Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sexta-feira, agosto 31, 2012
Um marco no caminho - MÍRIAM LEITÃO
O GLOBO - 30/08
Quebrou-se a certeza da impunidade. O julgamento do mensalão pode ser a mais importante barreira ao agravamento da corrupção no Brasil. Ainda não se tem o fim do processo, não há penas para os que já estão condenados, mas a partir de agora ficará mais difícil a repetição dos mesmos comportamentos dos políticos e de seus nomeados para cargos de confiança.
Os costumes políticos no Brasil começaram a aceitar qualquer coisa, os limites éticos ficaram cada vez mais gasosos nos últimos anos, tudo se aceitava em nome do pagamento de custos de campanha. Não mais. As desculpas que o Brasil ouviu nos inúmeros escândalos desrespeitaram a inteligência coletiva. Do pagamento da TV por assinatura da mulher do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha aos panetones do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Tudo os eleitores tiveram que engolir. Não mais.
No quesito "desculpas esfarrapadas", ouvimos todas. E ontem, no seu último voto no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Cezar Peluso desnudou algumas dessas explicações insustentáveis. Uma delas, a de que o dinheiro recebido pela mulher do deputado João Paulo Cunha era do PT e para pagar pesquisas eleitorais em Osasco. Se era do PT por que saiu da agência de publicidade contratada pela Câmara? Para que fazer pesquisa dois anos antes das eleições? E como pedir o dinheiro quase um ano depois de ele já ter sido concedido? Perguntas simples que desmascaram a segunda versão dada pelo ex-presidente da Câmara.
O peso deste julgamento marcará o Brasil. Aqui sempre se teve convicção de que a impunidade cercaria políticos, governantes, poderosos. É essa convicção que já está quebrada, mesmo antes do fim do processo, e isso servirá como fato dissuasório. Pensarão duas vezes os corruptos antes das suas transações.
Muitos escaparam neste mesmo caso, muitos escaparam em outros casos. Outros sequer foram apanhados. Mas uma enorme barreira foi levantada contra os desvios dos recursos públicos e um passo decisivo foi dado na travessia do caminho que levará o país a mais controle no uso do bem coletivo.
O ministro Gilmar Mendes perguntou-se o que pode ter acontecido ao Banco do Brasil. Tomara que nada mais tenha havido porque o que foi detectado neste processo foi o suficiente. Mas é bom lembrar que no começo do governo Lula foi criado o Banco Popular do Brasil, que teve vida curta, mas custou caro. Só no primeiro ano gastou mais com propaganda, R$ 24 milhões, do que realizou operações de crédito, R$ 21 milhões. O beneficiário foi o onipresente Marcos Valério porque a agência de publicidade da fracassada experiência foi a DNA Propaganda. A propósito: recebeu o contrato sem licitação.
Nada será resolvido milagrosamente, mas ministros estão firmando jurisprudência e fazendo história. A nota dissonante tem sido o ministro José Antonio Dias Toffoli. Foi constrangedora sua decisão de não se declarar impedido, já que impedido está. Quem defendeu alguém ou alguma causa não pode julgar. É simples assim. Toffoli é jovem e tem pela frente quase três décadas de assento garantido no Supremo. Sua decisão de votar é um erro que cria uma sombra sobre o futuro.
O ministro Celso de Mello explicou ontem que não se pode fazer o que nos últimos tempos estava se tornando natural: "Quem tem o poder do Estado em suas mãos não tem o direito de usá-lo em seu próprio benefício." O ministro Cezar Peluso, ao sair, ensinou, com voz mansa, que "juiz não condena por ódio", mas sim "reverencia a lei" e o faz para que o réu "se reconcilie com a sociedade". Melhor ficar com lições que engrandecem.
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
agosto
(339)
- Supremo reforça independência entre Poderes - EDIT...
- Privatizações do PT - ROBERTO FREIRE
- O mensalão e o cavalo de Tolstoi - FERNANDO GABEIRA
- Não esqueçam, Brasil é com "s" - CLAUDIO CEZAR HEN...
- Luzes na ribalta - RODOLFO LANDIM
- O Copom se transformou em instrumento do governo -...
- O outro lado da moeda - MÍRIAM LEITÃO
- Os rumos do STF - MERVAL PEREIRA
- O início do fim dos meios sujos - NELSON MOTTA
- Tortuosos caminhos da política fiscal do PT - MAIL...
- Reincidência - DORA KRAMER
- Quando o preço alto ajuda - ALBERTO TAMER
- Polêmica natimorta faz um ano - VINICIUS TORRES FR...
- Um marco no caminho - MÍRIAM LEITÃO
- Faroeste cambial - CELSO MING
- Lógica perversa - DORA KRAMER
- O réu ausente - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Farsa desmontada - MERVAL PEREIRA
- Verdade processual, mentira real - CARLOS ALBERTO ...
- Esqueceram, outra vez - CELSO PINTO DE MELO
- Gastos públicos serão previsíveis por três anos - ...
- CLAUDIO HUMBERTO
- Dever de coerência - DORA KRAMER
- Provas e indícios - MERVAL PEREIRA
- Cartas na mesa - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Sobra milho, falta milho - EDITORIAL ESTADÃO
- Convergência no Supremo - EDITORIAL ESTADÃO
- A nota de Mercadante - EDITORIAL da FOLHA
- Grevismo anarquista - RICARDO VÉLEZ RODRIGUEZ
- Emitir moeda para salvar - CELSO MING
- Os efeitos do silêncio - FERNANDO LEAL
- Risco e chance do novo gás - MIRIAM LEITÃO
- É hora de pensar na oferta - ROLF KUNTZ
- CLAUDIO HUMBERTO
- Legado do padim Ciço de Garanhuns em jogo - JOSÉ N...
- Relatório perdido - RUY CASTRO
- Uma carta, talvez uma decisão - ROBERTO DaMATTA
- Quem nos navega é o mar - ALEXANDRE SCHWARTSMAN
- E aí? O que fazer? - ADRIANO PIRES e ABEL HOLTZ
- As razões do otimismo do governo - CRISTIANO ROMERO
- Pensões também precisam de reforma - EDITORIAL O G...
- A mágica não funcionou - EDITORIAL O ESTADÃO
- A desmoralização da política - Marco Antonio Villa
- Relações de Lula e Campos por um fio Raymundo Costa
- Mensalão: o equilíbrio na decisão histórica - SÉRG...
- O Brasil vai mudando - MERVAL PEREIRA
- Meu avô entrou no "Face" - JAIRO MARQUES
- A Ásia e a estratégia de defesa dos EUA - RUBENS B...
- Dilma, Lula e a cumbuca - EDITORIAL O ESTADÃO
- Efeito detergente - DORA KRAMER
- O Brasil perdeu a graça? - VINICIUS TORRES FREIRE
- Perseguição e combate à livre negociação - JOSÉ PA...
- Semana de juros e PIB - MIRIAM LEITÃO
- Caminho suave - JOSÉ PAULO KUPFER
- Poupança e juro baixo - CELSO MING
- Por quê? - EDITORIAL ZERO HORA
- CLAUDIO HUMBERTO
- O bom juiz - RICARDO NOBLAT
- Dilema da escova de dente - RUY CASTRO
- Pequena história de um grande equívoco Marco Antôn...
- Lewando... para onde? Paulo Guedes
- A piada, os marcianos e as institui;cões Denis Ler...
- Tá tudo dominado, por Mary Zaidan
- Jacques Loussier Play Bach trio
- O tranco da carroça Dora Kramer
- Copa: um quadro desolador Editorial Estadão
- Matando com eficácia João Ubaldo
- O STF corre perigo Marco Antonio Villa
- Primavera Árabe e inverno no Itamaraty Marcelo Cou...
- O custoso Legislativo municipal Gaudêncio Torquato
- O abismo entre ricos e pobres Suely Caldas
- As coisas boas também acontecem Elio Gaspari
- BCs voltam à carga Editorial da Folha
- Conversa fiada Ferreira Gullar
- E a CPI do Cachoeira? Danuza Leão
- Cenas da miséria americana Vinicius Torres Freire
- Monopólio indefensável Editorial da Folha
- Um prego no caixão do Mercosul Editorial Estadão
- Metas demais - CELSO MING
- : Os autos e a vida Merval Pereira
- Tempo para entender Míriam Leitão
- As razões de Lewandowski Merval Pereira
- Greve contra o público -Editorial da Folha
- A carga dos tribunais superiores - Editorial Estadão
- Os trapalhões Celso Ming
- Contrastes do mensalão Walter Ceneviva
- Galt, o ouro e Deus Paul Krugman
- Pior para o mundo Ruy Castro
- Sem nexo Merval Pereira
- : Quando setembro vier Míriam Leitão
- Não usaram black-tie Dora Kramer
- Ódio para todos -Nelson Motta
- É a poupança externa Celso Ming
- A política comanda a economia - LUIZ CARLOS MENDON...
- Quem calcula os custos do automóvel nas cidades? -...
- Condenação do futuro - ROBERTO FREIRE
- Greve do funcionalismo: leis a favor da minoria J...
- Pobre América Latina EDITORIAL FOLHA
- Brasil depende cada vez mais do capital estrangeir...
- Galeão e Confins podem ser vítimas do corporativis...
-
▼
agosto
(339)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA