O Estado de S. Paulo - 10/11/2009 |
Ou é falta de proposta melhor ou é puro teatro. Sábado, na reunião do Grupo dos 20 (G-20), o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, defendeu a criação de um imposto que seria cobrado sobre as transferências financeiras internacionais. O objetivo seria a formação de uma espécie de fundo especial que desse cobertura a resgates de bancos quebrados. A ideia original foi proposta em 1972 pelo economista americano James Tobin, Prêmio Nobel de Economia em 1982. Mas o que logo em seguida ficou conhecido como Taxa Tobin viria para formar um fundo internacional para financiar o desenvolvimento dos países pobres. A Internacional Socialista chegou a encampar a ideia, da qual o próprio Tobin desistira por ter-se convencido de que seria impraticável. A atual proposta de Brown, que recusara a sugestão quando foi feita pela França e pela Alemanha, viria com o objetivo de tirar das costas do contribuinte a tarefa de livrar os bancos do buraco. Todas as vezes que apareceu alguém para defender a Taxa Tobin, viu-se que se trata de um instrumento de tão difícil implantação que parece inviável. Essa cobrança só poderia ser feita nos negócios de câmbio. Por aí já se vê que um grande número de operações bancárias internacionais ficaria de fora. Nas que envolvessem países da zona do euro, a taxa não poderia ser cobrada, por dispensar operações de câmbio. Em segundo lugar, seria preciso distinguir uma transferência puramente financeira da que envolvesse operação comercial, também uma tarefa complicadíssima. O imposto só funcionaria se houvesse um único cobrador e uma única instituição encarregada da distribuição dos recursos. Além disso, seria preciso inventar esquemas que evitassem compensações e trocas internacionais de chumbo, como esta: o Deutsche Bank de Frankfurt deveria transferir US$ 1 milhão para o Citibank; enquanto isso, o Bank of America deveria transferir US$ 1 milhão para o Dresden Bank em Frankfurt. Ficaria tudo resolvido se o Bank of America repassasse US$ 1 milhão para o Citibank e o Deutsche Bank repassasse US$ 1 milhão para o Dresden Bank, pois as operações seriam intranacionais (e não mais internacionais) e não haveria cobrança de impostos. Há outras contraindicações. Se essa taxa funcionasse, o custo do crédito (e da produção) aumentaria; para que não houvesse furos, a taxa teria de ser global, o que exigiria a existência de uma instituição com poderes supranacionais que se sobrepusesse às autoridades meramente nacionais e, em caso de conflito, prevalecesse sobre o sistema judiciário de cada país. E, finalmente, seria necessário convencer o governo americano de remover os vetos a invenções desse tipo. Como tudo isso é sabido há tempo, fica difícil entender por que o primeiro-ministro inglês fez uma proposta que teria quase 100% de chance de ser rejeitada. Pode ser o caso típico de quem tem de propor algo para não passar a impressão de que as autoridades não sabem o que fazer. Ou, então, Brown deve estar tentando resolver seu próprio problema, uma vez que seu governo está sendo chamado a reforçar os salva-vidas de pelo menos dois bancos: o Royal Bank of Scotland e o Lloyds. E os contribuintes ingleses não querem mais pagar essa conta. Confira Nova bolha? Nos últimos 12 meses terminados ontem, as cotações do ouro subiram 50%. E, no acumulado do ano, subiram 25%. Esse caso não reflete apenas a desvalorização do dólar. Reflete, também, um claro movimento de especulação. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
terça-feira, novembro 10, 2009
Ideia inviável Celso Ming
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
novembro
(246)
- Carta ao Leitor
- Entrevista Michael J. Fox
- Lya Luft
- Maílson da Nóbrega
- RADAR
- Será que genro é parente?
- "Triste e abatido"
- O mensalão de Brasília
- Derrota da diplomacia petista
- Mujica não assusta
- Tempestade no deserto
- O lixo diário de cada um
- Sem medo da verdade
- Reinaldo Azevedo:
- Clipping 23/11/2009
- Ahmadinejad e os direitos humanos Denis Lerrer Ro...
