Montagem sobre fotos Istock e Ryan McVay/Getty Images/R.F. |
"O exemplo" É como Pelé, o rei do futebol, quer ser lembrado. Ele estrela uma edição rica em assuntos como as cotas, a corrupção e com uma capa ousadamente otimista a respeito da economia brasileira na crise mundial |
Na presente edição de VEJA, é digno de nota que três reportagens publicadas concorreram para a capa: uma especial sobre a armadilha das cotas baseadas no vago conceito de raça; a investigação exclusiva sobre os interesses subalternos dos políticos nos bastidores da sucessão do bilionário e poderoso fundo de pensão Real Grandeza, fato que ilustra exemplarmente as denúncias do senador Jarbas Vasconcelos feitas a VEJA há duas semanas; e, finalmente, a vencedora, que lista, com a ajuda dos melhores economistas do país, as razões estruturais e conjunturais que nos permitem afirmar, mesmo correndo algum risco, que existem, sim, motivos para otimismo quanto ao desempenho da economia brasileira em 2009. Otimismo contido, ressalta a reportagem, mas ainda assim reflexo realista de uma situação radicalmente melhor do que a enfrentada pela maioria dos países em sua luta para navegar sob as intempéries da crise.
Mais duas reportagens poderiam também ter sido elevadas à categoria de capa. Uma delas explica os novos e surpreendentes contratos de divisão de bens entre casais que estão se popularizando no Brasil. A outra é uma investigação sobre o recrudescimento das ações criminosas dos militantes do MST no interior de São Paulo e em Pernambuco, prenúncio de como esses grupos de fora-da-lei podem infernizar o país a partir de 2010 caso as eleições presidenciais apontem como vencedor um nome menos simpático a suas retrógradas bandeiras. Imperdíveis também as Páginas Amarelas com o eterno rei do futebol, Pelé, que se vê como "o exemplo" para as atuais gerações de craques desse esporte. Aos 68 anos, longe da bola desde 1977, o rei ainda desfruta fama mundial que rivaliza com a de nomes meteóricos como Barack Obama, presidente americano, com quem Pelé promete, magnânimo, "tomar um café assim que ele estiver mais calmo", como fez com John Kennedy, Richard Nixon e Bill Clinton. Só um único assunto pode ser capa, mas todos estão na revista que você tem nas mãos.