Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quarta-feira, julho 14, 2010
MERVAL PEREIRA Na corda bamba
O Globo - 14/07/2010
A candidata oficial, Dilma Rousseff, continua tentando se equilibrar entre o agronegócio e o MST, e decididamente não está tendo bons resultados falando o que cada plateia gostaria de ouvir.
Em uma reunião da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ontem, ela garantiu que vai continuar a reforma agrária “não porque o MST quer a reforma ou outro movimento queira. Nós vamos continuar fazendo reforma porque é bom para o Brasil”.
Dias antes, em uma feira agrícola no interior de São Paulo, ela garantira aos representantes do agronegócio que não toleraria “invasões de terra”, que considerou “atitudes ilegais”.
Entre essas duas declarações, aconteceu uma entrevista do comandante do MST, João Pedro Stédile, prometendo um aumento das ocupações de terra se a petista Dilma Rousseff vencer as eleições, “pelas afinidades históricas entre os dois grupos”.
Com Dilma, disse Stédile, “nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves”.
Na análise do comandante do MST, “se o Serra (José Serra, candidato do PSDB) ganhar, será a hegemonia total do agronegócio. Será o pior dos mundos. Haverá mais repressão e, por isso, tensão maior no campo”.
A sensação de Stédile é de que a vitória de Dilma pode dar novo fôlego ao movimento, mas ele não está tão seguro assim da vitória, definindo assim sua decisão: “É como se você percebesse que seu time pode cair pra segunda divisão e faz o que for possível para vencer o campeonato.
Não temos alternativa”.
Na Contag, Dilma jactouse das ações governamentais nessa área, afirmando que mais de 60% dos assentamentos existentes foram realizados no governo Lula.
Já Stédile diz que a maior parte do que o governo Lula anuncia ter feito “é propaganda”, sem base na realidade.
A candidata colocou o boné da Contag ao discursar, da mesma maneira que em reunião do PT em Sergipe colocara o boné do MST. Mas ela já dissera anteriormente que “não é cabível vestir o boné do MST.
Governo é governo, movimento é movimento”.
As posições ambíguas da candidata oficial criam momentos de constrangimento como o que ela passou ontem na Contag, quando foi cobrada por pontos que constavam de diversos documentos do PT e do governo e que acabaram desaparecendo por obra e graça dos prejuízos eleitorais que poderiam trazer à sua candidatura: Atualização dos índices de produtividade no campo para permitir mais desapropriações, e o limite de propriedade da terra por pessoas físicas e jurídicas brasileiras e estrangeiras, além da revogação das medidas provisórias editadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “que criminalizam a luta pela terra e suas organizações”.
O alvo prioritário é a medida provisória das invasões de terra, que retira do programa de Reforma Agrária por dois anos qualquer área invadida.
Essa MP não foi revogada formalmente pelo governo Lula, mas na prática está extinta, pois não é utilizada.
Mas os “movimentos sociais” do campo querem a revogação oficial.
Os pontos estavam tanto no Programa Nacional dos Direitos Humanos quanto no programa do PT registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas despareceram em sucessivas versões que foram sendo amainadas.
Dilma ouviu as reivindicações, mas fez “cara de paisagem” sobre esses pontos polêmicos. Também em 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, o MST intensificou a invasão de terras na suposição de que estava sendo eleito “o Lula de 1989”.
Aquele Lula, que perdeu para Fernando Collor naquela eleição, não estava preparado para governar, na avaliação do próprio Lula presidente, que já admitiu que teria sido “uma tragédia” se tivesse sido eleito.
Stédile, até hoje, lamenta que “aquele Lula de 1989” não exista mais hoje. E pelo jeito está renovando as esperanças de que, eleita, a companheira Dilma se revele mais próxima “daquele Lula” do que hoje se imagina.
Ao contrário, se eleita presidente a candidata oficial Dilma Rousseff não se submeter à política agrária do MST, terá força política, como Lula teve, para conter o movimento ou, como anda dizendo o candidato oposicionista José Serra, “Lula é mais forte do que o PT. Dilma é mais fraca do que o PT. Se ela ganhasse, quem iria estar por cima era o PT, com todas aquelas contradições, todas aquelas dificuldades que sempre enfraquecem um presidente”.
O presidente Lula está diante de uma nova oportunidade para demonstrar na prática que sua política de aproximação de ditadores tem objetivos mais valorosos do que simplesmente se omitir em relação à defesa dos direitos humanos para aumentar nossas exportações.
Lula sempre alega que pode influir mais positivamente junto a ditadores amigos, como Fidel Castro, de Cuba, ou Mahmoud Ahmadinejad, do Irã se trabalhar com discrição.
No caso de Cuba, não se sabe de nenhum movimento que tenha dado certo, como agora mesmo a Espanha e a Igreja Católica conseguiram com a libertação de presos políticos.
Agora, vários países já pediram ao governo do Irã que suspenda a pena de morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério.
Existe até mesmo um abaixo-assinado internacional on-line, coordenado pela Anistia Internacional, em http://freesakineh.org.
já assinado por diversos brasileiros ilustres.
Não se tem notícia de algum movimento do governo brasileiro no sentido de influenciar nesse caso.
Arquivo do blog
-
▼
2010
(1998)
-
▼
julho
(204)
- O preço da verborragia EDITORIAL O Estado de S.Paulo
- Guerrilhas e finanças :: Cesar Maia
- Por que fogem? :: Míriam Leitão
- MAURO CHAVES E o Sergipe, ministro?
- Alvaro Uribe tem razão EDITORIAL O GLOBO
- MARIO CESAR FLORES SOMOS TODOS SIMPLESMENTE BRASIL...
- ANTONIO CORRÊA DE LACERDA Por que interromper já ...
- Nelson Motta - O coronel e os babalaôs
- MÍRIAM LEITÃO Um tanto minério
- Aumentam incertezas sobre Petrobras EDITORIAL O GLOBO
- LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Uma nova agenda de ...
- Controle de qualidade:: Dora Kramer
- A farsa e a realidade :: Roberto Freire
- Remadores fora do ritmo Celso Ming
- A política para a Petrobras -Adriano Pires
- "Avacalhação"-Eliane Cantanhede
- É uma ameaça: tente abrir uma empresa! CARLOS ALBE...
- MÍRIAM LEITÃO O esquecido
- De pai para filho - Dora Kramer
- As apostas no câmbio - Celso Ming
- Agricultura, um modelo Alberto Tamer
- Apagão aéreo na Copa?: Josef Barat
- Miriam Leitão Refazer o erro
- Marcas famosas:Dora Kramer
- Hora da decisão : Adriano Pires e Abel Holtz
- No dia seguinte: Wilson Figueiredo
- MÍRIAM LEITÃO O mico e a pressa
- ARNALDO JABOR Nossa vida será um videogame?
- EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO Entre o erro e a...
- AUGUSTO NUNES O maquinista do trem fantasma apita...
- Leis da alienação Dora Kramer
- Festa para poucos Celso Ming
- Aliança de Civilizações Rubens Barbosa
- Guantânamo nunca mais-Mary Zaidan
- Brasil fracassa em aspiração de ser potência mundi...
- Brasil-Irã: como fazer amigos e dar-se mal ROBERTO...
- Afirmação da democracia Moacyr Goes
- A lei vale só para os outros Paulo Brossard
- O que houve de novo com o Brasil Kátia Abreu
- O BC na campanha? Carlos Alberto Sardenberg
- Decifrar o enigma Dilma Carlos Alberto Di Franco
- SUELY CALDAS -O limite da irresponsabilidade
- Diogo Mainardi Vou embora
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ El caso Macri aceleró el ritm...
- MARIANO GRONDONA Entre la caída y la presidencia: ...
- FHC reencontra Freyre
- Vergonha pouca é bobagem Clóvis Rossi
- Considerações quase finais, mas em tempo:: Wilson ...
- Considerações quase finais, mas em tempo:: Wilson ...
- Dora Kramer Cada um por si
- JOÃO UBALDO RIBEIRO O PROBLEMA DA AGONIA TEÓRICA
- MÍRIAM LEITÃO Misteriosa chama
- SERGIO FAUSTO MODERNIDADE ILUSÓRIA
- SERGIO FAUSTO MODERNIDADE ILUSÓRIA
- GAUDÊNCIO TORQUATO A DEMOCRACIA NO BALCÃO
- DANUZA LEÃO Nosso maior direito
- A rota que leva ao clube dos anistiados-Augusto Nunes
- Diogo Mainardi Vou embora
- Índio, Farc e PT- Ruy Fabiano
- Celso Ming-Rigor até onde?
- Arrumar a casa Miriam Leitão
- A lei não escrita ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA
- Debates na TV :: Cesar Maia
- O fator Lula :: Fernando Rodrigues
- Omitir-se perante as Farc é crime:: Clóvis Rossi
- Apoios e problemas :: Marco Aurélio Nogueira
- Maria Helena Rubinato Terreno Minado
- Admirável Brasil novo Nelson Motta
- O destempero do ministro
- Ladeira abaixo Dora Kramer
- Além da privataria Celso Ming
- Do enigma de Mantega ao seguro estatal Rogério L....
- Não acabou ainda- Míriam Leitão
- MÍRIAM LEITÃO Chávez deu errado
- CLÓVIS ROSSI O risco do fiscal da esquina
- DEMÉTRIO MAGNOLI Os caçadores e o elefante
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Lula e Geisel, crises an...
- Expressão de vontade Dora Kramer
- A China leva vantagem Celso Ming
- Reflexão do dia – Fernando Henrique Cardoso
- Poder, arbítrio e licitação:: Rolf Kuntz
- A Copa não pode se tornar um grande Pan
- MÍRIAM LEITÃO Risco BNDES
- JOSÉ NÊUMANNE Para os amigos, sigilo; para os inim...
- O Copom decide Celso Ming
- Ilegalidade que satisfaz Dora Kramer
- Relação insestuosa Celso Ming
- Postura de Lula tensiona campanha
- MÍRIAM LEITÃO Pelo motivo certo
- O lúgubre circo de Chávez
- DORA KRAMER O fato que virou fardo
- Meu reino (e as leis) por minha sucessora-da veja
- O homem que se diz uma bomba-da Veja
- Panorama - Radar
- Finanças federais: a volta às trevas Maílson da Nó...
- Veja entrevista:O presidente do TRE do Rio
- O cadáver e o Messias -Clovis Rossi
- Suely Caldas A EBS e o IRB
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ Tiempo de cosecha para los Ki...
- MARIANO GRONDONA El plan es vencerlos uno por uno,...
-
▼
julho
(204)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA