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É inacreditável!
O negócio é repetir uma mentira até que ela se torne verdade.
Já desmoralizei duas vezes, com números, não com opinião, uma certa ONG chamada Movimento Nossa São Paulo. É uma ocupação que distrai Oded Grajew, ex-empresário do setor de brinquedos, que depois brincou de assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, hoje, brinca de grande pensador do urbanismo brasileiro. A tal ONG disfarça o seu petismo congênito com o apoio do um monte de entidades por aí. Como já escrevi aqui no dia 25 de janeiro, “a sua ONG reúne 400 (!!!) entidades: entre elas, estão a ‘burguesa’ Fiesp, a ‘cúpida’ Bovespa e a muito ‘social’ cooperativa de catadores de lixo sei lá de onde. Essas ilusões pluralistas sempre me deixam muito comovido. E só não paro de escrever para chorar porque decidi ter o coração mais duro do que o do faraó...”
Em janeiro, Grajew e sua ONG vieram com a BOBAGEM de que a Prefeitura de São Paulo investe mais nas áreas ricas da cidade do que nas pobres. Demonstrei aqui o engodo. Não é que eles estão de volta com a mesma cascata? E não é que ganharam espaço no noticiário do UOL e, talvez, estejam amanhã nos jornais?
O portal comprou inteiramente a versão dos valentes. Leiam:
“Uma pesquisa realizada pela ONG Movimento Nossa São Paulo e divulgada nesta quinta-feira (24) traduz em números a desigualdade econômica e social entre as diferentes regiões da capital paulista. O estudo, feito com dados oficiais, fornecidos pela Prefeitura de São Paulo, revela que enquanto bairros de classe média como os de Pinheiros e Jardins têm serviços de saúde, educação e cultura semelhantes aos de países desenvolvidos, bairros da periferia da capital apresentam total carência de serviços essenciais.
O estudo revela quanto a Prefeitura efetivamente investe em cada uma das 31 subprefeituras da cidade. Ao analisar o orçamento de cada subprefeitura em 2006 e dividi-lo pelo número de habitantes atendidos, a ONG conseguiu detectar que o volume de recursos que chega aos bairros ricos é em média 4 vezes maior que chega aos bairros pobres.”
Acontece que essa é uma conta de energúmenos ou de malandros. Vocês decidem. Sabem por quê? O orçamento das Subprefeituras CORRESPONDE A MENOS DE 4% DO ORÇAMENTO DA CIDADE. Pegar uma fatia ínfima do Orçamento e tratá-lo como se presentasse 100% é uma estupidez.
Repito aqui o que escrevi no dia 25 de janeiro:
“Sabem o que é impressionante? Grajew vendeu essa mesma tese às rádios há três meses. O dinheiro das subprefeituras é só para a manutenção de aparelhos públicos — não é investimento. Escrevi então: “Nas contas perturbadas (...), simplesmente não entram os investimentos das outras secretarias, prioritariamente voltados para as áreas pobres da cidade. O Hospital do M’Boi Mirim, por exemplo, entra na conta (...)? Não! As 60 AMAs (unidades de saúde) da periferia entram? Não! E os 24 novos CEUs? Também não. (..) É absolutamente razoável que se gaste mais em Pinheiros, nesse quesito, do que na Capela do Socorro. Porque Pinheiros não terá muito além dessa verba de manutenção, eis a verdade.”
É impressionate que esse tipo de coisa ainda prospere.