Será que sou eu a Sra. Kerner?
Pois é, o blog voltou, mas hoje estou meio Jaques Wagner, meio Lula. Querendo que o mundo acabe num barranco pra eu ter um lugar pra me encostar.
Acho que estou assim de tanto pensar. Isso mesmo, de tanto pensar. O que afinal está acontecendo? Parece que perdi um pedaço do filme e de repente acordei vendo o governo do PT chamando o exército pra sufocar uma greve de trabalhadores, vendo líderes grevistas sendo presos, vendo a Rede Globo – famigerada por todo esquerdista de pedigree – ajudando com o fim da greve. Vejo a presidente, ex-presidiária política que nomeou uma companheira de cela (achei linda essa qualificação), falar que anistiar rebeldes fará do Brasil um país sem regras. E o que dizer da privatização dos aeroportos? Vi o crápula mor do pelegismo virtual, o ator José de Abreu, dizendo que os aeroportos não foram privatizados, foram alugados por 40 anos. Vi discursos inflamados no Senado de petistas defendendo que o modelo privatista do seu governo é melhor que do governo passado.
Enfim, acho que cochilei e perdi um pedaço do filme.
A Sra. Kerner que dá título a este post é a personagem do filme "Adeus, Lênin!", uma fiel devota do socialismo na antiga Alemanha Oriental, tem um ataque cardíaco ao ver o filho em uma passeata contra o sistema vigente. Quando ela acorda do coma, após a queda do muro de Berlim, o médico aconselha o filho que evite emoções fortes, pois outro ataque seria fatal. Com o peso na consciência pelo estado do mãe, o filho faz de tudo para que ela continue vivendo em uma ilusória Alemanha socialista, mudando embalagens de produtos industrializados e até mesmo inventando documentários para preencher as brechas do dia-a-dia do recente capitalismo no país.