apenas com dois candidatos voando é...
... o dilema democrata
André Petry, de Nova York
Jessica Rinaldi/Reuters |
O Gandhi de paletó e a candidata a Pinóquio, num enésimo debate na televisão: risco de infecção petista |
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Estará o Partido Democrata dos Estados Unidos na rota de contrair a mesma infecção do Partido dos Trabalhadores de Lula na década passada? Nas sucessivas eleições que disputou até ganhar, Lula saboreou a liderança nas pesquisas, em alguns casos com dianteira que parecia imbatível, mas sua candidatura, por uma razão ou outra, acabava derretendo antes da linha de chegada. Em 1994, por exemplo, faltando seis meses para a eleição, Lula tinha quase o dobro das intenções de voto de Fernando Henrique Cardoso. Nas urnas, com a lavada do Plano Real, perdeu já no primeiro turno. Será esse o destino dos democratas: largar bem e murchar lá na frente? Há poucos meses, a eleição deste ano estava na mão deles. Por razões óbvias. Depois de sete anos sob o comando do republicano George W. Bush, os Estados Unidos ficaram um país pior. Estão metidos numa guerra impopular e interminável, escorregam para uma recessão cada vez mais provável e sua influência mundial sofre contestações em todas as frentes. Setenta por cento dos americanos querem ver Bush pelas costas. Nada disso mudou nas últimas semanas, a popularidade do presidente continua pedestre, mas o otimismo democrata começa a exibir sintomas de exaustão.
Tudo porque, uma primária após a outra, a disputa entre os senadores Barack Obama e Hillary Clinton continua sem um vencedor. Na semana passada, depois da votação na Pensilvânia, os democratas permaneceram diante de um cenário imutável. Hillary venceu Obama com 10 pontos de vantagem, 55% a 45%, cravando uma vitória inequívoca, mas o quadro geral mantém o Partido Democrata no pior dos mundos: nem Hillary está fraca demais para desistir (tanto que ganhou na Pensilvânia) nem Obama está forte demais para se proclamar vencedor (tanto que perdeu na Pensilvânia). Assim encruadas, as primárias democratas estão ficando com a cara dos discursos do senador Eduardo Suplicy: não mudam nada e não terminam nunca, mas todo mundo aplaude. Sim, as primárias são um sucesso de público e crítica, exibem o vigor da democracia americana e a diversidade ímpar de um partido que lança uma mulher e um negro, mas a duração da disputa já causa apreensão no consistório democrata. Enquanto Obama e Hillary pulam de debate em debate na televisão e brigam entre si, o republicano John McCain, com a candidatura já garantida, faz campanha sem ser importunado. Na semana passada, dava-se ao desfrute de visitar "lugares esquecidos da América", nos quais colhia aplausos, votos e imagens para seus programas eleitorais na TV.
A cúpula democrata teme que uma batalha longa e sangrenta fragilize o escolhido na hora de disputar a eleição em novembro, mas não existe um padrão histórico em que se possa confiar. Em 1960, John Kennedy enfrentou uma disputa demorada e amarga dentro do Partido Democrata, mas, depois de levar a indicação, venceu o republicano Richard Nixon – vitória apertadíssima, mas inquestionável. Os longos meses de primárias talvez tenham sido até uma vantagem para Kennedy. Aos 43 anos, ele ganhou um palco permanente para se tornar conhecido pelo eleitorado. Duas décadas mais tarde, deu-se o contrário. O presidente Jimmy Carter, querendo concorrer à reeleição, suou para conquistar a candidatura, mas acabou levando uma surra histórica do republicano Ronald Reagan. Quem descobrir o que faz um candidato de sucesso terá encontrado o Santo Graal da política, mas, enquanto isso não acontece, parece que os fatos, fabricados ou não, pesam mais que a duração de uma prévia. Antes da eleição de 2004, a aparição de Osama bin Laden num vídeo ajudou Bush a derrotar o insosso John Kerry e reeleger-se. Em 2006, quando o eleitor já trocara o medo do terrorismo pelo espanto diante da inépcia da Casa Branca em socorrer as vítimas do Katrina, os democratas deram o troco e fizeram maioria no Congresso.
Uriel Sinai/Pool/Reuters |
McCain, ao vento, mas com lenço e com documento: viagens a lugarejos, votos, aplausos e óculos prafrentex |
Ainda que se saiba se contendas intermináveis são boas ou ruins, é certo que ninguém as recomenda. Afinal, não é preciso ser um PMDB para que uma competição demorada degenere num confronto agressivo e abra feridas difíceis de cicatrizar. Além disso, quanto mais longa a corrida, maior a probabilidade de os candidatos tropeçarem nos próprios pés. Obama e Hillary têm sido maratonistas exímios nesse quesito. Ninguém perguntou a Obama o que ele achava daquele pedaço do operariado branco da Pensilvânia que insiste em lhe negar o voto, mas ele resolveu dizer – em privado, mas vazou para o público – que era uma gente "amarga" que, na hora da dificuldade, "se aferra à fé e às armas". Depois disso, é surpreendente que ainda tenha levado 45% dos votos locais. Hillary, que gosta de apresentar-se mais como candidata ao posto de comandante-em-chefe do que ao cargo de presidente da República, inventou de dizer que, em 1996, desembarcou na Bósnia debaixo de fogo cruzado. A lorota destinava-se a reforçar sua imagem de mulher de pulso forte capaz de liderar um país "em guerra" num mundo "em perigo". Logo apareceu um vídeo que mostrava Hillary desembarcando no aeroporto calmamente, junto com a filha Chelsea. Ambas sorriam.
Não fosse o estrago das primárias, Hillary poderia concorrer com McCain sem se expor ao risco de ser chamada de Pinóquio, e Obama ainda ostentaria aquela aura de Gandhi de paletó. Uma das boas piadas políticas da temporada diz o seguinte: "Os democratas precisam escolher um de dois candidatos: Hillary, que nasceu em Illinois e fez carreira em Nova York, e Obama, que fez carreira em Illinois e parece que nasceu numa manjedoura". Parecia, antes do bombardeio das primárias. Agora, abriu-se uma divisão dentro do próprio eleitorado democrata. Uma pesquisa recente mostrou que 19% dos eleitores de Obama dizem que não votarão em Hillary em novembro se ela for a candidata do partido. Preferem McCain. Se Obama for o candidato, três em cada dez eleitores de Hillary afirmam que votarão em McCain. É uma sangria perigosa. Talvez seja efeito da luta fratricida que expõe à luz os podres de cada lado, mas também pode ser conversa mole de eleitor. Em 2000, nas prévias dos republicanos, mais da metade dos que apoiaram McCain diziam que negariam seu voto a Bush e escolheriam John Kerry. A maioria estava só fazendo marola. Na urna, sete em cada dez cravaram Bush.
Wilson/AP | AP |
Os dois tiveram prévias duras e destino desigual: Carter (à esq.) levou uma surra, Kennedy levou a Casa Branca |
Apesar da derrota da semana passada, Obama mantém o jogo a seu favor: tem mais votos populares, mais delegados eleitos, mais vitórias estaduais – e, embora ainda perca em número de superdelegados, a cada semana rouba de Hillary o apoio de um deles. Obama, portanto, tem tudo para levar a indicação, mas não leva. Os superdelegados, codinome da cartolagem que tem direito previamente assegurado de votar na convenção do partido, poderiam colocar um ponto final na pendenga. O fato de não tomarem uma atitude, seja anunciando sua preferência, seja conclamando Hillary a desistir, emite dois sinais: mostra a influência que os Clinton exercem sobre a máquina do partido e revela uma insegurança em relação à consistência da candidatura de Obama. Em que pese sua dianteira, Obama ainda não venceu em estado com peso eleitoral e não consegue atrair a turma que veste macacão, tem pele branca e vai à igreja. Na Pensilvânia, Hillary ficou com 60% dos votos dos brancos e 70% dos católicos. Obama compensou abocanhando 92% dos negros, deixando apenas 8% para Hillary. Mas será que um candidato que não atrai o voto dos brancos e religiosos é capaz de vencer um republicano como McCain?
Com sua estampa simpática e óculos escuros de velhinho prafrentex, McCain vem crescendo pelos méritos próprios e pelos deméritos alheios. Sua campanha é bem orientada, tem bússola, lenço e documento, e tenta equilibrar-se numa distância clínica do impopular Bush: nem tão longe que pareça desprezo covarde, nem tão perto que pareça aliança ardente. Os ataques de Obama contra Hillary (pesos-pena, pontuais) e os ataques de Hillary contra Obama (pesos-pesados, generalizados) fazem o resto do serviço a favor de McCain. Em números. No ano passado, foram divulgadas 59 pesquisas confrontando Hillary e McCain. A senadora apareceu na frente em 34, empatou em cinco e perdeu em vinte. No caso de Obama, foi um rolo compressor. Em cinqüenta pesquisas, ele venceu McCain em 33, empatou em oito e perdeu em apenas nove. No balanço total, o saldo é o seguinte: de 109 pesquisas divulgadas no ano passado, os democratas ganharam em 67 e perderam em 29. Isso mostra que, com qualquer dos candidatos, os democratas estavam sobrando no jogo. Mas o quadro mudou. Nas pesquisas mais recentes, McCain perde para os dois, mas pode ser apenas ilusão estatística: a diferença, em ambos os casos, diminuiu tanto que agora fica dentro da margem de erro.
1. Quando os eleitores americanos elegerão o seu novo presidente? A eleição está marcada para 4 de novembro de 2008. O pleito indicará o 44º presidente dos Estados Unidos, pois o atual ocupante do cargo, George W. Bush, do Partido Republicano, não pode concorrer outra vez -- ele já foi reeleito em 2004, quando derrotou John Kerry, do Partido Democrata. Ao contrário do que geralmente ocorre nos EUA, onde um presidente reeleito costuma apoiar seu vice na eleição seguinte, Dick Cheney não será candidato. Por escolha própria, o vice de Bush abdicou da disputa antes mesmo da votação de 2004 (quando Bush chegou a cogitar a troca de seu companheiro de chapa). Será a primeira eleição sem um presidente ou vice em 80 anos. |
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2. Por que os pré-candidatos começaram essa campanha tão cedo? Por causa da realização das eleições primárias, no início de 2008, e da busca de recursos para financiar as campanhas, a corrida começou nos primeiros meses de 2007. Em primeiro lugar, os pré-candidatos precisavam ganhar projeção nacional (em palestras, comícios e viagens) e viabilizar uma candidatura vitoriosa. Só assim teriam chances de chegar às primárias com força. Em relação à arrecadação, é uma necessidade legal. A legislação eleitoral americana é muito rigorosa no controle das doações feitas pelos simpatizantes de cada pré-candidato. Para poder receber qualquer valor, o político que almeja chegar à Casa Branca deve obrigatoriamente formar um "comitê exploratório", tornando oficial sua intenção de concorrer. |
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3. Como funciona o processo de eleição do presidente americano? O presidente não é eleito por voto popular, mas sim por um colégio eleitoral. O colégio tem 538 votos, divididos entre os estados. Em quase todos, o vencedor do voto popular leva todos os votos do colégio eleitoral do estado. Na eleição de 2000, Bush venceu assim: mesmo tendo menos votos que o rival Al Gore na soma do país todo, foi o mais votado na Flórida, e levou todos os votos do colégio eleitoral naquele estado. A distribuição dos votos no colégio é feita de acordo com o número de deputados e senadores de cada estado. O estado mais populoso, a Califórnia, tem 55 votos no colégio (ou cerca de 10% do total, apesar de abrigar 12% da população americana). |
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4. Por que a escolha do presidente não é feita pela votação popular? O sistema de colégio eleitoral é uma velha tradição americana, e por isso jamais foi alterado. Ele surgiu na constituição de 1787, quando os treze estados que formavam o país na época não quiseram entregar a eleição do presidente ao povo. Assim, cada assembléia legislativa estadual ficava encarregada de votar no colégio. Com o tempo, os membros do colégio passaram a ser apontados pelos partidos e, em seguida, pela votação popular -- o que ocorre até hoje. De tempos em tempos aparecem tímidas propostas para mudar o sistema. A possibilidade de transformação, porém, é considerada remota, pelo menos a curto e médio prazos. |
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5. Como os candidatos são indicados por democratas e republicanos? Através das convenções dos partidos, em que delegados de todos os estados se reúnem e indicam quem é o candidato de sua preferência. Os delegados, por sua vez, são escolhidos nos meses que antecedem as convenções, em votações primárias e assembléias ("caucuses"), nos estados. Nas primárias, os eleitores filiados a cada partido vão às urnas -- de forma voluntária -- e indicam qual candidato preferem. Na assembléia, ou caucus, os eleitores se reúnem em locais públicos ou residências, discutem qual é o melhor nome e optam por um deles. A porcentagem de votos nas primárias e de adesões nas assembléias corresponde ao número de delegados enviados à convenção para defender cada candidato. Na prática, o favorito dos seguidores de cada partido é apontado pelos próprios eleitores e depois consagrado publicamente nas convenções. |
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6. Qual é o calendário das indicações dos dois principais partidos? De janeiro a junho, as assembléias e primárias indicam os delegados para as convenções. Por volta de março, contudo, os candidatos geralmente já estão definidos, e as primárias restantes passam a ter valor apenas simbólico. Entre 25 e 28 de agosto, os democratas realizam a sua convenção, em Denver, Colorado. Entre 1 e 4 de setembro, é a vez dos republicanos, em St. Paul, Minnesota. Com os candidatos escolhidos, a campanha começa oficialmente logo em seguida. Depois da votação de 4 de novembro, os integrantes do colégio eleitoral se reúnem em 15 de dezembro para confirmar o vencedor. No dia 6 de janeiro de 2009, o resultado oficial é apresentado ao Congresso dos EUA. Em 20 de janeiro, o novo presidente é empossado. A seguir, todas as datas das assembléias e votações primárias:
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7. Quem são os concorrentes mais fortes até o começo das primárias? Pelo menos sete pré-candidatos são apontados como concorrentes sérios nos dois partidos até o momento. Entre os republicanos, Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York; Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts; e John McCain, senador pelo Arizona, despontaram como os principais nomes, mas Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas, virou o ano em alta nas pesquisas. Entre os democratas, Hillary Clinton, senadora por Nova York; Barack Obama, senador por Illinois; e John Edwards, ex-senador pela Carolina do Norte, lideram as intenções de voto. A possibilidade de outro candidato forte entrar na briga é quase nula. Em 2007, os principais alvos dos rumores nesse sentido foram o antigo vice-presidente Al Gore (democrata) e o ex-deputado Newt Gingrich (republicano). Agora já não há mais tempo para uma candidatura de última hora. |
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8. Qual é o favorito entre os pré-candidatos da oposição democrata? Nome mais citado para a sucessão de Bush desde o pleito de 2004, a senadora Hillary Clinton é a figura de maior destaque entre os democratas. A mulher do ex-presidente Bill Clinton é mais conhecida que os rivais e tem o maior poder de arrecadação de fundos para campanha. Se eleita, será a primeira mulher a presidir os EUA. Nos últimos meses, contudo, ganhou fôlego na briga o senador Barack Obama, que empolga boa parte do eleitorado democrata pela juventude e carisma. Cresceu nas pesquisas com o apoio declarado da apresentadora de TV Oprah Winfrey. Se eleito, Obama será o primeiro negro na presidência. Nas pesquisas nacionais, Hillary virou o ano em primeiro lugar, com Obama em segundo e Edwards em terceiro. |
