A Apple anuncia o lançamento da versão 3.0
para o sistema operacional do seu celular
e acirra a guerra com suas concorrentes
Cíntia Borsato
Paul Sakuma/AP
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Avanços Scott Forstall, vice-presidente da Apple, em evento na semana passada: o iPhone, ainda mais simples de usar |
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A Apple anunciou, na semana passada, o lançamento de uma nova versão do sistema operacional do iPhone, hoje o carro-chefe da empresa e um fenômeno mundial de vendas. O novo software, batizado de OS 3.0, poderá ser baixado da internet a partir do segundo semestre por quem possui o celular. Ele traz avanços significativos em relação à versão atual e resolve algumas de suas fragilidades. Um novo recurso, por exemplo, avisa quando qualquer mensagem é enviada ao aparelho. Antes, era preciso abrir os programas para checar. Parece um detalhe, mas significará uma economia de até 60% na bateria. Outra melhoria está na possibilidade de usar o aparelho na posição horizontal para quase todas as funções que ele oferece, o que até agora ficava restrito a poucos aplicativos. Algumas das funções acrescentadas pela Apple a esta versão do sistema operacional – fato raro – já estavam disponíveis em outros smartphones. É o caso de um recurso que permite copiar e colar um texto em diferentes arquivos e de outro que possibilita o envio de mensagens com áudio, vídeo e foto. No conjunto, as mudanças tornaram ainda mais fácil e intuitivo o uso do iPhone – uma de suas características essenciais.
O simples anúncio da Apple já fez a concorrência se mexer. "Mesmo que certos pontos fracos persistam, como o fato de não se poder usar o chip do iPhone em outros aparelhos ou ampliar sua memória, as empresas sempre se apavoram quando a Apple surge com uma novidade", resume o consultor americano Tim Bajarin, especializado em tecnologia. Vem sendo assim desde 2007, quando o iPhone apareceu trazendo ao mundo dos smartphones um novo conceito de touch screen, em que os comandos são dados com um toque na tela. O desafio das empresas, a partir daí, passou a ser conseguir incorporar tal tecnologia, mas com preços mais baixos. A Nokia, líder do mercado, que começou a perder terreno para a Apple, lançou em outubro seu primeiro modelo touch screen, que custará no Brasil 12% menos que o iPhone. A BlackBerry, segunda no ranking, conseguiu aumentar em 70% sua participação no mercado. O aparelho sempre foi voltado aos executivos e centrado em tarefas como a troca de e-mails – mas agora traz também câmera fotográfica com foco automático e funções como gravação de vídeos e GPS. Neste ano, a venda de smartphones deve crescer 35%, enquanto a previsão é que a dos celulares comuns caia 10%. Um bom motivo para as empresas apostarem as fichas nessa guerra.