Folha de S Paulo
QUANDO SE trata de aplicações financeiras dos comuns dos mortais é um tanto difícil, se não temerário, discutir opções que vão muito além de: 1) Renda fixa e seus fundos. Isto é, aplicações diretas em papéis do governo ou em "fundos de banco", os mais acessíveis sendo majoritária ou quase integralmente compostos de papéis da dívida pública; 2) Renda variável e seus fundos (ações de empresas); 3) A rudimentar e rotineiramente esfolada (pouco rentável) caderneta de poupança.
As alternativas restantes em geral exigem investimentos altos demais e/ou conhecimento financeiro e acompanhamento intensivo do mercado, o que exclui o grosso dos poupadores e dos leitores que escrevem para pedir dicas de investimento.
O colunista não está habilitado ou autorizado a "dar dicas". Se por mais não fosse (não é consultor nem fez fortuna nas finanças ou em outro ramo), o colunista não pode dar sugestões de investimento porque decisões de aplicação são como roupa sob medida: não há modelos.
Como qualquer consultor sensato e profissional está cansado de dizer, a decisão de investimento depende da idade do investidor (está para se aposentar?), do tamanho da família, do volume e da diversificação dos investimentos atuais, dos objetivos e prazos do investimento, da inclinação a correr riscos etc.
Nos momentos de incerteza sobre a economia e de viradas feias em alguns mercados, como agora, os pedidos de "dicas" se multiplicam. A "Bolsa vai mal" (isto é, o índice Bovespa e algumas ações de peso), o rendimento das cadernetas se apequena diante dos juros indecentes.
Isto posto, ao olhar para os desdobramentos menos improváveis da economia, haveria alguma lição genérica? Apenas o muito óbvio. Pelo menos desde os calotes dos anos 1980, ninguém perde dinheiro aplicando em juros da dívida do governo brasileiro (afora um ou outro especulador de curtíssimo prazo).
A taxa básica de juros está alta e ainda vai subir um ou dois ticos. Aí deve ficar até fins de 2012, pois a inflação ainda será um problema desagradável. É possível aproveitar essa onda e investir a longo prazo. Dá para pegar juros de 6,4% ao ano até 2020 ou 6,2% até 2024, mais a correção da inflação, no Tesouro Direto. É uma enormidade, e com o menor risco do mercado. É o melhor a fazer? Vide comentários acima. Melhor para quem? Até quando?
"A Bolsa está barata"? Sabe-se lá. Como sói acontecer, no início do ano se falava em Ibovespa "a 75 mil" ou "80 mil" pontos em dezembro. Está em 63 mil, 64 mil, por aí. No curto prazo (um ano), podem aparecer motivos para levar as ações muito abaixo ou muito acima. Depende do que acontecerá com, por exemplo, a política monetária (juros) de Brasil e EUA (que pode mudar a partir de junho ou ficar na mesma até meados de 2012), do desenrolar na crise europeia e até do ritmo da economia chinesa, fatores que mexem em ações como as da Vale e da Petrobras. Não obstante, "a Bolsa" não é apenas o Ibovespa.
De menos incerto, sabe-se que haverá confusão sobre rumos da economia, aqui e lá fora, até pelo menos o final do ano; os juros estão altos no Brasil. Há gente, profissionais, que ganha dinheiro nesses momentos de "volatilidade", variação de preços, grande. Para o comum dos mortais que corre mais riscos nesses momentos, é fácil ser esfolado.
As alternativas restantes em geral exigem investimentos altos demais e/ou conhecimento financeiro e acompanhamento intensivo do mercado, o que exclui o grosso dos poupadores e dos leitores que escrevem para pedir dicas de investimento.
O colunista não está habilitado ou autorizado a "dar dicas". Se por mais não fosse (não é consultor nem fez fortuna nas finanças ou em outro ramo), o colunista não pode dar sugestões de investimento porque decisões de aplicação são como roupa sob medida: não há modelos.
Como qualquer consultor sensato e profissional está cansado de dizer, a decisão de investimento depende da idade do investidor (está para se aposentar?), do tamanho da família, do volume e da diversificação dos investimentos atuais, dos objetivos e prazos do investimento, da inclinação a correr riscos etc.
Nos momentos de incerteza sobre a economia e de viradas feias em alguns mercados, como agora, os pedidos de "dicas" se multiplicam. A "Bolsa vai mal" (isto é, o índice Bovespa e algumas ações de peso), o rendimento das cadernetas se apequena diante dos juros indecentes.
Isto posto, ao olhar para os desdobramentos menos improváveis da economia, haveria alguma lição genérica? Apenas o muito óbvio. Pelo menos desde os calotes dos anos 1980, ninguém perde dinheiro aplicando em juros da dívida do governo brasileiro (afora um ou outro especulador de curtíssimo prazo).
A taxa básica de juros está alta e ainda vai subir um ou dois ticos. Aí deve ficar até fins de 2012, pois a inflação ainda será um problema desagradável. É possível aproveitar essa onda e investir a longo prazo. Dá para pegar juros de 6,4% ao ano até 2020 ou 6,2% até 2024, mais a correção da inflação, no Tesouro Direto. É uma enormidade, e com o menor risco do mercado. É o melhor a fazer? Vide comentários acima. Melhor para quem? Até quando?
"A Bolsa está barata"? Sabe-se lá. Como sói acontecer, no início do ano se falava em Ibovespa "a 75 mil" ou "80 mil" pontos em dezembro. Está em 63 mil, 64 mil, por aí. No curto prazo (um ano), podem aparecer motivos para levar as ações muito abaixo ou muito acima. Depende do que acontecerá com, por exemplo, a política monetária (juros) de Brasil e EUA (que pode mudar a partir de junho ou ficar na mesma até meados de 2012), do desenrolar na crise europeia e até do ritmo da economia chinesa, fatores que mexem em ações como as da Vale e da Petrobras. Não obstante, "a Bolsa" não é apenas o Ibovespa.
De menos incerto, sabe-se que haverá confusão sobre rumos da economia, aqui e lá fora, até pelo menos o final do ano; os juros estão altos no Brasil. Há gente, profissionais, que ganha dinheiro nesses momentos de "volatilidade", variação de preços, grande. Para o comum dos mortais que corre mais riscos nesses momentos, é fácil ser esfolado.