Uma chance para Chávez
O jornalista Duda Teixeira, de VEJA, foi à Venezuela ver de perto como funciona a economia de estado do novo sócio. Seu relato, que começa na página 74, pode ser resumido em um único e estarrecedor conjunto de dados. Desde que, há cinco anos, começou a cubanização da economia, a produção nas empresas venezuelanas estatizadas caiu 40%, enquanto o número de funcionários subiu entre 40% e 150%. Chávez não pode ser acusado de ter enganado o público. Em 2004, ele disse: "Produtividade e rentabilidade são conceitos do malvado capitalismo e do neoliberalismo". Se forem essas as contribuições práticas e teóricas da Venezuela, o mais acertado mesmo seria dar ao regime de Chávez um sonoro não. Ocorre que Chávez não é a Venezuela. Como não há mal que dure para sempre, um dia o país vizinho vai retomar o caminho do progresso social e material. Desde que não se permita que aconteça o impensável – deixar o ditador venezuelano bolivarizar o Mercosul –, pertencer ao clube pode apressar a chegada desse dia. As regras democráticas do bloco criam um óbvio constrangimento para Chávez. Nesse cenário otimista, o ditador descobrirá que melhor seria nunca ter entrado para um clube que o aceitasse como sócio. |
Entrevista:O Estado inteligente
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