O Estado de S. Paulo - 21/07/2009 |
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tem denunciado e o próprio mercado financeiro reconhece a existência de anomalias nos juros de longo prazo que vêm sendo identificadas como provas de que há um risco eleitoral. Ou seja, quem precisa fechar negócios que levam juros no longo prazo já não teme só a trajetória futura de inflação e a eventual necessidade de o Banco Central ser obrigado a puxar pelos juros para combatê-la. Teme mudanças na condução da própria política monetária (política de juros). Não é difícil entender o que está em jogo. Quem levanta um empréstimo a longo prazo a juros de mercado tem de prever não apenas o quanto vai pagar nos primeiros meses, mas quanto vai pagar lá na frente. O empresário que compra uma máquina por US$ 10 milhões para pagar em 12 meses, por exemplo, precisa prevenir-se contra oscilações que provêm tanto do câmbio como dos juros. Se o real desvalorizar-se em relação ao dólar, isso significa que o empresário terá de arranjar mais reais por dólar tomado por empréstimo. Para evitar esse risco, ele pode ir ao mercado futuro de câmbio e fechar desde já um preço fixo pelo dólar na data do vencimento e, assim, por meio de uma operação de hedge, livrar-se das oscilações indesejáveis. O mesmo vale quando a operação é financiada em reais. O principal instrumento para definir o risco futuro é o mercado revendedor de títulos do Tesouro Federal. E os juros futuros estão bem mais altos do que a inflação prevista para o período. O que se vê agora é que o próprio mercado futuro de juros está embutindo um extra que as autoridades vêm identificando como "risco eleitoral". No momento, os dois mais fortes pré-candidatos à Presidência da República são a ministra Dilma Rousseff e o governador José Serra. Ambos têm feito fortes críticas à política econômica do presidente Lula, especialmente à política cambial e à política de juros. Mas Serra tem sido bem mais contundente. Não esconde, desde os tempos de ministro do governo Fernando Henrique, que não gosta do arranjo atual da política econômica. Se não gosta, conclui-se que planeje mudar tudo se for eleito presidente. Isso significa que, a partir de 2011, e até antes disso, o câmbio e os juros deverão refletir o risco de eventual mudança dessa política. O problema é que ninguém sabe quando, quanto e como será a mudança. Até agora, ainda que instados a fazê-lo, os pré-candidatos não disseram o que pretendem - se é que de fato pretendem mudar. Com esse pedaço do horizonte no escuro, a formação futura de preços do dinheiro embute um componente de incerteza. O que matéria publicada neste domingo pelo Estado mostrou é que não há apenas um risco eleitoral Dilma e um risco eleitoral Serra. Há também um risco Meirelles, já que ele poderá desistir da presidência do Banco Central em fevereiro de 2010 para candidatar-se a governador de Goiás. O único jeito de eliminar ou reduzir esses riscos é o de que tanto Dilma como Serra sejam claros sobre o que preveem para as áreas-chave da economia. Em junho de 2002, o então candidato Lula entendeu que era preciso editar a Carta ao Povo Brasileiro para esclarecer esses pontos. E é o que mercado financeiro vai começar a pedir dos atuais pré-candidatos. Confira Apesar do aumento do saldo, ainda não dá para concluir que as aplicações em fundos de renda fixa estejam migrando para a poupança, em razão da baixa dos juros. Fora dos "dias de salário", os saques continuam mais altos do que os depósitos. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
terça-feira, julho 21, 2009
Risco eleitoral Celso Ming
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
julho
(384)
- Clipping de 31/07/2009
- Dora Kramer Tigre de papel
- Celso Ming-Parar pra ver
- Merval Pereira -A nova classe
- Segunda onda Fernando Gabeira
- Luiz Carlos Mendonça de Barros A mensagem do Copom
- Míriam Leitão Ordem do futuro
- EDITORIAIS-31/7/2009
- Clipping de 30/07/2009
- Celso Ming Não é mais o mesmo
- Perigo à vista para o futuro do pré-sal David Zylb...
