Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 02, 2008

Brasília-DF - Grampos & empurra




Correio Braziliense
2/9/2008

O afastamento de toda a diretoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) esfria mas não acaba com a crise entre os poderes da República. Da parte do Congresso, por exemplo, ninguém gostou de, na reunião no Planalto, algumas autoridades da área de inteligência terem insinuado que o grampo estaria no Senado. “A central fica numa sala-cofre, tem senha de acesso e, quem quiser entrar, tem que deixar a digital”, contou o diretor-geral, Agaciel Maia, ao presidente da Casa, Garibaldi Alves.

Do hospital onde está internado, o senador Pedro Simon também não está convencido de que a crise acabou: “Foi uma decisão importante, somos solidários com o presidente Lula, mas agora é que se vai verificar o que está acontecendo. Da minha parte, não me passa pela cabeça que o Paulo Lacerda esteja envolvido nisso”. Pelo visto, o tema grampo ainda vai render.


Primeiro ato
Assim que o presidente Lula decidiu afastar a diretoria da Abin, a turma palaciana que observa os movimentos da Policia Federal e dos agentes da Agência passou a rezar na esperança de que a atitude presidencial seja suficiente para acabar com a disputa entre a ala que hoje comanda a PF e aquela que mandava na Abin.

Problemas à frente
Candidata do PCdoB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Jandira Feghali começa a expressar seu descontentamento com o PT que, em vez de engrossar a sua campanha para lhe dar seis minutos na TV, preferiu lançar Alessandro Molón, que ainda não decolou. A turma comunista considera que Jandira teria mais chances se os dois estivessem numa chapa só. Está tudo no caderninho para cobrar depois do governo federal.

Divã tucano
Amanhã tem reunião da Executiva Nacional do PSDB. Além do caso da captação de conversas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o comando tucano pretende avaliar a situação do partido nas capitais com ênfase em São Paulo. Os observadores que passaram por lá no fim de semana saíram com a impressão de que o afastamento entre José Serra e Geraldo Alckmin é irreversível.

Alívio
Começou a pingar algum dinheiro na campanha de Geraldo Alckmin. Seus aliados festejaram, mas, por enquanto, está que nem a chuva de Brasília. Só um pouquinho, para melhorar a oxigenação. Se vem mais, só Deus sabe.


Se não fosse o recesso…
…branco, o Senado poderia votar esta semana o projeto de lei que pune os grampos ilegais. Só que, nestes quatro dias letivos, os senadores estão cada um no seu quadrado. Sabe como é, dois terços deles estarão em campanha daqui a dois anos.

No cafezinho

Não colou/ Na reunião com os políticos ontem o presidente Lula aproveitou para comentar a eleição paulistana. “É, o Kassab falou que é meu amigo, que gosta de mim. Também gosto dele. Mas eu sou Marta”, comentou Lula, referindo-se aos elogios que tem recebido do prefeito-candidato de São Paulo, Gilberto Kassab.

Avisos de Lula e dos céus/ Antes do anúncio oficial do afastamento de Paulo Lacerda da chefia da Abin, políticos que estiveram com Lula disseram ter tido a impressão de que os elogios do presidente ao delegado eram do tipo “visita da saúde”, aquela que ocorre às vésperas da morte. Foi tanta tensão no fim de semana para decidir o que fazer que até choveu em Brasília, depois de 123 dias sem cair uma gota d’água.

Em forma I/ O senador Pedro Simon (PMDB-RS, foto) se recuperou rápido da queda em frente ao Ministério de Minas e Energia, na semana passada, que até já faz piada do incidente: “Tem duas versões para o meu tombo: a primeira é a que eu caí de velho. A segunda é que, quando souberam que eu ia ao Ministério, tentaram me derrubar antes de eu chegar lá”.

Em forma II/ Em tempo: Simon tem fama de ser craque em discursos que levam ministros a pedir demissão dos respectivos cargos. Foi assim com Luiz Carlos Mendonça de Barros, quando era ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso.

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