Folha de S.Paulo
SÃO PAULO - Ideli Salvatti deixa o Ministério da Pesca para assumir o de Relações Institucionais; Luiz Sérgio sai das Relações Institucionais e assume a Pesca. Difícil é não achar graça diante da solução grosseiramente cômica encontrada por Dilma Rousseff para "resolver" o problema da articulação política.
Ao patrocinar o troca-troca, a presidente quis dar uma vara de consolação ao novo marinheiro, mas o seu gesto evidencia antes a irrelevância do ministério de onde ela fisga a ministra que aguardava sua vez em águas profundas.
A operação que alçou Ideli ao Planalto já traz as marcas do oportunismo e da fisiologia, como um batismo que anuncia o destino e o que se pode esperar do governo.
Ideli é a musa das causas indefensáveis. Nos anos Lula, então senadora, se notabilizou por liderar a tropa de choque dos mensaleiros. Em 2007, saiu em defesa de Renan Calheiros, no escândalo que começou com Mônica Veloso e terminou naquela conversa para boi dormir. Em 2009, discursou na tribuna e votou no Conselho de Ética pelo arquivamento das ações contra Sarney, enrolado com os atos secretos.
Ideli chega ao Planalto com este currículo e um temperamento explosivo -fala alto e gosta de brigar. Apesar do nome pomposo do ministério, essa rainha da simpatia vai cuidar do chamado balcão, onde são negociados no varejo cargos e emendas parlamentares.
Ao optar por Ideli, Dilma conta com o respaldo dos caciques do PMDB. A escolha é mais um sintoma da peemedebização forçada do governo, depois da tentativa inicial para conter excessos fisiológicos.
Ideli é também um reflexo da reação da presidente à intrigalhada interna do PT que inviabilizou a indicação de Cândido Vaccarezza. Sem Lula, os petistas da Câmara têm se comportado como crianças em grupo na ausência do bedel. A aposta política de Dilma é ao mesmo tempo concessiva e de alto risco. Ideli, a professorinha, terá muito trabalho para organizar essa pescaria.
Ao patrocinar o troca-troca, a presidente quis dar uma vara de consolação ao novo marinheiro, mas o seu gesto evidencia antes a irrelevância do ministério de onde ela fisga a ministra que aguardava sua vez em águas profundas.
A operação que alçou Ideli ao Planalto já traz as marcas do oportunismo e da fisiologia, como um batismo que anuncia o destino e o que se pode esperar do governo.
Ideli é a musa das causas indefensáveis. Nos anos Lula, então senadora, se notabilizou por liderar a tropa de choque dos mensaleiros. Em 2007, saiu em defesa de Renan Calheiros, no escândalo que começou com Mônica Veloso e terminou naquela conversa para boi dormir. Em 2009, discursou na tribuna e votou no Conselho de Ética pelo arquivamento das ações contra Sarney, enrolado com os atos secretos.
Ideli chega ao Planalto com este currículo e um temperamento explosivo -fala alto e gosta de brigar. Apesar do nome pomposo do ministério, essa rainha da simpatia vai cuidar do chamado balcão, onde são negociados no varejo cargos e emendas parlamentares.
Ao optar por Ideli, Dilma conta com o respaldo dos caciques do PMDB. A escolha é mais um sintoma da peemedebização forçada do governo, depois da tentativa inicial para conter excessos fisiológicos.
Ideli é também um reflexo da reação da presidente à intrigalhada interna do PT que inviabilizou a indicação de Cândido Vaccarezza. Sem Lula, os petistas da Câmara têm se comportado como crianças em grupo na ausência do bedel. A aposta política de Dilma é ao mesmo tempo concessiva e de alto risco. Ideli, a professorinha, terá muito trabalho para organizar essa pescaria.