Folha de S. Paulo - 20/09
SÃO PAULO - O que explica a larga vantagem de Russomanno? O apresentador de TV -que, na disputa estadual de 2010, era tratado como um candidato nanico- dispõe de pouco tempo no horário eleitoral, não tem os mesmos recursos dos seus principais adversários e tampouco possui um grande partido ou um padrinho forte que o sustente.
Russomanno se beneficia do fato de estar no lugar certo, na hora certa. Assim como ocorreu com Luiza Erundina na campanha de 1988. A petista, uma enorme zebra, venceu aquela eleição basicamente pela conjunção de dois fatores.
Por um lado, havia uma forte rejeição ao candidato reconhecido como do governo federal. João Leiva era do mesmo PMDB de Sarney, presidente impopular. Situação semelhante com a que ocorre agora com Serra, que paga pela baixíssima avaliação de Kassab na cidade. Tanto que a história de o tucano ter largado a prefeitura só se tornou um problema de verdade nesta eleição.
O segundo fator que explica a vitória de Erundina em 1988 foi o efeito CSN. Seis dias antes da eleição, o Exército ocupou a siderúrgica em Volta Redonda (RJ), em uma greve. Três operários morreram. Uma onda de indignação tomou conta do país. Maluf, que liderava com folga as pesquisas e era muito identificado com os militares (concorrera menos de quatro anos antes contra Tancredo), foi atropelado pela petista.
O efeito CSN parece se repetir agora com o mensalão. O julgamento no STF tem afetado Haddad, que está com um desempenho inferior ao tradicional do PT. Uma eventual condenação de José Dirceu pode agravar sua situação, por mais que ele tente se desvincular do colega de partido.
Apesar de tudo isso, Russomanno corre algum risco de não repetir Erundina. Para a sua infelicidade, a eleição não é mais em um único turno. Ainda que não haja hipótese de acordo entre PT e PSDB, quem passar para o segundo turno com ele deverá contar com o chamado voto útil.
Russomanno se beneficia do fato de estar no lugar certo, na hora certa. Assim como ocorreu com Luiza Erundina na campanha de 1988. A petista, uma enorme zebra, venceu aquela eleição basicamente pela conjunção de dois fatores.
Por um lado, havia uma forte rejeição ao candidato reconhecido como do governo federal. João Leiva era do mesmo PMDB de Sarney, presidente impopular. Situação semelhante com a que ocorre agora com Serra, que paga pela baixíssima avaliação de Kassab na cidade. Tanto que a história de o tucano ter largado a prefeitura só se tornou um problema de verdade nesta eleição.
O segundo fator que explica a vitória de Erundina em 1988 foi o efeito CSN. Seis dias antes da eleição, o Exército ocupou a siderúrgica em Volta Redonda (RJ), em uma greve. Três operários morreram. Uma onda de indignação tomou conta do país. Maluf, que liderava com folga as pesquisas e era muito identificado com os militares (concorrera menos de quatro anos antes contra Tancredo), foi atropelado pela petista.
O efeito CSN parece se repetir agora com o mensalão. O julgamento no STF tem afetado Haddad, que está com um desempenho inferior ao tradicional do PT. Uma eventual condenação de José Dirceu pode agravar sua situação, por mais que ele tente se desvincular do colega de partido.
Apesar de tudo isso, Russomanno corre algum risco de não repetir Erundina. Para a sua infelicidade, a eleição não é mais em um único turno. Ainda que não haja hipótese de acordo entre PT e PSDB, quem passar para o segundo turno com ele deverá contar com o chamado voto útil.