JORNAL DO BRASIL
O intransigente líder sindical, o mais importante e raçudo, que fundou o Partido dos Trabalhadores, o PT de medíocre e desastrada atuação parlamentar, não chegou a mudar do vinho para água salobra como presidente da República, mas Lula não é o mesmo nos dois mandatos da reeleição, que sempre foi contra para os outros.
E, desde que o PT se enlameou com as trampas do caixa dois para garantir a eleição de uma poderosa bancada no Congresso e com o mensalão que salpicou nas lideranças do partido da bandeira ética, Lula foi afrouxando o rigor até chegar à virtual adesão ao vale tudo para manter o poder.
Na rolagem de morro abaixo, nos últimos atos da comédia de pastelão, pisoteou a ética para justificar o descaro. No flagrante mais expressivo, abraça o senador Collor de Mello, o ex-presidente que ajudou a derrubar e justificou a cambalhota com uma frase exemplar, juntando dois proveitos no mesmo pacote: "Quero fazer justiça ao senador Collor e ao senador Renan Calheiros que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado".
Como "sustentação muito grande ao governo" entenda-se os votos para aprovar tudo o que interessa ao governo e rejeitar iniciativas da oposição que aborrecem o presidente.
Na bagunça do pior Congresso desde a derrubada da ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas, em 29 de outubro de l945, o presidente Lula tem mais culpas no cartório que toda a esquálida oposição, que só aparece na mídia pela atuação dos seus líderes, especialmente no Senado, palco do escândalo-mor de todas as falcatruas para tungar o dinheiro público.
Lula, apertado, reage com a descolorida escapulida pelo óbvio: se há denúncias, devem ser apuradas e punidos os responsáveis, tal como já pontificava, apontando o dedo para o alto, o Conselheiro Acácio.
Como o próprio reconheceu, a sua prioridade política até o fim do mandato bisado é eleger a candidata que escolheu e impôs ao PT acoelhado, a ministra Dilma Rousseff. Passou pelo susto do câncer linfático, depois das sessões de quimioterapia, concluídas com êxito e 90% de probabilidades de cura, depois da segunda etapa. Com a candidata em forma, a pré-campanha que burla a Constituição voltará aos comícios com a visita às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mais o Minha Vida Meu Voto, com a promessa da construção de 1 milhão de residências populares.
Como o presidente aprendeu nos giros pelo mundo, a mágica de multiplicar as verbas para as típicas obras eleitoreiras, um vício que vem do Império, não faltará dinheiro para o lançamento de novos programas sociais, como o Bolsa-Escola, o Bolsa-Alimentação, o Bolsa Merenda na medida das necessidades da campanha, conferidas pelos índices das pesquisas.
As férias parlamentares, que soam como deboche no Congresso da semana útil das terças às sextas-feiras, vieram na hora exata para o intervalo que o governo espera que amorteça os escândalos que se sucedem com a regularidade de um cronômetro suíço.
Até a reabertura do Congresso, Lula terá muitas horas vagas, entre viagens internacionais e domésticas, para o balanço e a eventual revisão dos resultados e riscos do truque de transformar adversários em amigos de infância para atender às oscilações políticas. Na primeira campanha em que terá participação decisiva como patrono da candidatura da ministra Dilma Rousseff, o objetivo prioritário da vitória eleitoral não pode ignorar a preocupação com a remontagem da maioria na Câmara e no Senado, sem a qual o governo patinará sem sair do lugar.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
julho
(384)
- Clipping de 31/07/2009
- Dora Kramer Tigre de papel
- Celso Ming-Parar pra ver
- Merval Pereira -A nova classe
- Segunda onda Fernando Gabeira
- Luiz Carlos Mendonça de Barros A mensagem do Copom
- Míriam Leitão Ordem do futuro
- EDITORIAIS-31/7/2009
- Clipping de 30/07/2009
- Celso Ming Não é mais o mesmo
- Perigo à vista para o futuro do pré-sal David Zylb...
