Reunião do governo sobre gasolina é retrocesso histórico
Preço controlado é um filme que não queremos ver de novo. A reunião de ontem do governo para adiar o reajuste da gasolina é um retrocesso histórico. Voltamos ao tempo da corrida aos postos. Naquela época, o preço da gasolina era definido pelo Ministério da Fazenda. Em 97 foi aprovada a nova lei do petróleo, que tentou implementar um sistema de preços livre e competitivo. Quem entrar no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP) verá escrito que os preços não são controlados. (vejam aqui)
Pelo que se viu ontem no Planalto, isso não é verdade. Os preços de derivados comprados pelas empresas, como óleo combustível, querosene de aviação e a nafta, sobem todo mês. Na verdade, estamos no pior dos mundos. Os preços que sobem são impostos pela estatal de forma monopolista, sem competição. Ela controla todas as etapas da produção.
Os preços que estão congelados, como gasolina, diesel e gás, não sobem por decisão política. Tudo isso é uma distorção. Por um lado uma empresa de capital aberto é tratada como parte do aparato do governo. Por outro, a política é barreira à entrada de outras empresas no negócio. Quem quer entrar num mercado em que o preço não tem transparência e é definido numa reunião na Presidência da República?
Essa política até parece proteger o consumidor. Mas foi controlando preços desse jeito que o Brasil produziu aquela inflação maluca do passado.