O Estado de S. Paulo - 02/06/2011 |
Para um ano de crise, logo, de redução de encomendas para os países ricos, não há por que colocar defeito no comportamento das exportações do Brasil. O resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano é 30% maior do que no mesmo período de 2010. Ao mesmo tempo, vai aparecendo, mês após mês, certa desaceleração do crescimento das importações, em consequência do processo de redução da velocidade do consumo interno. Há um ano, as importações avançavam a mais de 40%. Neste ano, avaliado pelo mesmo critério, avança a 30,4%. Há dez dias, o ex-ministro do Desenvolvimento do governo Lula, Miguel Jorge, avisou que é alta a probabilidade de que o saldo comercial (diferença entre exportações e importações) do Brasil, ao longo deste ano, atinja US$ 30 bilhões. É um número significativamente superior às projeções, mas perfeitamente alcançável diante da perspectiva de manutenção de preços altos dos produtos agrícolas e da perda de força das importações. Muitos analistas vêm afirmando que esse desempenho está fortemente relacionado com os bons preços dos produtos primários, especialmente das commodities agrícolas, cujo peso na pauta exportadora foi de 48% nos primeiros cinco meses do ano. Essa avaliação talvez não leve em conta outros fatores. Na edição de terça-feira, esta Coluna levantava a hipótese de que parte desse bom desempenho das exportações se deva à entrada disfarçada de moeda estrangeira, com o objetivo de driblar a cobrança do IOF de 6% imposta às entradas de capital destinadas à aplicação de renda fixa, não à remuneração do exportador. Nesse caso, seria preciso admitir a existência de operações superfaturadas de exportação. Ou seja, assim como acontece com um bom pedaço do Investimento Estrangeiro Direto (IED), pode-se supor que haja entrada de moeda estrangeira fantasiada de exportação. Reforça essa suposição o aumento da procura de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), operação em que o exportador antecipa suas receitas com vendas ao exterior. Independentemente do que acaba de ser analisado, a exportação de produtos manufaturados continua perdendo participação no total exportado. Era de 41,1% no acumulado nos primeiros cinco meses de 2010 e agora é de 36,4%. Não é segredo para ninguém que a indústria brasileira vai perdendo competitividade. O câmbio não ajuda, mas não é o único fator adverso. Os custos da indústria já eram altos com a alta carga tributária, com os preços exorbitantes da energia, com os juros que prevalecem por aqui e com essa infraestrutura ineficiente e cara demais. Mas este ano enfrenta mais um aumento de custos com mão de obra mais escassa, cujos salários vão sendo reajustados acima da inflação. No passado, o governo sempre compensava essa perda de competitividade da indústria com desvalorização cambial. Mas, como vem repetindo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, não há o que fazer com o câmbio. Se é para garantir mais competitividade à indústria, será preciso baixar o custo Brasil e isso, por sua vez, exige que o governo Dilma aumente a austeridade orçamentária, sem o que não será possível reduzir a carga tributária e os juros. CONFIRA Apesar da queda dos preços das commodities no início de maio, a tendência continua sendo de alta, como está indicando o gráfico. Mau humor |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, junho 02, 2011
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