Premiada com o Ministério da Pesca, Ideli não distinguia uma tainha de um peixe-espada. Agora, é premiada de novo — pelo que não fez
A ex-senadora Ideli Salvatti foi nomeada ministra da Pesca pela presidente Dilma, em janeiro passado, sem distinguir uma tainha de um peixe-espada. Professora, militante sindical , fundadora, militante e dirigente do PT, sua relação com a pesca se resumia a, eventualmente, apreciar o produto dessa atividade – mas no prato, e devidamente preparado. Foi o tipo de nomeação para premiar derrotado em eleição – no caso, a dela na tentativa de chegar ao governo de Santa Catarina, quando perdeu para Raimundo Colombo (PSD, ex-DEM).
Ao ser promovida, agora, a uma função realmente relevante no governo – a de ministra das Relações Institucionais –, Ideli de novo recebe um prêmio. Desta feita por não ter feito nada de importante no Ministério da Pesca.
Digam-me, amigos do blog, vocês notaram alguma mudança?
Há em andamento algum projeto de verdade para modernizar a frota pesqueira brasileira?
Há providências em curso para enfrentar a dizimação precoce de cardumes e a devastação da flora marinha que torna o litoral brasileiro cada vez menos fértil?
Houve algum esforço visível para que se aumente a presença do peixe e dos frutos do mar na mesa do brasileiro?
Em consequência de melhorias de produtividade e outras – que não aconteceram –, por acaso o preço do peixe baixou?
A resposta a todas essas perguntas, naturalmente, é "não".
A ministra Ideli, como ocorre nos governos petistas, está sendo promovida por algo que não fez.
Na nova pasta, a julgar pelas arestas que criou no Senado quando líder do PT, duvido solenemente que consiga uma coordenação política eficaz. Encrenqueira e gritalhona, mereceu de Augusto Nunes o comentário de que é "um berreiro à procura de uma ideia".
Em sua primeira entrevista à imprensa, disse que não será a "Idelizinha paz e amor".
Nem precisava.