Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sexta-feira, agosto 24, 2012
A política comanda a economia - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
FOLHA DE SP - 24/08
Faz cinco anos que o mundo vive sob o impacto de uma das crises econômicas mais graves que a humanidade conheceu. Em países como Espanha e Grécia, a taxa de desemprego de hoje é igual à que ocorria nos Estados Unidos no auge da Grande Depressão dos anos 1930. No caso da Grécia, projeta-se que mais de 30% da população ativa estará desempregada no próximo ano. Certamente um recorde mundial.
Na minha coluna anterior, trouxe ao leitor da Folha um cronograma detalhado dos fatos que compõem a crônica destes dias terríveis nos países mais ricos do mundo. Hoje, gostaria de refletir sobre o que podemos esperar nos próximos meses e, principalmente, no início de 2013, nas economias avançadas que estão no centro desse longevo furacão econômico.
Uma primeira observação que se impõe ao analista é a de que, antes de chegar aos fenômenos econômicos em si, é preciso ter em conta a situação política nos países mais diretamente envolvidos. Vou mais longe nesta minha observação: para acompanhar e projetar a economia mundial no futuro próximo, é preciso conhecer a dinâmica política das democracias ocidentais e, principalmente, o padrão de comportamento das lideranças que formam os governos desses países. Daí a dificuldade de um grande número de analistas em acompanhar a economia nos últimos meses.
Podemos notar uma característica de ciclotimia no comportamento dos agentes econômicos, que oscila entre momentos de pânico associado a um fim de mundo próximo e momentos de maior estabilidade e confiança no futuro. Para mim, a origem desse comportamento vem exatamente do domínio da política sobre a teoria econômica no encaminhamento da crise.
Tomemos o exemplo da chanceler alemã, Angela Merkel, a mais poderosa mulher no mundo de hoje.
Todos sabem que a Alemanha é a peça-chave na equação econômica –e política– da zona do euro e que depende de seus dirigentes a continuidade da União Europeia nos padrões de hoje ou uma ruptura estrutural no seu conceito original.
Pois eu vinha notando uma mudança sutil –mas radical– nas declarações de Merkel em relação, principalmente, à possibilidade de o BCE intervir no mercado comprando títulos soberanos dos países vistos como mais frágeis.
Essa decisão é considerada por vários analistas como a única com poder suficiente para estabilizar os juros dos papéis soberanos de Espanha, Itália, Portugal e outros. Pois na semana passada, em uma bucólica viagem de Estado ao Canadá, a chanceler alemã deu uma clara declaração de apoio entusiasmado ao presidente do BCE, o italiano Mario Draghi.
Minhas incertezas em relação ao porquê do apoio de Merkel ao ousado plano do BCE –irresponsável, na opinião do Bundesbank– deixaram de existir quando, no fim de semana seguinte, li na internet um artigo fantástico de um analista político europeu associando essa mudança de 180 graus a um fato que tinha me escapado: a Alemanha terá eleições para seu Parlamento no ano que vem. E Merkel é candidatíssima a um terceiro mandato como chanceler da Alemanha.
Nessas condições, a única alternativa que se apresenta a ela é manter a crise na Europa sob controle via ações pontuais de apoio aos países na marca do pênalti. Ou seja, não há mais espaço de tempo até as eleições alemãs para grandes soluções estruturais sem que a chanceler incorra em altíssimos riscos eleitorais.
E o único e grande aliado de Merkel nessa busca para levar a crise em banho-maria até o ano que vem é Draghi. Com o BCE comprando, no mercado, títulos de prazos menores sem limite de valor, o Fundo Europeu de Estabilização poderá dar conta das necessidades financeiras dos países em dificuldades, inclusive a Itália.
Nesse cenário, haverá redução importante dos riscos de colapso financeiro e os mercados devem voltar a viver dias menos agitados, apesar de um cenário econômico difícil devido ao crescimento econômico ainda de recessão.
Reformas estruturais mais duradouras na zona do euro devem ficar mesmo para depois das eleições alemãs.
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
agosto
(339)
- Supremo reforça independência entre Poderes - EDIT...
- Privatizações do PT - ROBERTO FREIRE
- O mensalão e o cavalo de Tolstoi - FERNANDO GABEIRA
- Não esqueçam, Brasil é com "s" - CLAUDIO CEZAR HEN...
- Luzes na ribalta - RODOLFO LANDIM
- O Copom se transformou em instrumento do governo -...
- O outro lado da moeda - MÍRIAM LEITÃO
- Os rumos do STF - MERVAL PEREIRA
- O início do fim dos meios sujos - NELSON MOTTA
- Tortuosos caminhos da política fiscal do PT - MAIL...
- Reincidência - DORA KRAMER
- Quando o preço alto ajuda - ALBERTO TAMER
- Polêmica natimorta faz um ano - VINICIUS TORRES FR...
- Um marco no caminho - MÍRIAM LEITÃO
- Faroeste cambial - CELSO MING
- Lógica perversa - DORA KRAMER
- O réu ausente - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Farsa desmontada - MERVAL PEREIRA
- Verdade processual, mentira real - CARLOS ALBERTO ...
- Esqueceram, outra vez - CELSO PINTO DE MELO
- Gastos públicos serão previsíveis por três anos - ...
- CLAUDIO HUMBERTO
- Dever de coerência - DORA KRAMER
- Provas e indícios - MERVAL PEREIRA
- Cartas na mesa - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Sobra milho, falta milho - EDITORIAL ESTADÃO
- Convergência no Supremo - EDITORIAL ESTADÃO
- A nota de Mercadante - EDITORIAL da FOLHA
- Grevismo anarquista - RICARDO VÉLEZ RODRIGUEZ
- Emitir moeda para salvar - CELSO MING
- Os efeitos do silêncio - FERNANDO LEAL
- Risco e chance do novo gás - MIRIAM LEITÃO
- É hora de pensar na oferta - ROLF KUNTZ
- CLAUDIO HUMBERTO
- Legado do padim Ciço de Garanhuns em jogo - JOSÉ N...
- Relatório perdido - RUY CASTRO
- Uma carta, talvez uma decisão - ROBERTO DaMATTA
- Quem nos navega é o mar - ALEXANDRE SCHWARTSMAN
- E aí? O que fazer? - ADRIANO PIRES e ABEL HOLTZ
- As razões do otimismo do governo - CRISTIANO ROMERO
- Pensões também precisam de reforma - EDITORIAL O G...
- A mágica não funcionou - EDITORIAL O ESTADÃO
- A desmoralização da política - Marco Antonio Villa
- Relações de Lula e Campos por um fio Raymundo Costa
- Mensalão: o equilíbrio na decisão histórica - SÉRG...
- O Brasil vai mudando - MERVAL PEREIRA
- Meu avô entrou no "Face" - JAIRO MARQUES
- A Ásia e a estratégia de defesa dos EUA - RUBENS B...
- Dilma, Lula e a cumbuca - EDITORIAL O ESTADÃO
- Efeito detergente - DORA KRAMER
- O Brasil perdeu a graça? - VINICIUS TORRES FREIRE
- Perseguição e combate à livre negociação - JOSÉ PA...
- Semana de juros e PIB - MIRIAM LEITÃO
- Caminho suave - JOSÉ PAULO KUPFER
- Poupança e juro baixo - CELSO MING
- Por quê? - EDITORIAL ZERO HORA
- CLAUDIO HUMBERTO
- O bom juiz - RICARDO NOBLAT
- Dilema da escova de dente - RUY CASTRO
- Pequena história de um grande equívoco Marco Antôn...
- Lewando... para onde? Paulo Guedes
- A piada, os marcianos e as institui;cões Denis Ler...
- Tá tudo dominado, por Mary Zaidan
- Jacques Loussier Play Bach trio
- O tranco da carroça Dora Kramer
- Copa: um quadro desolador Editorial Estadão
- Matando com eficácia João Ubaldo
- O STF corre perigo Marco Antonio Villa
- Primavera Árabe e inverno no Itamaraty Marcelo Cou...
- O custoso Legislativo municipal Gaudêncio Torquato
- O abismo entre ricos e pobres Suely Caldas
- As coisas boas também acontecem Elio Gaspari
- BCs voltam à carga Editorial da Folha
- Conversa fiada Ferreira Gullar
- E a CPI do Cachoeira? Danuza Leão
- Cenas da miséria americana Vinicius Torres Freire
- Monopólio indefensável Editorial da Folha
- Um prego no caixão do Mercosul Editorial Estadão
- Metas demais - CELSO MING
- : Os autos e a vida Merval Pereira
- Tempo para entender Míriam Leitão
- As razões de Lewandowski Merval Pereira
- Greve contra o público -Editorial da Folha
- A carga dos tribunais superiores - Editorial Estadão
- Os trapalhões Celso Ming
- Contrastes do mensalão Walter Ceneviva
- Galt, o ouro e Deus Paul Krugman
- Pior para o mundo Ruy Castro
- Sem nexo Merval Pereira
- : Quando setembro vier Míriam Leitão
- Não usaram black-tie Dora Kramer
- Ódio para todos -Nelson Motta
- É a poupança externa Celso Ming
- A política comanda a economia - LUIZ CARLOS MENDON...
- Quem calcula os custos do automóvel nas cidades? -...
- Condenação do futuro - ROBERTO FREIRE
- Greve do funcionalismo: leis a favor da minoria J...
- Pobre América Latina EDITORIAL FOLHA
- Brasil depende cada vez mais do capital estrangeir...
- Galeão e Confins podem ser vítimas do corporativis...
-
▼
agosto
(339)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA