FOLHA DE S. PAULO
RIO DE JANEIRO - Enquanto as balas zunem sobre a cabeça dos cariocas, numa semana de intenso tiroteio, mergulho num livro que pode ser de alguma ajuda.
"Alguma" porque trata da melhor força policial dos Estados Unidos, especializada em contraterrorismo, o Departamento de Polícia de Nova York. O autor de "Securing the City", Christopher Dickey, estuda o tema há vários anos e enfatiza o trabalho de antecipação como algo vital na luta contra o terror. Nela, o sucesso é não deixar acontecer.
Como Nova York é um alvo preferido pelos terroristas, inclusive pela sua dimensão simbólica, os grandes nomes da luta contra o terrorismo estão sempre de olho no que se passa fora da cidade. Uma grande crise no Oriente Médio, um passo mais agressivo dos EUA na região, tudo é monitorado com muito rigor, pois costuma prenunciar atentados.
Na polícia do Rio, análise e antecipação nem sempre são feitas com êxito. A polícia ocupou o Morro Dona Marta, expulsou os traficantes e instalou banda larga para o acesso à internet.
Mas não avaliou que a tomada de um morro na zona sul poderia implicar uma reorganização de forças entre as quadrilhas. Não traçou os cenários. Parece que atua depois que as coisas acontecem, correndo atrás do prejuízo. "
A seu favor, registro que antecipação e tramas desfeitas nunca abrem grande espaço na mídia.
E que os orçamentos policiais de Nova York beiram US$ 5 bilhões.
Nos anos 70, a segurança em Nova York era uma lástima. A cidade não só combateu o crime comum como se preparou para o sofisticado confronto com o terror.
O Rio pode dar a volta: formar uma pequena equipe, com os melhores do país, saber usar o que há de bom na própria cidade. Poucas polícias do mundo têm tanta experiência como a carioca.
RIO DE JANEIRO - Enquanto as balas zunem sobre a cabeça dos cariocas, numa semana de intenso tiroteio, mergulho num livro que pode ser de alguma ajuda.
"Alguma" porque trata da melhor força policial dos Estados Unidos, especializada em contraterrorismo, o Departamento de Polícia de Nova York. O autor de "Securing the City", Christopher Dickey, estuda o tema há vários anos e enfatiza o trabalho de antecipação como algo vital na luta contra o terror. Nela, o sucesso é não deixar acontecer.
Como Nova York é um alvo preferido pelos terroristas, inclusive pela sua dimensão simbólica, os grandes nomes da luta contra o terrorismo estão sempre de olho no que se passa fora da cidade. Uma grande crise no Oriente Médio, um passo mais agressivo dos EUA na região, tudo é monitorado com muito rigor, pois costuma prenunciar atentados.
Na polícia do Rio, análise e antecipação nem sempre são feitas com êxito. A polícia ocupou o Morro Dona Marta, expulsou os traficantes e instalou banda larga para o acesso à internet.
Mas não avaliou que a tomada de um morro na zona sul poderia implicar uma reorganização de forças entre as quadrilhas. Não traçou os cenários. Parece que atua depois que as coisas acontecem, correndo atrás do prejuízo. "
A seu favor, registro que antecipação e tramas desfeitas nunca abrem grande espaço na mídia.
E que os orçamentos policiais de Nova York beiram US$ 5 bilhões.
Nos anos 70, a segurança em Nova York era uma lástima. A cidade não só combateu o crime comum como se preparou para o sofisticado confronto com o terror.
O Rio pode dar a volta: formar uma pequena equipe, com os melhores do país, saber usar o que há de bom na própria cidade. Poucas polícias do mundo têm tanta experiência como a carioca.