- Ricardo Noblat Quem planta colhe
- CELSO MING Especulação com juros
- Los dos nuevos delitos que nos desafían Por Marian...
- Extorsiones de un monarca Por Joaquín Morales Solá
- Dora Kramer Engenharia de obra feita
- Rubens Ricupero:: Extradição e crime político
- Bloco dos sujos Miriam Leitão
- JOÃO UBALDO RIBEIRO Tecnofobia num boteco do Leblon
- Saúde na UTI
- MERVAL PEREIRA Sem terceira via
- A censura na perspectiva histórica Boris Fausto
- Propostas para a era pós-Lula Gaudêncio Torquato
- As lições de Ricupero e o apagão Suely Caldas
- Reinaldo Azevedo A BOBAGEM DE LULA SOBRE O ORIENTE...
- Ricardo Noblat - Estatais põem anúncio de 2 página...
- 21/11/2009
- VEJA Carta ao Leitor
- Entrevista Adolfo Pérez Esquivel
- Claudio de Moura Castro Tecnologia para ricos ou p...
- Radar Lauro Jardim
- Propaganda A divinização do presidente Lula
- Apagão: uma explicação mais lógica
- STF Decisão que pode ou não ser cumprida
- Copenhague: ainda há esperança de avanço
- Pequenos se destacam nas vendas pela internet
- Vale investigar a herança contida nos genes?
- Diogo Mainardi Quem é o "Filho do Brasil"
- Polêmica sobre a mamografia confunde as mulheres
- Rainha e Maroni: o sem-terra e o sem-boate
- Os absurdos do sistema eleitoral brasileiro
- Cerco ao fumo dissemina-se pelo país e pelo mundo
- Venezuela O país do petróleo mergulha na recessão
- Política econômica O namoro com a heterodoxia
- Julie & Julia, com Meryl Streep
- O sucesso do R&B no Brasil
- VEJA Recomenda e Os mais vendidos
- O Original de Laura, de Nabokov
- O Terremoto Financeiro, de Norman Gall
- J. R. Guzzo É nisso que dá
- “A LULA O QUE É DE CESARE"
- Está nas mãos de Lula salvar a face do STF-Ricardo...
- Vigor no emprego Celso Ming
- Teatro do oprimido Dora Kramer
- Apagão: explicação do governo não convence especia...
- Gaudêncio Torquato O apagão e as oposições
- Apagou geral por Ricardo Noblat
- Os torpes labéus JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Entendeu, minha filha?Eduardo Graeff, 13/11/09Dilm...
- Augusto Nunes Uma lição ao país sem memória
- Carta ao Leitor
- Entrevista Abraham Lowenthal
- Lya Luft
- Radar Lauro Jardim
- Roberto Pompeu de Toledo
- Diogo Mainardi
- A Uniban tenta consertar o estrago
- Encontrada água na Lua
- O transatlântico de vinte andares
- Brasileiros reforçam as outras seleções
- Bebês imitam a voz das mães
- Os bonitões aderem ao cavanhaque
- As crianças estão cada vez mais altas
- A polícia de Fidel espanca blogueira
- As redes sociais a serviço do ensino
- A reação da indústria automobilística
- Maílson da Nóbrega
- Especial Corpo humano: novo manual de instruções
- Os interesses secretos do defensor dos curdos
- Terrorismo Autores do 11 de setembro serão julga...
- Estados Unidos A volta do terror islâmico
- O Enade faz propaganda do governo
- Bolsa-celular: artimanha eleitoreira
- O apagão do governo Lula
- Teoria da conspiração do mensalão
- Duplo apagão em Brasília
- A China mexe um dedo Celso Ming
- Merval Pereira Vitória de Marina
- Vinicius Torres Freire O ministro está encerrado
- Luiz Carlos Mendonça de Barros:: Apagão: um sinal ...
- Miriam Leitão Malabarismo verde
- Serra critica o sistema e Aécio, a ministra
- Eliane Cantanhêde Apareceu a margarida
- Fernando de Barros e Silva Os iluminados
- Dora Kramer Chuvas e trovoadas
-
▼
novembro
(246)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA