O GLOBO - 28/08
Esta semana o Copom deve reduzir os juros para 7,5%, e o IBGE vai divulgar que o PIB do segundo trimestre ficou próximo de 0,5%. Ontem, a pesquisa do Banco Central mostrou que o mercado continua apostando em alta do IPCA. Tudo isso significa que o BC está menos preocupado com a previsão de inflação em alta do que com os sinais de esfriamento da economia.
Um PIB de 0,5% é uma melhora da conjuntura em relação ao primeiro trimestre, que teve alta de 0,2%. Ainda assim, a economia está, obviamente, fria. A melhora do nível de atividade tem mais a ver com os estímulos temporários dados para alguns setores do que uma prova de retomada sustentada do crescimento.
O Banco Central não está preocupado com os sinais de aumento da perspectiva de inflação porque está convencido de que a alta recente dos indicadores é episódica e que em setembro os dados já voltarão a cair. O último índice do IPCA, no entanto, mostrou alto índice de dispersão, ou seja, há vários produtos com aumento de preço.
Desde agosto do ano passado, o BC derrubou os juros em 4,5 pontos percentuais - ou 450 pontos-base, como se fala entre os economistas - e isso ainda surtirá efeito pelos próximos meses. Como se sabe, a política monetária tem reflexo prolongado, por isso, a expectativa que o governo tem é que esse estímulo continue surtindo efeito ao longo deste ano e do próximo. Ainda assim, a aposta geral no mercado é que os juros vão continuar em queda e irão a 7,5% amanhã, com uma redução de 0,5%.
A inflação está dando sinais de alta, o nível de atividade teve ligeira melhora, a derrubada dos juros em 4,5 pontos percentuais continuará tendo efeito. Por que, ainda assim, o Banco Central derrubará novamente a Selic? Porque a resposta, até agora, da economia em relação ao estímulo monetário foi menor do que a esperada, e o BC quer garantir o cenário de melhora contínua no ritmo de atividade econômica ao longo do segundo semestre.
A previsão para o IPCA deste ano sobe há sete semanas seguidas. Foi a 5,19% ontem. Pior, a previsão dos economistas ouvidos pelo BC é de que a inflação de 2013 será maior que a de 2012. Está em 5,5%. Ou seja, os analistas de mercado estão com uma visão pessimista sobre a disposição do BC de levar a inflação para a meta de 4,5%.
As estimativas para os IGPs deste ano têm causado espanto. O IGP-M foi a 7,85%, na décima semana seguida de alta. O IGP-DI já está em 8,16%. Isso reflete muito o impacto que o câmbio está tendo sobre os preços agrícolas. O real se desvalorizou ao mesmo tempo em que a seca nos EUA afetou o preço de vários grãos. O IPA agrícola, que mede esses preços no atacado, está disparando. No IGP-10 de agosto, o último dado divulgado, o IPA agrícola subiu 6,23%, na maior alta desde dezembro de 2002. Houve aumento de 15,62% no preço da soja e de 22,17% no preço do milho.
Enquanto isso, a previsão para o PIB tem despencado. Esta semana, foi para 1,73%, a quarta queda semanal seguida. A estimativa é que a produção industrial vai encolher 1,5% este ano. Chama atenção a rapidez dessa queda na previsão da atividade porque ela aconteceu ao mesmo tempo em que o Banco Central cortava os juros.
O BC está avaliando que a inflação voltará a cair em breve - contrariando os sinais dos índices e as convicções de muitos analistas - e que, portanto, mais importante é garantir um pouco de combustível para a retomada do crescimento.
O dado do PIB do segundo trimestre mostrará uma economia ainda fria. A avaliação do governo é que ao longo dos próximos trimestres os dados vão mostrar o país novamente em ritmo forte.
Um PIB de 0,5% é uma melhora da conjuntura em relação ao primeiro trimestre, que teve alta de 0,2%. Ainda assim, a economia está, obviamente, fria. A melhora do nível de atividade tem mais a ver com os estímulos temporários dados para alguns setores do que uma prova de retomada sustentada do crescimento.
O Banco Central não está preocupado com os sinais de aumento da perspectiva de inflação porque está convencido de que a alta recente dos indicadores é episódica e que em setembro os dados já voltarão a cair. O último índice do IPCA, no entanto, mostrou alto índice de dispersão, ou seja, há vários produtos com aumento de preço.
Desde agosto do ano passado, o BC derrubou os juros em 4,5 pontos percentuais - ou 450 pontos-base, como se fala entre os economistas - e isso ainda surtirá efeito pelos próximos meses. Como se sabe, a política monetária tem reflexo prolongado, por isso, a expectativa que o governo tem é que esse estímulo continue surtindo efeito ao longo deste ano e do próximo. Ainda assim, a aposta geral no mercado é que os juros vão continuar em queda e irão a 7,5% amanhã, com uma redução de 0,5%.
A inflação está dando sinais de alta, o nível de atividade teve ligeira melhora, a derrubada dos juros em 4,5 pontos percentuais continuará tendo efeito. Por que, ainda assim, o Banco Central derrubará novamente a Selic? Porque a resposta, até agora, da economia em relação ao estímulo monetário foi menor do que a esperada, e o BC quer garantir o cenário de melhora contínua no ritmo de atividade econômica ao longo do segundo semestre.
A previsão para o IPCA deste ano sobe há sete semanas seguidas. Foi a 5,19% ontem. Pior, a previsão dos economistas ouvidos pelo BC é de que a inflação de 2013 será maior que a de 2012. Está em 5,5%. Ou seja, os analistas de mercado estão com uma visão pessimista sobre a disposição do BC de levar a inflação para a meta de 4,5%.
As estimativas para os IGPs deste ano têm causado espanto. O IGP-M foi a 7,85%, na décima semana seguida de alta. O IGP-DI já está em 8,16%. Isso reflete muito o impacto que o câmbio está tendo sobre os preços agrícolas. O real se desvalorizou ao mesmo tempo em que a seca nos EUA afetou o preço de vários grãos. O IPA agrícola, que mede esses preços no atacado, está disparando. No IGP-10 de agosto, o último dado divulgado, o IPA agrícola subiu 6,23%, na maior alta desde dezembro de 2002. Houve aumento de 15,62% no preço da soja e de 22,17% no preço do milho.
Enquanto isso, a previsão para o PIB tem despencado. Esta semana, foi para 1,73%, a quarta queda semanal seguida. A estimativa é que a produção industrial vai encolher 1,5% este ano. Chama atenção a rapidez dessa queda na previsão da atividade porque ela aconteceu ao mesmo tempo em que o Banco Central cortava os juros.
O BC está avaliando que a inflação voltará a cair em breve - contrariando os sinais dos índices e as convicções de muitos analistas - e que, portanto, mais importante é garantir um pouco de combustível para a retomada do crescimento.
O dado do PIB do segundo trimestre mostrará uma economia ainda fria. A avaliação do governo é que ao longo dos próximos trimestres os dados vão mostrar o país novamente em ritmo forte.