O ESTADO DE S PAULO
Tomaram corpo as dúvidas de que o resultado dos testes de estresse (veja o Entenda) a que se submeteram 91 dos mais importantes bancos da União Europeia e divulgado nesta sexta tenha a mesma aceitação e produza o alívio esperado, como aconteceu com o realizado no ano passado nos Estados Unidos.
Sobraram desconfianças sobre se os testes foram suficientemente rigorosos a ponto de afastar o risco de falência de bancos que mantém o mercado em permanente tensão. Apenas sete bancos não passaram na prova de fogo e terão de providenciar uma injeção de capital de € 3,5 bilhões (US$ 4,5 bilhões), o que não é muito. E, de qualquer maneira, são as autoridades europeias que estão passando atestado de boa saúde dos bancos. Isso não deixa de empurrar para os governos a responsabilidade de resgatar instituições financeiras se alguma coisa der errado.
No início do seu governo, Barack Obama conseguiu reverter uma crise de confiança em relação aos bancos sediados nos Estados Unidos. E é esse efeito que as autoridades da União Europeia estão agora procurando. O pressuposto é o de que, uma vez reduzidas as pressões sobre os bancos, ficaria mais fácil atacar os demais problemas da economia europeia.
Nas últimas semanas pipocaram na imprensa internacional resmungos de que esses testes não teriam sido aplicados com o devido rigor. Não teriam encarado com seriedade, como ficou dito, a possibilidade de calote nos títulos de dívidas soberanas que lotam hoje a carteira dos bancos.
Além disso, foram levantadas suspeitas de que levaram alguma dose de acerto prévio entre compadres, na medida em que foram negociados com os banqueiros. Esse último tipo de objeção circulara também por ocasião da divulgação do teste de estresse realizado nos Estados Unidos e, mesmo assim, para a recuperação da confiança, que foi o efeito desejado, o teste funcionou. No entanto, os bancos americanos não estavam fortemente expostos a dívidas soberanas de países europeus.
As autoridades europeias não foram realistas o suficiente para encarar a hipótese de calote (default) de tesouros nacionais aparentemente porque, imaginaram elas, admitir esse risco seria brincar com novo incêndio; seria abalar ainda mais os fundamentos do euro. No entanto, entre as razões que levaram à aplicação dos testes está o aumento das apostas de que alguns países europeus, especialmente a Grécia, não terão outra saída senão recorrer à renegociação da dívida, como fez a Argentina em 2001, e que obrigou os credores a engolir cortes (haircuts) superiores a 60%.
Nos Estados Unidos, dúvidas parecidas não prevaleceram. É que os mercados também procuram desesperadamente acreditar em alguma coisa, a ponto de admitir até mesmo certo nível de enganação. Se o caso europeu passou dos limites se verá nas próximas semanas.
De todo modo, está claro que a solidez patrimonial dos bancos não é o problema principal. O problema principal é a crítica situação financeira e fiscal de um punhado de países da União Europeia que não conseguem reequilibrar suas contas públicas e que permanecem fortemente dependentes da disposição dos bancos de continuar a rolagem da dívida. A despeito de todos os esforços para reverter esse quadro, ainda não se sabe como os excessivamente endividados sairão dessa.
Entenda
O que é. Para quem não está acostumado com as ferramentas de administração de risco, teste de estresse é uma simulação feita por computador que procura avaliar até que ponto uma instituição financeira está sólida o suficiente para enfrentar calotes da clientela, dados certos cenários mais desfavoráveis para a economia.
Vão quebrar? Os bancos que não passam no teste não estão necessariamente falidos. Estão apenas precisando de mais capital de modo a poder enfrentar inadimplências ou atrasos no retorno dos financiamentos que foram concedidos.
Fiscalização. Os testes foram aplicados pela Comissão Europeia de Supervisão dos Bancos (CEBS, na sigla em inglês), em dobradinha com o Banco Central Europeu (BCE). Na área do euro, não é o BCE que fiscaliza os bancos. É o organismo de supervisão existente em cada país sob a coordenação da CEBS.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2010
(1998)
-
▼
julho
(204)
- O preço da verborragia EDITORIAL O Estado de S.Paulo
- Guerrilhas e finanças :: Cesar Maia
- Por que fogem? :: Míriam Leitão
- MAURO CHAVES E o Sergipe, ministro?
- Alvaro Uribe tem razão EDITORIAL O GLOBO
- MARIO CESAR FLORES SOMOS TODOS SIMPLESMENTE BRASIL...
- ANTONIO CORRÊA DE LACERDA Por que interromper já ...
- Nelson Motta - O coronel e os babalaôs
- MÍRIAM LEITÃO Um tanto minério
- Aumentam incertezas sobre Petrobras EDITORIAL O GLOBO
- LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Uma nova agenda de ...
- Controle de qualidade:: Dora Kramer
- A farsa e a realidade :: Roberto Freire
- Remadores fora do ritmo Celso Ming
- A política para a Petrobras -Adriano Pires
- "Avacalhação"-Eliane Cantanhede
- É uma ameaça: tente abrir uma empresa! CARLOS ALBE...
- MÍRIAM LEITÃO O esquecido
- De pai para filho - Dora Kramer
- As apostas no câmbio - Celso Ming
- Agricultura, um modelo Alberto Tamer
- Apagão aéreo na Copa?: Josef Barat
- Miriam Leitão Refazer o erro
- Marcas famosas:Dora Kramer
- Hora da decisão : Adriano Pires e Abel Holtz
- No dia seguinte: Wilson Figueiredo
- MÍRIAM LEITÃO O mico e a pressa
- ARNALDO JABOR Nossa vida será um videogame?
- EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO Entre o erro e a...
- AUGUSTO NUNES O maquinista do trem fantasma apita...
- Leis da alienação Dora Kramer
- Festa para poucos Celso Ming
- Aliança de Civilizações Rubens Barbosa
- Guantânamo nunca mais-Mary Zaidan
- Brasil fracassa em aspiração de ser potência mundi...
- Brasil-Irã: como fazer amigos e dar-se mal ROBERTO...
- Afirmação da democracia Moacyr Goes
- A lei vale só para os outros Paulo Brossard
- O que houve de novo com o Brasil Kátia Abreu
- O BC na campanha? Carlos Alberto Sardenberg
- Decifrar o enigma Dilma Carlos Alberto Di Franco
- SUELY CALDAS -O limite da irresponsabilidade
- Diogo Mainardi Vou embora
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ El caso Macri aceleró el ritm...
- MARIANO GRONDONA Entre la caída y la presidencia: ...
- FHC reencontra Freyre
- Vergonha pouca é bobagem Clóvis Rossi
- Considerações quase finais, mas em tempo:: Wilson ...
- Considerações quase finais, mas em tempo:: Wilson ...
- Dora Kramer Cada um por si
- JOÃO UBALDO RIBEIRO O PROBLEMA DA AGONIA TEÓRICA
- MÍRIAM LEITÃO Misteriosa chama
- SERGIO FAUSTO MODERNIDADE ILUSÓRIA
- SERGIO FAUSTO MODERNIDADE ILUSÓRIA
- GAUDÊNCIO TORQUATO A DEMOCRACIA NO BALCÃO
- DANUZA LEÃO Nosso maior direito
- A rota que leva ao clube dos anistiados-Augusto Nunes
- Diogo Mainardi Vou embora
- Índio, Farc e PT- Ruy Fabiano
- Celso Ming-Rigor até onde?
- Arrumar a casa Miriam Leitão
- A lei não escrita ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA
- Debates na TV :: Cesar Maia
- O fator Lula :: Fernando Rodrigues
- Omitir-se perante as Farc é crime:: Clóvis Rossi
- Apoios e problemas :: Marco Aurélio Nogueira
- Maria Helena Rubinato Terreno Minado
- Admirável Brasil novo Nelson Motta
- O destempero do ministro
- Ladeira abaixo Dora Kramer
- Além da privataria Celso Ming
- Do enigma de Mantega ao seguro estatal Rogério L....
- Não acabou ainda- Míriam Leitão
- MÍRIAM LEITÃO Chávez deu errado
- CLÓVIS ROSSI O risco do fiscal da esquina
- DEMÉTRIO MAGNOLI Os caçadores e o elefante
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Lula e Geisel, crises an...
- Expressão de vontade Dora Kramer
- A China leva vantagem Celso Ming
- Reflexão do dia – Fernando Henrique Cardoso
- Poder, arbítrio e licitação:: Rolf Kuntz
- A Copa não pode se tornar um grande Pan
- MÍRIAM LEITÃO Risco BNDES
- JOSÉ NÊUMANNE Para os amigos, sigilo; para os inim...
- O Copom decide Celso Ming
- Ilegalidade que satisfaz Dora Kramer
- Relação insestuosa Celso Ming
- Postura de Lula tensiona campanha
- MÍRIAM LEITÃO Pelo motivo certo
- O lúgubre circo de Chávez
- DORA KRAMER O fato que virou fardo
- Meu reino (e as leis) por minha sucessora-da veja
- O homem que se diz uma bomba-da Veja
- Panorama - Radar
- Finanças federais: a volta às trevas Maílson da Nó...
- Veja entrevista:O presidente do TRE do Rio
- O cadáver e o Messias -Clovis Rossi
- Suely Caldas A EBS e o IRB
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ Tiempo de cosecha para los Ki...
- MARIANO GRONDONA El plan es vencerlos uno por uno,...
-
▼
julho
(204)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA