FOLHA DE S. PAULO
O AMBIENTE econômico depois desta crise não será o mesmo. O G20 falou de restrições e de controles financeiros. A destruição de capital indica que a produtividade média será maior que a atual. O comércio mundial será mais competitivo.
O valor do conhecimento incorporado aos produtos será maior. As exigências ambientais serão maiores. E por aí vai. O desenvolvimento econômico a longo prazo é fruto do aumento da produtividade dos fatores, do acúmulo de capital físico, da infraestrutura básica, do incremento do conhecimento e do nível de escolaridade.
Assim, as ações dos governos devem ter dois componentes. O primeiro diz respeito às medidas compensatórias destinadas a reduzir o custo social no curto prazo (variações do keynesianismo) e que envolvem, na defesa do capital, aporte governamental e crédito especial.
O segundo componente está relacionado às medidas que ampliem a competitividade, de forma que o piso do novo PIB seja o maior possível e a capacidade de crescimento em condições menos elástica seja bem maior que a de hoje. Essas precauções são fundamentais para países em desenvolvimento, pois o ciclo econômico encerrado facilitou o crescimento com taxas de produtividade mais baixas.
Ao lado das medidas óbvias de estímulo conjuntural, cabe aos governos desenharem, já, um programa de intervenções e investimentos que produza a máxima sinergia com o capital privado. Em primeiro lugar, deve ser iniciada a qualificação da infraestrutura econômica -estradas, portos, aeroportos e ferrovias. É preciso fazer a reconversão energética, adequando o sistema de transportes, as construções, os aterros sanitários, as fronteiras econômicas etc. às exigências ambientais.
Há necessidade de traçar um vigoroso programa de desenvolvimento tecnológico, elevando os critérios aos padrões internacionais, e de estimular o ensino técnico qualificado como alternativa ao bacharelismo. Cumpre ainda rever a tributação sobre os investimentos, especialmente os que incorporem mais tecnologia. E garantir a segurança jurídica e o direito de propriedade.
Está na hora de a palavra planejamento voltar à ordem do dia. A sincronização de medidas compensatórias com medidas de sustentabilidade requer mais do que programas tradicionais de ativação do gasto público. Exige planejamento e construção de cenários e decisões consensuais no nível político para que não se perca nem mais um dia com declarações exóticas na tentativa de construir um otimismo de caça-níqueis.
Só assim vamos reduzir os danos e, simultaneamente, criar as melhores condições para impedir que a economia, na saída da crise, seja rebaixada para a terceira divisão.
O AMBIENTE econômico depois desta crise não será o mesmo. O G20 falou de restrições e de controles financeiros. A destruição de capital indica que a produtividade média será maior que a atual. O comércio mundial será mais competitivo.
O valor do conhecimento incorporado aos produtos será maior. As exigências ambientais serão maiores. E por aí vai. O desenvolvimento econômico a longo prazo é fruto do aumento da produtividade dos fatores, do acúmulo de capital físico, da infraestrutura básica, do incremento do conhecimento e do nível de escolaridade.
Assim, as ações dos governos devem ter dois componentes. O primeiro diz respeito às medidas compensatórias destinadas a reduzir o custo social no curto prazo (variações do keynesianismo) e que envolvem, na defesa do capital, aporte governamental e crédito especial.
O segundo componente está relacionado às medidas que ampliem a competitividade, de forma que o piso do novo PIB seja o maior possível e a capacidade de crescimento em condições menos elástica seja bem maior que a de hoje. Essas precauções são fundamentais para países em desenvolvimento, pois o ciclo econômico encerrado facilitou o crescimento com taxas de produtividade mais baixas.
Ao lado das medidas óbvias de estímulo conjuntural, cabe aos governos desenharem, já, um programa de intervenções e investimentos que produza a máxima sinergia com o capital privado. Em primeiro lugar, deve ser iniciada a qualificação da infraestrutura econômica -estradas, portos, aeroportos e ferrovias. É preciso fazer a reconversão energética, adequando o sistema de transportes, as construções, os aterros sanitários, as fronteiras econômicas etc. às exigências ambientais.
Há necessidade de traçar um vigoroso programa de desenvolvimento tecnológico, elevando os critérios aos padrões internacionais, e de estimular o ensino técnico qualificado como alternativa ao bacharelismo. Cumpre ainda rever a tributação sobre os investimentos, especialmente os que incorporem mais tecnologia. E garantir a segurança jurídica e o direito de propriedade.
Está na hora de a palavra planejamento voltar à ordem do dia. A sincronização de medidas compensatórias com medidas de sustentabilidade requer mais do que programas tradicionais de ativação do gasto público. Exige planejamento e construção de cenários e decisões consensuais no nível político para que não se perca nem mais um dia com declarações exóticas na tentativa de construir um otimismo de caça-níqueis.
Só assim vamos reduzir os danos e, simultaneamente, criar as melhores condições para impedir que a economia, na saída da crise, seja rebaixada para a terceira divisão.