Entrevista:O Estado inteligente

sábado, setembro 12, 2009

Espaço As formas do universo

Borboleta no cosmo

Nebulosa captada pelo telescópio Hubble mostra
que as formas se repetem na natureza


Laura Ming

AP


Depois de uma reforma feita em pleno cosmo pela tripulação do ônibus espacial Atlantis, em maio, o telescópio Hubble voltou a deslumbrar o mundo na semana passada com suas fotos espetaculares do universo. Munido de novas câmeras, baterias, computadores e giroscópios, o veterano telescópio captou, entre outras imagens, a da nebulosa NGC 6302, resultado de uma explosão estelar ocorrida há 6 000 anos. A luz que o Hubble enxergou partiu da nebulosa há 3 800 anos. O que surpreende na NGC 6302 é que ela se parece com uma imensa borboleta de asas abertas em pleno voo.

É de imaginar por que a movimentação das forças cósmicas produziu uma nuvem de matéria estelar com aparência tão familiar à natureza de nosso planeta. A ciência já apresentou uma resposta a essa questão por meio da teoria da geometria fractal, criada por Benoit Mandelbrot, matemático polonês radicado nos Estados Unidos. Usando programas de computador, Mandelbrot formulou a tese de que, ao contrário do que supõe o senso comum, a natureza tem um repertório reduzido de formas, que se repetem indefinidamente nos reinos animal, vegetal e mineral. O sistema vascular que transporta a seiva nas folhas das plantas é similar aos deltas dos rios. Vistos com microscópio, os cristais dos flocos de neve seguem os mesmos padrões geométricos. Assim como as penas dos pavões e as conchas do mar. Não é de espantar, portanto, que uma nebulosa nos confins do espaço assuma a forma de uma borboleta bem terrestre. Só mesmo o grande Hubble – que com a reforma deve continuar funcionando até 2014 – para enxergar tão longe e trazer à tona essa semelhança.

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