- O orçamento da eleição permanente: Rolf Kuntz
- Editoriais
- Míriam Leitão Visão turva
- Dora Kramer Operação mãos sujas
- Merval Pereira Sem solução
- EDITORIAIS
- Clipping de 29/07/2009
- Niall Ferguson,“Chimérica” é o grande desafio
- Celso Ming,É mesmo preciso mudar?
- PAULO RABELLO DE CASTRO O novo cenário WWW
- RUY CASTRO Dependência e morte
- Los hermanos Miriam Leitão
- Merval Pereira Pouco risco
- Dora Kramer O olho do juiz
- O PAC, cada vez mais caro
- Vamos proclamar a República? Sandra Cavalcanti
- Celso Ming -Os bancos reagem à caderneta
- Clipping de 28/07/2009
- Míriam Leitão Preço da concessão
- Yoshiaki Nakano A vez dos países emergentes
- EDITORIAIS
- Dora Kramer Caminhando contra o vento
- Merval Pereira Plebiscito ou eleição?
- Rubens Barbosa,CONTRADIÇÃO INTERNA
- EDITORIAIS
- Clipping de 27/07/2009
- O problema é Chávez Igor Gielow
- O outono do patriarca Marco Antonio Villa
- O enigma PAULO GUEDES
- O dever da liberdade Carlos Alberto Di Franco
- O Brasil precisa de mais Carlos Alberto Sardenberg
- Um garoto de sucesso
- Como nunca antes na história
- E o general Golbery, afinal, não se enganou José d...
- AUGUSTO NUNES A soma que jamais deu certo
- EDITORIAIS
- Fazer a coisa certa Suely Caldas
- Melhorar é possível Dora Kramer
- MARIANO GRONDONA El peronismo, entre la lealtad y ...
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ Un cambio de roles entre los ...
- Vasto mundo Miriam Leitão
- A gripe suína num boteco do Leblon JOÃO UBALDO RIB...
- Nem Chávez nem Fujimori Sergio Fausto
- Pupilos de Lula no divã Gaudêncio Torquato
- Sonda errada Miriam Leitão
- EDITORIAIS
- Choque e eufemismo Cesar Maia
- Moralidade, Hitler e paisagens Clóvis Rossi
- Salve-se quem (ainda) puder Dora Kramer
- VEJA Carta ao Leitor
- VEJA Entrevista Steven Marks A falha foi do Airbus
- Cidades Espírito de cacique cuida do clima para go...
- A fase nada boa do craque Romário
- Saúde A finasterida e o câncer de próstata
- Ambiente A contaminação das praias cariocas
- Ciência Os chimpanzés também morrem de aids
- Há vagas para brasileiros: nos Emirados
- A ópera-bufa de Berlusconi
- Entrevista: Avigdor Lieberman, chanceler israelense
- Itaipu A luz vai subir
- O impacto do novo corte na Selic
- O Cade multa a AmBev em 352 milhões
- Daniel Dantas: os erros e acertos do processo
- Os novos magros do Congresso
- A UNE assume a chapa-branca
- Petrobras Uma chance para aumentar a transparência
- Gripe: há motivo para pânico?
- Brasil Sarney: retrato do fisiologismo.
- Lya Luft Crime e Castigo
- MILLÔR
- Radar
- Maílson da Nóbrega Ludopédio no gramado
- Roberto Pompeu de Toledo Mártires da glória
- O cinquentenário da morte de Villa-Lobos
- Entrevista: Brüno (ex-Borat)
- O Grupo Baader Meinhof
- VEJA Recomenda
- da Veja Os mais vendidos
- AUGUSTO NUNES Quem está pagando as contas do hondu...
- Simpáticos, cordiais e canalhas Nelson Motta
- O presidente sem autocensura
- Editoriais
- Clipping de 24/07/2009
- Melhorou Celso Ming
- Fora de esquadro Dora Kramer
- Anormal profundo Panorama Econômico - Mírian Leitão
- Além dos números tradicionais Luiz Carlos Mendonça...
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG O atraso e as pesquisas
- Juro menor pesa mais no investimento Alberto Tamer
-
▼
julho
(384)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA