FOLHA DE SP - 02/09
Pibinho não tem impacto no prestígio de Dilma, que continua a crescer até entre adversários
DE QUASE nenhuma parte se ouve crítica pesada ao governo de Dilma Rousseff, com exceção da facção mais aguerrida, "teórico-ideológica", dos economistas-padrão, e da direita ideológica, nanica.
Os inimigos internos de sua coalizão até que estão comportados, com exceção do sindicalismo público, que acabou, no entanto, domado pelo reajuste salarial sensato e pela firmeza da presidente.
O partido de Dilma Rousseff, ao menos nominalmente, está esquecido de morder, em parte petrificado pela ameaça real de cadeia. Os peemedebismos estão distraídos com a eleição. A oposição realmente existente (PSDB) inexiste.
O desempenho medíocre da economia não suscita revoltas maiores ou menores. Os nativos não estão inquietos: o povo está amaciado pelo consumo que ainda aumenta. Há mais demissões, mas tais avarias no emprego são setoriais.
A economia não cresce porque não se investe e o comércio exterior vai mal das pernas. Não será possível sustentar esse padrão por muito mais tempo, de consumo sem expansão quantitativa e qualitativa do investimento e da mão de obra, mas isso é irrelevante para a política, no curto prazo ao menos.
Dilma marcou pontos com os mais céticos ao bancar uma política econômica heterodoxa, sem lá grande visão de futuro, mas que ficou muito longe de dar com os burros n'água ("descontrole inflacionário" e outras histerias). Em vez disso, vai deixar o país com juros e dívida pública relativamente baixos. No caso dos juros, contou com a "ajuda" da conjuntura internacional (paradeira e tsunami monetário), decerto, mas apenas em parte.
Dilma descobriu tarde, mas descobriu, que precisava privatizar serviços públicos. Vamos ver resultados disso apenas a partir do final de seu governo, mas politicamente a presidente fez pontos e converteu mais "liberais" ao seu governo.
No fim das contas, apesar da problemática e evidente falta de "reformas", Dilma deve entregar um setor público com contas quase equilibradas, juro real por volta de 2% e dívida pública que é um terço da europeia ou americana. A inflação ainda será desconfortável, um problema, mas contida.
Dilma conquistou a maior parte do empresariado com juros básicos menores, muito juro subsidiado, muita isenção setorial de imposto, muito crédito de banco público, câmbio melhor e algum protecionismo.
Acelerou o programa Minha Casa, Minha Vida, para o qual a elite não liga muito, mas que alegra o povo miúdo. Os programas sociais para miseráveis continuam a se expandir e a se aperfeiçoar, assim como os planos de levar a pequena classe média e pobres para o ensino superior, coisa que causa enorme impacto entre essas pessoas.
Apesar da adoção tardia de um plano de governo (uma descoberta, não um projeto), Dilma praticamente não tem responsabilidade pelo Pibinho, que em dois anos fará uma média semelhante à dos anos FHC. Nos três primeiros anos, o crescimento terá sido pouco melhor que o dos anos fernandinos.
Mas o país vem de anos razoáveis de crescimento, distribuiu um pouco mais de renda, cuidou melhor de seus miseráveis e também dos apenas remediados.
Por ora, basta para acalmar os nativos.
Entrevista:O Estado inteligente
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