O Globo - 24/08/2012 |
Foi preocupante o clima em que teve início o julgamento do mensalão, quando pareceu que questões de ordem suscitadas pela defesa e o desentendimento entre ministros poderiam tornar a tramitação final do caso um processo torturante, atravancado. As mais pessimistas expectativas têm sido, porém, afastadas, sem que acusação e defesa tenham seus direitos constitucionais limitados. A primeira divergência, sobre o desmembramento do processo, foi superada da melhor forma: pela votação dos 11 ministros. Embora a proposta de manter como réus no Supremo apenas aqueles com foro especial - dos 38 acusados restariam apenas três, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) - já houvesse sido negada algumas vezes em pleitos anteriores da defesa, o assunto podia ser mais uma vez suscitado. Como previsto, o desmembramento foi, de uma vez por todas, afastado. Nove ministros rejeitaram o pedido, aceito apenas por dois (Ricardo Lewandowski, revisor do voto do relator, e Marco Aurélio Mello). Depois, veio assunto bem mais complexo, se a votação seria "fatiada" ou em bloco. Venceu o fatiamento, seguido pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, como fez a Procuradoria-Geral da República na denúncia. O choque entre Barbosa e Lewandowski foi também decidido por todos os ministros, e a relatoria tem apresentado sua posição por núcleos do mensalão. E o revisor, Lewandowski, demonstrou quarta e quinta-feira que não teve dificuldades em "fatiar" seu trabalho. O conflito de posições expostas por Barbosa e Lewandovski sem dúvida ajudará na definição do voto de cada um dos nove ministros restantes. Por serem relator e revisor da relatoria, os dois, em princípio, são os que mais conhecem o processo. O embate entre eles aprimorará os veredictos. A sessão de quarta-feira, quando Ricardo Lewandowski acompanhou Joaquim Barbosa na condenação de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, e na admissão de que dinheiro público foi desviado do BB, conspira contra a ideia de que a tendência dos votos estaria definida pela história pessoal de cada um. Mesmo que ontem o revisor haja discordado do relator na absolvição de João Paulo Cunha, Marcos Valério e sócios nas agências de publicidade. No final da sessão, o ministro Joaquim Barbosa prometeu responder, na segunda-feira, quando se retomam os trabalhos, às dúvidas e questões levantadas pelo revisor. Cumpre sua função de relator, e assim contribuirá para a qualidade do julgamento. Lewandowski pediu ao presidente da Corte, Ayres Britto, direito à tréplica. Mesmo que o regimento não preveja, o ministro revisor deve ser ouvido. Sempre em nome do saudável contraditório. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sexta-feira, agosto 24, 2012
Contraditório firma rito de julgamento do mensalão Editorial O Globo
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
agosto
(339)
- Supremo reforça independência entre Poderes - EDIT...
- Privatizações do PT - ROBERTO FREIRE
- O mensalão e o cavalo de Tolstoi - FERNANDO GABEIRA
- Não esqueçam, Brasil é com "s" - CLAUDIO CEZAR HEN...
- Luzes na ribalta - RODOLFO LANDIM
- O Copom se transformou em instrumento do governo -...
- O outro lado da moeda - MÍRIAM LEITÃO
- Os rumos do STF - MERVAL PEREIRA
- O início do fim dos meios sujos - NELSON MOTTA
- Tortuosos caminhos da política fiscal do PT - MAIL...
- Reincidência - DORA KRAMER
- Quando o preço alto ajuda - ALBERTO TAMER
- Polêmica natimorta faz um ano - VINICIUS TORRES FR...
- Um marco no caminho - MÍRIAM LEITÃO
- Faroeste cambial - CELSO MING
- Lógica perversa - DORA KRAMER
- O réu ausente - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Farsa desmontada - MERVAL PEREIRA
- Verdade processual, mentira real - CARLOS ALBERTO ...
- Esqueceram, outra vez - CELSO PINTO DE MELO
- Gastos públicos serão previsíveis por três anos - ...
