Reinaldo Azvedo
domingo, 25 de outubro de 2009 | 5:59
Por Sérgio Dávila, na Folha. Título meu.
O roteiro é conhecido: em queda nos índices de popularidade e com promessas importantes de campanha paradas, líder tenta isolar a mídia mais crítica a ele, ataca a associação de empresários mais poderosa e critica em público banqueiros. A diferença são o protagonista e o local: em vez de um líder bolivariano na América Latina, o presidente Barack Obama, nos EUA.
Depois de passar o verão americano apanhando dos conservadores por conta de sua proposta da reforma do sistema de saúde -considerada socializante demais- e da opinião pública em geral devido ao aumento da taxa de desemprego -hoje, 1 em cada 10 adultos não tem trabalho nos EUA-, o comando obamista resolveu contra-atacar.
O primeiro alvo foi a emissora conservadora Fox News, que durante a gestão anterior era chamada de a voz de George W. Bush e que, desde a posse do democrata, é a mais dura crítica do novo governo. Pois no governo Obama ela foi rebatizada de “braço do Partido Republicano” pela diretora de comunicações da Casa Branca, Anita Dunn, há duas semanas.
Na quarta, foi a vez de o próprio Obama se pronunciar sobre o assunto, dizendo que as empresas de mídia seriam tratadas pela Casa Branca dependendo de como agissem.
“Se estão operando basicamente num formato de “talk-radio”, então é uma coisa”, disse Obama, referindo-se aos programas de rádio popularescos e com apresentadores ultraopinativos. “Mas se estão operando como uma empresa de notícias, então é outra.”
Na avaliação da Casa Branca, a Fox News oferecia perigo por estar começando a contagiar a agenda dos meios de imprensa tidos como independentes -em vários casos, na verdade simpáticos ao presidente.
Isso ficou claro em dois casos: uma investigação exclusiva da emissora que levou à demissão do chamado “czar dos empregos verdes” de Obama e uma denúncia contra a Acorn, organização progressista para a qual Obama já colaborou.
Ambos os casos foram noticiados primeiro pela emissora conservadora e só depois encampados pelo resto da mídia. Mas diários como o “New York Times” e emissoras como a CNN vieram a público fazer autocrítica, dizendo que demoraram muito a perceber o potencial jornalístico e que passariam a prestar mais atenção às denúncias desse tipo. Aqui