Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 24, 2010

O fator Lula :: Fernando Rodrigues

FOLHA DE S. PAULO

BRASÍLIA - A nova pesquisa Datafolha, finalizada ontem, indica novo empate técnico entre os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto. No final de junho, José Serra (PSDB) tinha 39% contra 37% de Dilma Rousseff (PT). Agora, o tucano aparece com 37% e a petista tem 36%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, os dois não saíram do lugar do ponto de vista estatístico.

O que aconteceu de relevante na política nacional desde o final de junho? Nada, exceto fatos com repercussão na micropolítica. Por exemplo, houve o caso do candidato a vice-presidente na chapa tucana, o deputado Indio da Costa, acusando o PT de ligações com o narcotráfico. Também ficou cada vez mais evidente a ocorrência de um crime na quebra do sigilo fiscal do dirigente do PSDB Eduardo Jorge. Ficou próxima de zero a influência desses episódios na massa de 135 milhões de eleitores.

O mais notável nos últimos cerca de 20 dias foi não ter havido propaganda de TV para nenhum candidato. Dilma e Serra passaram a seco. Nas últimas semanas, foram eles mesmos, órfãos das luzes e da assepsia dos comerciais.

A propaganda eleitoral em rádio e TV só começa na segunda quinzena de agosto. A lógica até agora foi simples: 1) Serra ficou, apesar de variações sazonais, com uma pontuação média próxima de 35%; 2) Dilma cresceu nas pesquisas todas as vezes em que apareceu de maneira intensa ao lado de Lula.

A pesquisa Datafolha de hoje reforça a lulo-dependência de Dilma e a incapacidade de Serra de ampliar seus percentuais -afinal, o tucano nunca caiu muito, mas jamais subiu de forma robusta depois de se expor na TV.

A disputa segue aberta. A ausência de Lula nas TVs ao lado de Dilma será suprida em agosto. No início de setembro, será possível saber se a petista mantém sua curva ascendente ou se a transferência lulista chegou perto do teto.

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