Economia Os juros do governo caem ao menor valor da história do real.
Crise econômica e juros altos sempre andaram juntos. Foi assim em 1999, quando a taxa básica do governo, a Selic, atingiu 45% ao ano após a desvalorização do real. Ou em 2002, quando os juros foram a 25% durante a campanha que elegeu o presidente Lula. Os brasileiros veem-se agora diante de um dilema novo. Com a inflação sob controle e a necessidade de estimular a economia, o Banco Central está prestes a reduzir a Selic para um patamar inédito. Dá-se como certo que a taxa, hoje em 11,25% ao ano, cairá para menos de 10% nos próximos meses – o que seria a menor da história. Descontada a inflação, os juros reais estão em 5%, algo nunca visto. É no mínimo curioso que o país esteja perto de chegar a níveis de juros considerados normais justamente durante a maior turbulência do capitalismo financeiro moderno. Essa contradição advém de dois fatores. Um deles é a estagnação econômica, que mantém a inflação em um nível baixo. O outro é a estabilidade conquistada nos últimos quinze anos e mantida de forma exemplar no atual governo. Esses fatos estiveram no centro das apresentações feitas na semana passada em Nova York pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao lado do presidente Lula, ambos participaram de um seminário sobre a promoção comercial do Brasil. Os dois listaram motivos para acreditarmos que o país vai resistir à crise. Falaram dos desafios. O principal deles: os juros do governo caem, mas os juros bancários permanecem elevadíssimos. Por que isso ocorre? De acordo com fontes da equipe econômica, porque falta cada vez mais concorrência no sistema financeiro. Segundo os bancos, há muitos impostos sobre o crédito, e o risco de emprestar ainda é alto. Seja qual for a causa, o problema agravou-se após os bancos estrangeiros terem cortado suas linhas a empresas brasileiras. E depois que as instituições nacionais de pequeno porte passaram a ter restrição de capital. Como consequência, uma meia dúzia de grandes instituições locais sentiu-se confortável para aumentar suas taxas. O governo prepara duas medidas para forçar os bancos a baratear o custo do dinheiro na economia. Uma das iniciativas será o uso das reservas internacionais como garantia para empréstimos de bancos estrangeiros a empresas brasileiras. Outra é estimular a capitalização dos bancos pequenos para que eles voltem a emprestar. Uma opção seria ampliar o valor assegurado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – fundo esse que, atualmente, cobre depósitos de até 60 000 reais, mesmo que um banco fique insolvente. Com mais garantias, os poupadores voltariam a pôr recursos em bancos menores, que, por sua vez, voltariam a emprestar a empresas e consumidores, restabelecendo a concorrência no sistema financeiro. Outro desafio na agenda do governo será alterar a fórmula de cálculo dos rendimentos da poupança. Se nada for feito, as cadernetas, que hoje rendem algo em torno de 7% ao ano, passarão a oferecer um retorno mais atraente do que a maioria dos fundos de investimento. Isso fará com que os recursos migrem maciçamente para a poupança. E por que isso é ruim? Porque o lastro desses fundos são títulos públicos e privados. Se ninguém mais investir nessas aplicações, faltará dinheiro para financiar as empresas, os bancos e até mesmo o governo – uma tragédia impensável, especialmente neste momento de crise financeira. A solução passará inescapavelmente por uma decisão impopular de reduzir a rentabilidade da poupança. Esse desafio revela a dificuldade inerente à administração da política econômica. Uma queda abrupta da Selic, por exemplo, traria mais problemas do que soluções se o terreno não tivesse sido preparado antecipadamente.
|
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sábado, março 21, 2009
Crise O Brasil mostra suas armas aos investidores
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
março
(342)
- Sem teto, sem terra e sem governo
- Revendo conceitos (Adriana Vandoni)
- Editoriais dos principais jornais do Brasil 31 DE ...
