Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, abril 22, 2008

Goveno volta a piscar os olhos para absurda exigência paraguaia

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Na era Lula, outra coisa que caiu em desgraça foi a palavra. O que se diz não vale absolutamente nada. O que se escreve, menos ainda. Por que isso? Ontem, Lula afirmou que o governo não renegociaria, de jeito nenhum!, o contrato com o Paraguai na compra da energia elétrica de Itaipu. Celso Amorim, ao menos tempo, dizia que o país estava aberto a negociações. Boa parte da imprensa, fazendo o seu trabalho, registrou o óbvio: eram falas contraditórias.

O Itamaraty divulga hoje uma nota ridícula em que diz que não há contradição nenhuma, mas complementaridade. Julguem vocês mesmos. Aqui, escrevi — e sustento — que Lula vai ceder a seu parceirinho ideológico.

E isso se confirmou numa entrevista dada há pouco por Edson Lobão, turista das Minas e Energia. Segundo o preclaro, o contrato será mantido, mas o Brasil está aberto a negociações. Ou seja: Lula está disposto a ceder. Mas do nosso jeito, entendem? Deixar-se chantagear fazendo de conta que está no comando do processo. Foi assim com a Bolívia.

A exigência paraguaia é absurda. O que o Brasil faz em Itaipu é praticamente pagar o aluguel por parte do terreno e pela água. Nada mais. A usina foi construída inteiramente com recursos brasileiros. O combinado entre estados, não entre governos, e que cada um teria direito a metade da energia; o que não fosse usado por um — no caso, o Paraguai, com uma economia infinitamente menor — seria necessariamente vendido ao outro pelo preço de custo.

O padreco da Escatologia da Libertação que ganhou as eleições, o tal Fernando Lugo, quer receber pelo preço de mercado. Por mm, tudo bem: então ele treia de pagar parte do preço da construção de Itaipu — que deve dar, assim, deixem-me ver, uns três Paraguais...

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