O Estado de S Paulo
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E agora a China. As notícias da China na sexta-feira também não ajudaram. O governo informou que as exportações em maio aumentaram apenas 19,4%, muito abaixo dos quase 30% do mês anterior. Isso se deve principalmente ao forte recuo das vendas para os Estados Unidos e a Europa, que caíram ao menor nível desde 2009. Todos os sinais da semana passada são de que a economia chinesa começa a desacelerar, como quer o governo. Está preocupado com a inflação de 5,8%, que tende a se agravar com a previsão de alta das commodities agrícolas. Levantamento mundial de safra divulgado na quinta-feira pelo governo americano informa que a safra de grãos, trigo, milho e soja recuará 2,26 bilhões de toneladas, 0,4% menos que a anterior. E a China, grande importadora de alimentos, deverá adotar medidas ainda mais fortes para administrar a demanda interna e a pressão sobre os preços. Brasil menos grave. É o mesmo desafio que o Brasil enfrenta com menos intensidade. A inflação também é prioridade aqui. O Banco Central aumentou novamente os juros, sinalizando que pode elevar ainda mais, e a economia desacelera gradualmente. A diferença é que o Brasil não tem 1,3 bilhão de habitantes para alimentar. Opep engraçada. E neste cenário de incerteza a Opep, que nesta semana chegou a acordo para aumentar a produção e conter a alta dos preços , informou que pode faltar petróleo no segundo semestre. Em seu relatório mensal, a secretaria-geral da Opep prevê que a demanda média deve aumentar para 30,8 milhões de barris por dia e a oferta, apenas 28,7 milhões. E não se acanha em dizer, textualmente: "Olhando para o resto deste ano, esperamos que a oferta e a demanda ficará apertada. E, como resultado, os estoques podem continuar caindo quando o mercado entrar num período sazonal de aumento da demanda." Ou seja, oficialmente, a Opep fracionada do Irã e da Venezuela, admite que vai fazer tudo para que os preços aumentem e passem de US$ 120 se a Arábia Saudita deixar... Ainda bem que a Opep está fracionada. A Arábia Saudita rejeitou essa política a anunciou que vai aumentar a produção a partir de julho, para suprir o que os outros deixarem de produzir. Não quer prejudicar ainda mais a ameaçada recuperação econômica da China, do Japão e do mundo ocidental, que absorvem o único produto que tem para vender: petróleo. |