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9. Qual é o favorito entre os pré-candidatos republicanos (governistas)? Entre os eleitores, o preferido até agora é Rudy Giuliani, ainda muito admirado pelo papel exercido como prefeito nova-iorquino depois do atentado de 11 de setembro de 2001. Nas sondagens nacionais, ele aparece em primeiro lugar entre os republicanos. Mas Giuliani, casado três vezes e dono de posições rejeitadas pela ala majoritária do partido, tem forte rejeição entre importantes líderes republicanos (além da oposição dos grupos religiosos que costumam apoiar seus candidatos). O preferido desses grupos seria John McCain, aparecia apenas em quarto lugar nas sondagens do fim de 2007. Além das marcas ruins nas pesquisas, o senador é considerado velho demais -- se vencer a eleição, tomará posse aos 72 anos. O segundo colocado no fim de 2007 era Mitt Romney, seguido por Mike Huckabee. |
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10. Qual será o papel de George W. Bush e Dick Cheney na eleição? Se a popularidade do presidente continuar baixa, Bush deverá se afastar da campanha. Se recuperar pelo menos parte de sua aprovação popular, deverá subir ao palanque do candidato republicano para pedir votos e tentar garantir a manutenção do partido no poder. Em qualquer cenário, porém, Bush e Cheney serão personagens centrais da disputa. Os democratas deverão centrar fogo nos fracassos da gestão republicana. Os governistas tentarão defender as escolhas do atual presidente -- ou, numa jogada mais arriscada, criticar o próprio governo Bush e tentar ganhar votos com a insatisfação provocada pelo atual governo. |
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11. Qual é o peso da guerra do Iraque para a campanha presidencial? Todos os analistas políticos americanos apontam a guerra como tema central da disputa presidencial de 2008. A crescente falta de apoio popular à presença americana no Iraque pode não só minar as chances de vitória dos republicanos como também derrubar a principal candidata democrata -- na época da invasão, Hillary Clinton apoiou Bush na decisão de atacar. Por isso, Barack Obama deve insistir no assunto para enfraquecer a adversária. Como o senador ainda não estava no Congresso quando os EUA atacaram, ele não tem histórico de votações favoráveis a Bush na questão. Nos últimos meses, Obama foi um dos principais críticos da guerra na política americana. |
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12. Quais são os outros temas em destaque na campanha até agora? Além da guerra e do combate ao terrorismo internacional, os candidatos e eleitores dedicam suas atenções aos assuntos internos. Ao contrário da última eleição, em que a guerra ao terror foi o tema dominante, a atual corrida eleitoral discute a política imigratória, o sistema de saúde, o combate ao desemprego e os acordos comerciais. Nos primeiros debates dos republicanos e democratas, as questões mais divisivas foram a imigração e a saúde pública. Alguns candidatos falam em conceder alguns direitos a imigrantes ilegais e oferecer sistema de atendimento médico a todos os cidadãos do país. Outros querem endurecer o combate aos ilegais e rejeitam mudanças na saúde. |
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13. Qual é a tendência sinalizada nas primeiras pesquisas de opinião? Os números das sondagens realizadas em 2007 apontam para certo favoritismo dos democratas. Os candidatos do partido empolgam e mobilizam o eleitorado como havia muito não se via. A presença de Hillary e Obama na campanha atrai mais mulheres e negros para o debate político. Entre os republicanos, o problema é justamente a falta de empatia com os candidatos. Rudy Giuliani, o mais famoso e carismático, não agrada aos mais conservadores. As pesquisas realizadas até agora, contudo, significam quase nada. Com o sistema de colégio eleitoral, um candidato favorito disparado na eleição popular (no momento, a democrata Hillary) pode não conseguir vencer o pleito. |
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14. Qual resultado é melhor para o Brasil? Democrata ou republicano?
Ainda não se sabe, já que as plataformas dos governistas e oposicionistas ainda são desconhecidas. Os governos republicanos geralmente são menos protecionistas do que os democratas, o que em teoria beneficia os produtores brasileiros que exportam para os EUA. Mesmo assim, os políticos democratas têm a simpatia de muitos setores importantes da política brasileira, enquanto a rejeição ao partido de Bush é grande no país. Apenas com a definição dos candidatos de cada partido será possível dizer ao certo qual cenário é melhor para os brasileiros.