FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Quando é para representar o Brasil na Conferência do Clima em Copenhague, é Dilma Rousseff quem vai.
Quando é para anunciar a descoberta e as regras para o pré-sal, Dilma é a estrela da festa.
Quando é para anunciar programas populares, inaugurar obras, passear pelo São Francisco ou aparecer ao lado de Lula na TV, Dilma fica no centro do palanque.
Quando é para comandar reuniões do PAC, da Petrobras, do setor elétrico, é sempre ela. E o ministro Edison Lobão não dá um passo sem consultar a "chefa".
Mas não é que Dilma foi apagada no mais abrangente apagão da história? Só ontem, mais de 40 horas depois, bem treinada e na ofensiva, ela reapareceu para dizer que apagão dos outros é apagão, mas apagão de Lula é só blecaute.
A cara do governo na hora das boas novas é Dilma e, para apagões e abacaxis, Lobão. Ela fica com os bônus; ele, com o ônus. Mas ambos agora dizem que o problema "está encerrado". Há controvérsias.
A versão do governo explica, mas não justifica. Explica que três linhas de transmissão caíram simultaneamente, interrompendo a geração e causando efeitos em cascata. Mas não justifica como, e exatamente por que, elas caíram. Um raio? Dois raios? Três raios? No mesmíssimo momento e lugar?
Estatisticamente, é improvável, quase impossível, e o presidente de Itaipu, Jorge Samek, até brincou comigo: "É por isso que morro de medo de estatística, de maionese e de salsicha".
O fato é que a história ainda merece muitas respostas, e começando do começo -do exato instante em que o sistema inteiro foi para a cucuia. Pode demorar. Tomara que a ministra não fique trancada em casa, enquanto Lobão não vem.
BRASÍLIA - Quando é para representar o Brasil na Conferência do Clima em Copenhague, é Dilma Rousseff quem vai.
Quando é para anunciar a descoberta e as regras para o pré-sal, Dilma é a estrela da festa.
Quando é para anunciar programas populares, inaugurar obras, passear pelo São Francisco ou aparecer ao lado de Lula na TV, Dilma fica no centro do palanque.
Quando é para comandar reuniões do PAC, da Petrobras, do setor elétrico, é sempre ela. E o ministro Edison Lobão não dá um passo sem consultar a "chefa".
Mas não é que Dilma foi apagada no mais abrangente apagão da história? Só ontem, mais de 40 horas depois, bem treinada e na ofensiva, ela reapareceu para dizer que apagão dos outros é apagão, mas apagão de Lula é só blecaute.
A cara do governo na hora das boas novas é Dilma e, para apagões e abacaxis, Lobão. Ela fica com os bônus; ele, com o ônus. Mas ambos agora dizem que o problema "está encerrado". Há controvérsias.
A versão do governo explica, mas não justifica. Explica que três linhas de transmissão caíram simultaneamente, interrompendo a geração e causando efeitos em cascata. Mas não justifica como, e exatamente por que, elas caíram. Um raio? Dois raios? Três raios? No mesmíssimo momento e lugar?
Estatisticamente, é improvável, quase impossível, e o presidente de Itaipu, Jorge Samek, até brincou comigo: "É por isso que morro de medo de estatística, de maionese e de salsicha".
O fato é que a história ainda merece muitas respostas, e começando do começo -do exato instante em que o sistema inteiro foi para a cucuia. Pode demorar. Tomara que a ministra não fique trancada em casa, enquanto Lobão não vem.
O embaixador e então ministro Rubens Ricúpero dizia que "o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde". Só que tem sempre um chato para descobrir.