- O orçamento da eleição permanente: Rolf Kuntz
- Editoriais
- Míriam Leitão Visão turva
- Dora Kramer Operação mãos sujas
- Merval Pereira Sem solução
- EDITORIAIS
- Clipping de 29/07/2009
- Niall Ferguson,“Chimérica” é o grande desafio
- Celso Ming,É mesmo preciso mudar?
- PAULO RABELLO DE CASTRO O novo cenário WWW
- RUY CASTRO Dependência e morte
- Los hermanos Miriam Leitão
- Merval Pereira Pouco risco
- Dora Kramer O olho do juiz
- O PAC, cada vez mais caro
- Vamos proclamar a República? Sandra Cavalcanti
- Celso Ming -Os bancos reagem à caderneta
- Clipping de 28/07/2009
- Míriam Leitão Preço da concessão
- Yoshiaki Nakano A vez dos países emergentes
- EDITORIAIS
- Dora Kramer Caminhando contra o vento
- Merval Pereira Plebiscito ou eleição?
- Rubens Barbosa,CONTRADIÇÃO INTERNA
- EDITORIAIS
- Clipping de 27/07/2009
- O problema é Chávez Igor Gielow
- O outono do patriarca Marco Antonio Villa
- O enigma PAULO GUEDES
- O dever da liberdade Carlos Alberto Di Franco
- O Brasil precisa de mais Carlos Alberto Sardenberg
- Um garoto de sucesso
- Como nunca antes na história
- E o general Golbery, afinal, não se enganou José d...
- AUGUSTO NUNES A soma que jamais deu certo
- EDITORIAIS
- Fazer a coisa certa Suely Caldas
- Melhorar é possível Dora Kramer
- MARIANO GRONDONA El peronismo, entre la lealtad y ...
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ Un cambio de roles entre los ...
- Vasto mundo Miriam Leitão
- A gripe suína num boteco do Leblon JOÃO UBALDO RIB...
- Nem Chávez nem Fujimori Sergio Fausto
- Pupilos de Lula no divã Gaudêncio Torquato
- Sonda errada Miriam Leitão
- EDITORIAIS
- Choque e eufemismo Cesar Maia
- Moralidade, Hitler e paisagens Clóvis Rossi
- Salve-se quem (ainda) puder Dora Kramer
- VEJA Carta ao Leitor
- VEJA Entrevista Steven Marks A falha foi do Airbus
- Cidades Espírito de cacique cuida do clima para go...
- A fase nada boa do craque Romário
- Saúde A finasterida e o câncer de próstata
- Ambiente A contaminação das praias cariocas
- Ciência Os chimpanzés também morrem de aids
- Há vagas para brasileiros: nos Emirados
- A ópera-bufa de Berlusconi
- Entrevista: Avigdor Lieberman, chanceler israelense
- Itaipu A luz vai subir
- O impacto do novo corte na Selic
- O Cade multa a AmBev em 352 milhões
- Daniel Dantas: os erros e acertos do processo
- Os novos magros do Congresso
- A UNE assume a chapa-branca
- Petrobras Uma chance para aumentar a transparência
- Gripe: há motivo para pânico?
- Brasil Sarney: retrato do fisiologismo.
- Lya Luft Crime e Castigo
- MILLÔR
- Radar
- Maílson da Nóbrega Ludopédio no gramado
- Roberto Pompeu de Toledo Mártires da glória
- O cinquentenário da morte de Villa-Lobos
- Entrevista: Brüno (ex-Borat)
- O Grupo Baader Meinhof
- VEJA Recomenda
- da Veja Os mais vendidos
- AUGUSTO NUNES Quem está pagando as contas do hondu...
- Simpáticos, cordiais e canalhas Nelson Motta
- O presidente sem autocensura
- Editoriais
- Clipping de 24/07/2009
- Melhorou Celso Ming
- Fora de esquadro Dora Kramer
- Anormal profundo Panorama Econômico - Mírian Leitão
- Além dos números tradicionais Luiz Carlos Mendonça...
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG O atraso e as pesquisas
- Juro menor pesa mais no investimento Alberto Tamer
-
▼
julho
(384)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA