: ajudar a manter a cabeça alinhada à coluna, de modo a garantir a postura correta sem muito esforço. As ondulações na região onde ficam os braços servem de apoio e evitam que eles permaneçam dependurados Conforto: 10 Preço: a partir de 1 000 reais |
Modelo: Ball Quem criou: o finlandês Eero Aarnio, em 1968 Comentário: o formato arredondado não se traduz em desconforto, já que o estofado firme se encarrega de manter a coluna na melhor posição possível: reta – sem pender para a frente nem tampouco para trás. Tal conforto é garantido pelas medidas do modelo original. É bom saber que algumas das cópias no mercado não são fiéis a ele Conforto: 10 Preço: a partir de 4 500 reais |