- Alma do negócio Dora Kramer
- A crise é do governo Lula SÉRGIO GUERRA
- Luiz Garcia - Adorável Nixon
- MERVAL PEREIRA - Sem proteção
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Escolhas erradas Miriam Leitão
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Tempo e paciência Luiz Carlos Bresser-Pereira
- Um Estado forte Fernando Rodrigues
- Brancos e negros Carlos Alberto Sardenberg
- JOÃO UBALDO - Os antigos já diziam
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Tudo bem, tudo normal? Rubens Ricupero
- Derrotas de março Míriam Leitão
- O ''mensalão'' revivido? Suely Caldas
- Um Parlamento na voz passiva Dora Kramer
- Crises múltiplas Merval Pereira
- Mariano Grondona Sorpresas, transgresiones y claud...
- Joaquín Morales Solá Los Kirchner y el amplio mund...
- VEJA Carta ao Leitor
- VEJA Entrevista Robert Hare
- Congresso O festival de benesses do Senado
- Polícia Presos quatro executivos da Camargo Corrêa
- O trilhão da salvação
- G20: em busca de uma nova ordem
- No Brasil, casas populares e mais crédito
- Especial A dona da Daslu é condenada a 94 anos...
- Medicina A marca da depressão no córtex cerebral
- Claudio de Moura CastroO fim dos exames vestibulares
- Suicídio: o que leva alguém a se matar?
- Saiu o Nano, o carro mais barato do mundo
- A portabilidade acirra a guerra das operadoras de ...
- A fuga de pugilistas enfraquece o boxe cubano
- Arte A luz de Cézanne na pintura moderna
- MILLÔR
- Radar
- Diogo Mainardi O elogio do atraso
- J.R. Guzzo Caso encerrado
- VEJA Recomenda
- Clipping de27/03/2009
- Uma questão de princípios João Mellão Neto
- CELSO MING Ataque aos paraísos
- Intocáveis e invencívei Nelson Motta
- Vai ser uma farra! David Zylbersztajn
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Sem mercado Miriam Leitão
- Casas populares e castelos no ar Vinicius Torres F...
- Declaração de Lula a premiê britânico causou 'cons...
- Balas anunciadas Fernando Gabeira
- A busca da unidade Merval Pereira
- LULLA:FRASE RACISTA
- CELSO MING Devagar também é pressa
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Vícios e virtudes Carlos Alberto Sardenberg
- Teto público Miriam Leitão
- Clipping de Hoje 26/03/2009
- Os índios e a soberania nacional Merval Pereira
- Um baile no TSE Dora Kramer
- Clipping 25 de março
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Não é gripe Panorama Econômico :: Míriam Leitão
- Populismo Merval Pereira
- O governo dos cupins EDITORIAL O ESTADO DE S. PAULO
- Ética da conveniência Dora Kramer
- Clipping de 24/03/2009
- ALI KAMEL - 7 O caso Sean
- MERVAL PEREIRA - Antártica, 25 anos
- Celso Ming O Plano Geithner
- Dora Kramer Fotografias regionais
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Política financeira do desespero Paul Krugman
- Geithner reloaded Míriam Leitão
- A moral e a crise Luiz Carlos Bresser-Pereira
- Rubens Barbosa, QUANDO LULA ENCONTRA OBAMA
- Clipping 23/03/2009
- Clipping de 22/03/2009
- Clipping de 21/03/2009
- Jornais, Igreja e Estado Carlos Alberto Di Franco
- RUY CASTRO Ser ou parecer legal
- FERNANDO RODRIGUES Um possível avanço
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Proposta brasileira ao G20 Luiz Carlos Bresser-Per...
- Vícios são vícios, mesmo quando úteis Carlos Alber...
- Um estatuto para as reservas
- DANUZA LEÃO Felicidade pega
- FERREIRA GULLAR A saúde nos planos de saúde
- Dora Kramer De chips e outras bossas e Uma coisa ...
- Editoriais dos principais jornais do Brasil
- Ponto crítico Miriam Leitão
- Marolinha que virou tsunami Yoshiaki Nakano DEU NA
- Cenário atual Miriam Leitão
- As pegadinhas do governo Suely Caldas DEU EM
- Merval Pereira A garantia dos direitos e O papel ...
- A caminho da merda por Adriana Vandoni
- VEJA Carta ao Leitor
- VEJA Entrevista Gordon Brown
- Congresso Os abusos na pauta do Senado
-
▼
março
(342)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA