(Giulio Sanmartini) Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, assinaram neste sábado acordo que altera de forma significativa a forma como a energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu é atualmente compartilhada pelo Brasil e pelo Paraguai. Um dos pontos chaves é o de que a Eletrobrás pagará um pouco mais pela energia excedente que adquire daquele país.
Esse aumento, porém, incidirá apenas sobre o "bônus de cessão de tarifa" - um adicional de compensação (pago há anos), que passará de US$ 120 milhões anuais para US$ 360 milhões por ano - e não sobre a tarifa em si. Além disso, o Paraguai terá a opção de "gradualmente comercializar energia" também à outras empresas no mercado brasileiro.
Lula disse à Eletrobrás, que não quer aquele acréscimo seja repassado ao consumidor. Ainda assim, alguns brasileiros pagarão por isso: "Se você escapar dele como consumidor, poderá vir a pagar como contribuinte", disse o embaixador Enio Cordeiro, subsecretário de Assuntos da América do Sul, lembrando que caberia ao Tesouro bancar esse custo.
Para Lugo foi uma boa, pois estava em baixa junto ao eleitorado, pelo desregrado uso de seu "cacete endiabrado" fazendo filhos em quem lhe aparecesse na frente. Assim numa tentativa de limpar sua barra, pois logo depois do acerto o presidente Lugo anunciou ao país acordo em cadeia nacional de TV, como o seu maior êxito político, regozijando-se pelo fato de que "em dez meses de governo conseguimos algo que foi impossível em mais de trinta anos" Quer dizer: "nunca ninguém viu na história desse país"
(*) Foto: Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Fernando Lugo, em encontro na cidade de Assunção.
(*) Texto de apoio: José Meirelles Passos