Entrevista:O Estado inteligente

domingo, novembro 22, 2009

Reinaldo Azevedo A BOBAGEM DE LULA SOBRE O ORIENTE MÉDIO

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009 | 21:10

Vamos deixar claro — e não direi o famoso “de uma vez por todas” porque certamente terei de dizer isto novamente: eu, realmente, não dou a menor bola para a popularidade de Lula quando aponto as suas patacoadas. Uma bobagem não deixa de ser uma bobagem porque aquele que a anuncia ou pronuncia tem apoio popular. Dispenso-me de lembrar que regimes fascistas só prosperaram com o apoio das massas. Nem é um argumento necessário porque fica parecendo que essa circunstância é importante para demonstrar a tese. Não é. Estamos falando de uma essencialidade. A crença ou não da maioria nisso ou naquilo não torna isso ou aquilo verdades, entenderam?

O que me importa que Lula esteja por cima da carne seca? Aí eu me acho mais necessário ainda — e, fiquem certos os petralhas, outros também me acham. Se Lula fosse a encarnação da justiça universal, talvez eu fosse cuidar de outros assuntos. Mas também não estou muito certo disso. Daria um jeito de testar tanta bondade, acho eu. Assim, senhores aduladores do Grande Líder, estejam certos de que não me constranjo; tampouco os “sucessos” de Lula me infelicitam. Ao contrário: eles só provam a necessidade de haver quem o conteste. E a contestação de governos e governantes é apanágio das sociedades livres. E esta ainda é. Por enquanto ao menos. Franklin Martins não deve gostar do que eu penso. Mas eu também não gosto do que pensa Franklin Martins.

Por que esta longa introdução? Porque Lula resolveu falar o seguinte sobre o Oriente Médio:
“Quem deveria estar à frente do processo [de paz] é a ONU, não os Estados Unidos - que são um dos responsáveis pela crise. Por isso o Brasil reivindica mudanças na ONU, para que ela seja representativa de 2010, e não de 1948, quando foi criada, porque a geopolítica do mundo mudou.”

Trata-se de uma asneira pantagruélica no que concerne aos fatos e de uma confissão da delinqüência da política externa brasileira. Acusar os EUA de serem os responsáveis pelos conflitos no Oriente Médio é expressão da mais pura boçalidade, do antiamericanismo mais tacanho, da cretinice irremediável. Nem os seus adoradores conseguiriam indicar um só evento que tornasse ao menos verossímil a afirmação. Não fossem os EUA apoiarem Israel, aquele estado teria sido esmagado durante a Guerra Fria? No plano das hipóteses, pode até ser. No plano dos fatos, Israel derrotou seus inimigos com as suas próprias forças — muito especialmente em 1967, numa vitória que, nas primeiras horas, era dada como improvável.

Lula evidencia, com todas as letras, por que o Brasil, dado o atual quadro, NÃO PODE SER membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Temos um bando de primitivos cuidando da nossa diplomacia. Ademais, na segunda, Lula recebe Mahmoud Ahmadinejad, o homem que promete varrer Israel do mapa e que já negou o Holocausto. Não só isso: é também o financiador do terrorismo no Líbano, nos territórios palestinos e no Iraque.

E Lula acha que os EUA são culpados pela crise no Oriente Médio.

Lula é popular? Lula tem 80%? Dane-se a popularidade dele. Sua opinião sobre o Oriente Médio é boçal.

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