- CLAUDIO HUMBERTO
- Dever de coerência - DORA KRAMER
- Provas e indícios - MERVAL PEREIRA
- Cartas na mesa - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Sobra milho, falta milho - EDITORIAL ESTADÃO
- Convergência no Supremo - EDITORIAL ESTADÃO
- A nota de Mercadante - EDITORIAL da FOLHA
- Grevismo anarquista - RICARDO VÉLEZ RODRIGUEZ
- Emitir moeda para salvar - CELSO MING
- Os efeitos do silêncio - FERNANDO LEAL
- Risco e chance do novo gás - MIRIAM LEITÃO
- É hora de pensar na oferta - ROLF KUNTZ
- CLAUDIO HUMBERTO
- Legado do padim Ciço de Garanhuns em jogo - JOSÉ N...
- Relatório perdido - RUY CASTRO
- Uma carta, talvez uma decisão - ROBERTO DaMATTA
- Quem nos navega é o mar - ALEXANDRE SCHWARTSMAN
- E aí? O que fazer? - ADRIANO PIRES e ABEL HOLTZ
- As razões do otimismo do governo - CRISTIANO ROMERO
- Pensões também precisam de reforma - EDITORIAL O G...
- A mágica não funcionou - EDITORIAL O ESTADÃO
- A desmoralização da política - Marco Antonio Villa
- Relações de Lula e Campos por um fio Raymundo Costa
- Mensalão: o equilíbrio na decisão histórica - SÉRG...
- O Brasil vai mudando - MERVAL PEREIRA
- Meu avô entrou no "Face" - JAIRO MARQUES
- A Ásia e a estratégia de defesa dos EUA - RUBENS B...
- Dilma, Lula e a cumbuca - EDITORIAL O ESTADÃO
- Efeito detergente - DORA KRAMER
- O Brasil perdeu a graça? - VINICIUS TORRES FREIRE
- Perseguição e combate à livre negociação - JOSÉ PA...
- Semana de juros e PIB - MIRIAM LEITÃO
- Caminho suave - JOSÉ PAULO KUPFER
- Poupança e juro baixo - CELSO MING
- Por quê? - EDITORIAL ZERO HORA
- CLAUDIO HUMBERTO
- O bom juiz - RICARDO NOBLAT
- Dilema da escova de dente - RUY CASTRO
- Pequena história de um grande equívoco Marco Antôn...
- Lewando... para onde? Paulo Guedes
- A piada, os marcianos e as institui;cões Denis Ler...
- Tá tudo dominado, por Mary Zaidan
- Jacques Loussier Play Bach trio
- O tranco da carroça Dora Kramer
- Copa: um quadro desolador Editorial Estadão
- Matando com eficácia João Ubaldo
- O STF corre perigo Marco Antonio Villa
- Primavera Árabe e inverno no Itamaraty Marcelo Cou...
- O custoso Legislativo municipal Gaudêncio Torquato
- O abismo entre ricos e pobres Suely Caldas
- As coisas boas também acontecem Elio Gaspari
- BCs voltam à carga Editorial da Folha
- Conversa fiada Ferreira Gullar
- E a CPI do Cachoeira? Danuza Leão
- Cenas da miséria americana Vinicius Torres Freire
- Monopólio indefensável Editorial da Folha
- Um prego no caixão do Mercosul Editorial Estadão
- Metas demais - CELSO MING
- : Os autos e a vida Merval Pereira
- Tempo para entender Míriam Leitão
- As razões de Lewandowski Merval Pereira
- Greve contra o público -Editorial da Folha
- A carga dos tribunais superiores - Editorial Estadão
- Os trapalhões Celso Ming
- Contrastes do mensalão Walter Ceneviva
- Galt, o ouro e Deus Paul Krugman
- Pior para o mundo Ruy Castro
- Sem nexo Merval Pereira
- : Quando setembro vier Míriam Leitão
- Não usaram black-tie Dora Kramer
- Ódio para todos -Nelson Motta
- É a poupança externa Celso Ming
- A política comanda a economia - LUIZ CARLOS MENDON...
- Quem calcula os custos do automóvel nas cidades? -...
- Condenação do futuro - ROBERTO FREIRE
- Greve do funcionalismo: leis a favor da minoria J...
- Pobre América Latina EDITORIAL FOLHA
- Brasil depende cada vez mais do capital estrangeir...
- Galeão e Confins podem ser vítimas do corporativis...
-
▼
agosto
(339)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA