A escassez de alimentos não vai ser debelada tão cedo porque está sendo causada por motivos estruturais de difícil solução.
O galope dos preços do arroz é porque a principal causa dessa crise é o aumento do consumo dos países emergentes, especialmente os da Ásia. Ninguém pode dizer que o produto esteja sendo desviado para produção de biocombustíveis. E, de quanto se sabe, nenhum fundo de hedge se interessou por despejar dólares para especular nos seus mercados futuros. O simples fato de que seja base da dieta da maior parte da população oriental parece comprovar que é o aumento do consumo das camadas mais pobres daquelas paragens que está provocando a disparada dos preços.
Isto posto, não há como escapar do fato de que essa crise, que alcança praticamente todos os grãos, carnes e lácteos, só poderá ser superada com mais produção e aumento da produtividade. O problema é que esse projeto esbarra em outro enorme obstáculo: a escassez e a disparada dos preços dos fertilizantes.
No Brasil, onde cerca de 70% dos adubos usados na agricultura são importados, os preços médios estavam em março 58% mais altos do que há 12 meses. Apenas no primeiro trimestre deste ano a alta foi de 25%, como aponta o analista Elton Bicudo, da Tendências Consultoria, e pode ser avaliada no gráfico. Apesar da queda do dólar nos mercados, em abril, as importações de fertilizantes cresceram 73,2% em relação a abril de 2007.
No primeiro trimestre, as vendas cresceram 7,9% quando comparadas com as de igual período do ano anterior, atingindo o recorde de 5,42 milhões de toneladas.
O analista da Agroconsult, Francisco Cléber Vieira, lembra que somente os países do Leste da Ásia consomem mais da metade da produção mundial, que em 2007 foi estimada em 167,6 milhões de toneladas. O Brasil é o quarto maior consumidor.
Os fertilizantes correspondem à mistura de três componentes: nitrogenados, fosfóricos e potássicos. A maior parte dos nitrogenados é derivada do petróleo, cujos preços já se sabe onde estão. Mas tem fornecedores espalhados ao redor do mundo. Os outros dois componentes são minérios cujo aumento da produção enfrenta fortes limitações. Os de base fosfática vêm principalmente de Marrocos e Israel. Os quase únicos fornecedores dos potássicos são Canadá, Rússia e Alemanha.
Não dá para dizer que esta seja uma barreira inultrapassável, mas impede uma solução rápida para a crise.
O galope dos preços do arroz é porque a principal causa dessa crise é o aumento do consumo dos países emergentes, especialmente os da Ásia. Ninguém pode dizer que o produto esteja sendo desviado para produção de biocombustíveis. E, de quanto se sabe, nenhum fundo de hedge se interessou por despejar dólares para especular nos seus mercados futuros. O simples fato de que seja base da dieta da maior parte da população oriental parece comprovar que é o aumento do consumo das camadas mais pobres daquelas paragens que está provocando a disparada dos preços.
Isto posto, não há como escapar do fato de que essa crise, que alcança praticamente todos os grãos, carnes e lácteos, só poderá ser superada com mais produção e aumento da produtividade. O problema é que esse projeto esbarra em outro enorme obstáculo: a escassez e a disparada dos preços dos fertilizantes.
No Brasil, onde cerca de 70% dos adubos usados na agricultura são importados, os preços médios estavam em março 58% mais altos do que há 12 meses. Apenas no primeiro trimestre deste ano a alta foi de 25%, como aponta o analista Elton Bicudo, da Tendências Consultoria, e pode ser avaliada no gráfico. Apesar da queda do dólar nos mercados, em abril, as importações de fertilizantes cresceram 73,2% em relação a abril de 2007.
No primeiro trimestre, as vendas cresceram 7,9% quando comparadas com as de igual período do ano anterior, atingindo o recorde de 5,42 milhões de toneladas.
O analista da Agroconsult, Francisco Cléber Vieira, lembra que somente os países do Leste da Ásia consomem mais da metade da produção mundial, que em 2007 foi estimada em 167,6 milhões de toneladas. O Brasil é o quarto maior consumidor.
Os fertilizantes correspondem à mistura de três componentes: nitrogenados, fosfóricos e potássicos. A maior parte dos nitrogenados é derivada do petróleo, cujos preços já se sabe onde estão. Mas tem fornecedores espalhados ao redor do mundo. Os outros dois componentes são minérios cujo aumento da produção enfrenta fortes limitações. Os de base fosfática vêm principalmente de Marrocos e Israel. Os quase únicos fornecedores dos potássicos são Canadá, Rússia e Alemanha.
Não dá para dizer que esta seja uma barreira inultrapassável, mas impede uma solução rápida para a crise.