Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
terça-feira, setembro 11, 2012
Esqueçam o que eu disse - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 11/09
Até a semana passada, o último presidente da França eleito com um discurso socialista a mudar rapidamente seus pontos de vista fora François Mitterrand. Eleito em 1981, ele levou um ano e meio para adotar uma política econômica reconhecidamente ortodoxa. O atual presidente, também socialista, François Hollande, levou apenas quatro meses para abandonar seus compromissos anteriores.
Ele foi eleito em 6 de maio e assumiu uma semana depois, com uma plataforma tipicamente contra "tudo o que está aí". Rejeitou a política econômica de seu antecessor, Nicolas Sarkozy, que priorizara a austeridade, para pregar uma política econômica voltada para o aumento inteligente das despesas públicas, que geraria crescimento econômico e emprego. E, é claro, não seria o caudatário da durona chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ao contrário de Sarkozy.
Pois, nesse fim de semana, Hollande foi obrigado a engolir seu discurso anterior. Em vez de acelerado crescimento do PIB, admitiu um avanço neste ano "apenas superior a zero" e, em 2013, de 0,8%, não mais de 1,2% como projetado anteriormente. Em vez de menos austeridade, impôs um pacote fiscal de 33 bilhões de euros, dos quais 20 bilhões de euros virão de elevação de impostos, e outros 13 bilhões de euros, de redução das despesas públicas - portanto, de menos consumo. Mais ainda, avisou que encaminhará reformas das leis trabalhistas. Não disse quais, mas não precisa explicar que serão reduzidos os custos de contratação de mão de obra, logo, de suspensão de certos direitos trabalhistas.
Hollande evitou a expressão "mais sacrifícios". Mas disse quase o mesmo: pediu "o maior esforço econômico em 30 anos". Alívio à vista? Sim, mas somente para 2014 ou, quem sabe, 2015.
Em Portugal, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não mudou sua retórica, sempre arraigadamente conservadora. Mas apertou ainda mais os cintos dos portugueses. Em janeiro, com o apoio do sindicato socialista, definira uma reforma trabalhista que facilitará demissões e diminuirá feriados. Reduziu também o tempo máximo de pagamento do seguro-desemprego, de três para dois anos. E, agora, determinou a elevação de 11% para 18% da contribuição dos trabalhadores à previdência.
Ninguém pode alegar que a Alemanha impõe uma política econômica suicida ao resto da área do euro. A guinada da França ou o reforço da austeridade de Portugal são apenas consequências da falta de opção. Quando o rombo orçamentário segue alto demais e faltam interessados em continuar comprando títulos de dívida nas mesmas proporções, o que sobra é mais aperto.
Países com moeda própria ainda poderiam adotar políticas heterodoxas, como imprimir dinheiro para pagar as contas, mesmo sabendo que práticas desse tipo também custam caro em inflação e perda de confiança. Mas não é o caso dos sócios do bloco do euro - que também não pretendem voltar à moeda própria, cientes de que isso lhes custaria ainda mais caro.
As decisões tomadas por França e Portugal indicam que a recessão e o desemprego vão se aprofundar na área do euro. E mais, apontam não só que a transferência da conta da crise ainda vai continuar mas, também, que a fase de ajuste vai se esticar por mais tempo do que se imaginava há alguns meses.
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
setembro
(407)
- Os males do Brasil - ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
- Outro lado do mensalão - MAÍLSON DA NÓBREGA
- A raiz do problema - DORA KRAMER
- O pós-mensalão - MERVAL PEREIRA
- A democracia tutelar - CLAUDIO DE MOURA CASTRO
- O valor da educação - SUELY CALDAS
- Tapar o sol - FERREIRA GULLAR
- O clandestino - DANUZA LEÃO
- A hora da saideira - JOÃO UBALDO RIBEIRO
- O mais grave dos riscos - MIRIAM LEITÃO
- Pressão por mudanças - CELSO MING
- Enquanto isso, no Senado... - EDITORIAL O ESTADÃO
- Consumo evitou PIB menor - ALBERTO TAMER
- A realidade distorcida - JOÃO BOSCO RABELLO
- PLula está definhando? - EDITORIAL O ESTADÃO
- João Grilo era feliz e não sabia - GAUDÊNCIO TORQUATO
- No gogó da Grande Mãe - VINICIUS TORRES FREIRE
- Reinaldo Azevedo
- Casa Nova, por Carlos Brickmann
- Oportunidade perdida - MERVAL PEREIRA
- Risco conhecido - MIRIAM LEITÃO
- A hora do investimento - CELSO MING
- O novo e o velho - EDITORIAL FOLHA DE SP
- As contas da estagnação - EDITORIAL O ESTADÃO
- Prazeres na "nuvem" - RUY CASTRO
- A loucura do rigor europeu - PAUL KRUGMAN
- O remédio como doença - NELSON MOTTA
- O PT na hora do lobo - FERNANDO GABEIRA
- Pontos divergentes - MERVAL PEREIRA
- A hora H - DORA KRAMER
- Dois anos de PIB magro - MIRIAM LEITÃO
- PIB com baixa reação - CELSO MING
- Improvisação e imediatismo-ROGÉRIO FURQUIM WERNECK
- O sonho real - Ruy Castro
- CLAUDIO HUMBERTO
- Governo do PT é uma fraude - ROBERTO FREIRE
- O humor negro do BC Editorial Estadão
- Liberdade ameaçada Editoral da Folha
- A quebra de sigilos pela Receita - EDITORIAL O GLOBO
- Censura em rede Editorial da FOLHA
- Os gêmeos - IGOR GIELOW
- À flor da pele - MERVAL PEREIRA
- Cultura do rapapé - DORA KRAMER
- Aperto e emissões demais - CELSO MING
- A China no centro - MIRIAM LEITÃO
- EUA 'primarizam' importação - ALBERTO TAMER
- CLAUDIO HUMBERTO
- O escolhido e o mensalão - EDITORIAL O ESTADÃO
- Economia ainda de cama - VINICIUS TORRES FREIRE
- O etanol é para valer? - ADRIANO PIRES
- Os dólares do 'seu' Jacques. E os de Dilma Carlos ...
- A teoria política da corrupção Demétrio Magnoli
- Dilma e a ética pública - MERVAL PEREIRA
- Comparação indevida - DORA KRAMER
- Aperta que vai - CELSO MING
- Ainda que tardia - MIRIAM LEITÃO
- Crise na Comissão de Ética Editorial Estadão
- A crise embutida num indulto a mensaleiros - EDITO...
- Bravo tatu-bola - RUY CASTRO
- CLAUDIO HUMBERTO
- Marcha a ré na exportação Rolf Kuntz
- Rezar? Roberto DaMatta
- Os réus morais do mensalão José Neumanne
- Portos: nova rodada de concessões? Josef Barat
- A política de rabo preso
- Ele merece perdão?
- O mensalão bate na porta
- Favela ou curral?
- Ferreira Gullar - Uma visão crítica das coisas
- VEJA 2285 24/09/2012
- 25/09/2012
- Só com censura - J.R. GUZZO
- Escândalo olímpico - EDGAR ALVES
- A esquerda venceu? - RENATO JANINE RIBEIRO
- os comissários da ignorância - LUIZ FELIPE PONDÉ
- Fim em si - RUY CASTRO
- Populismo, mensalão e voto - JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Miau! Miau! Miau! - RICARDO NOBLAT
- Hoje só amanhã - MELCHIADES FILHO
- Democracias - DENIS LERRER ROSENFIELD
- Desliguem as câmeras no STF já - GUILHERME FIÚZA
- Buscando a excelência - LYA LUFT
- Dilma e os fatos da vida - ROLF KUNTZ
- Triste realidade - MERVAL PEREIRA
- Depois do vendaval - DORA KRAMER
- Os investimentos de Dona Dilma - SUELY CALDAS
- A arte de nosso tempo - FERREIRA GULLAR
- Meia solução - CELSO MING
- Meia solução - CELSO MING
- Paralimpíadas é a mãe - JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Recorde de audiência - DANUZA LEÃO
- Os bancos centrais mudaram? - HENRIQUE MEIRELLES
- Risco de indulto para mensaleiros - VINICIUS SASSINE
- O compromisso com o erro - JOÃO BOSCO RABELLO
- Direito no centro da atenção - MIRIAM LEITÃO
- BCs se animam e vão à luta - ALBERTO TAMER
- E se Jesus voltasse à Terra? - LEE SIEGEL
- Oráculo chinês - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Reeleições 'ad infinitum'? - SERGIO FAUSTO
- Não há deuses na política - GAUDÊNCIO TORQUATO
-
▼
setembro
(407)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA