FOLHA DE SP - 24/06
Apesar do baixo nível do início da campanha, ainda há tempo para conversa inteligente sobre São Paulo
SUPONHA que o caso Maluf deixe de poluir as conversas sobre a eleição em São Paulo, seja lá por qual motivo. Do que se vai falar então?
Sim, a gente sabe dos problemas principais. As escolas são uma tristeza indizível. As pessoas perdem metade do seu tempo livre no transporte. O povo não tem hospital decente. O de sempre.
Sim, esperamos que os candidatos tenham algo de bem pensado a dizer sobre o assunto em vez de aparecer com programas com nome marqueteiro populista e cafona ("Mamãe Bacana", "Bebê Paulistano").
O candidato dirá algo sobre como mudar o padrão de gasto da prefeitura? Só 11% da despesa vai para investimento. Sem isso, não vai dar para acreditar que o prefeito novo vai fazer algo lá muito diferente em termos de obras.
Que ideia nova e radical terá para a educação? Ressalte-se: educação é o que e como as crianças aprendem. Uniforme importa, comida, salário, escola limpa e inteira importam. Mas nunca falamos de aprendizado.
A educação no Estado e na cidade mais ricos do país é um desastre. Os tucanos estão faz quase 18 anos no governo, tempo de transformar uma criança em médico formado, e os resultados dos testes são vexaminosos. Na cidade de São Paulo, mais ou menos dominada por tucanos, com pitadas petistas, a coisa não anda melhor. O que dirá o prefeito? Quem será o seu genial secretário da Educação?
O que o prefeito tem de dizer de inovador? O que fará do Minhocão? Do lixo? Em São Paulo, só ouvimos falar de lixo quando se trata de concorrência superfaturada. O que o prefeito tem a dizer sobre reciclagem, usina de energia movida a lixo?
O que tem a dizer sobre tentativas de estimular a economia paulistana? Vez e outra ouvimos que a prefeitura vai demolir tal ou qual região para que se construa um "novo polo econômico" de "novas tecnologias" (em geral, tecnologia de informação, TI).
Mas o que temos aqui de TI? O prefeito sabe? A gente tem é, por exemplo, muito hospital bom (menos para os pobres), turismo de saúde etc. Por que não temos um "polo de tecnologia e indústria" de saúde e medicina?
Por falar em indústria, esse setor ainda produz uns 20% do valor agregado da economia paulistana (dados de 2009, deve ter caído um pouco). Em 2000, eram 26%. Sim, São Paulo se "desindustrializa", mas ainda é uma força industrial. Pregar que a cidade é de "serviços" é ideologia.
E "serviços" pode significar tanta coisa. Pode ser restaurante, limpeza, apoio à produção industrial, finanças.
Enfim, onde estão esses polos tecnológicos? O governo do Estado faria um no Jaguaré, ao lado da USP (TI, fármacos, bio e nanotecnologia). Anda devagar quase parando. Os polos da região da Luz e da cracolândia são um fiasco gigantesco dos tucanos e de Gilberto Kassab.
Por falar em USP, dois dos principais candidatos, Serra e Haddad, são "uspianos". Vai fazer diferença?
São Paulo é uma cidade de "turismo de negócios e de cultura", diz-se. Mas os hotéis são caríssimos e o trânsito vai parar (que tal pedágio urbano?). Não temos nem trens para os aeroportos, uma pobreza.
Não falta, enfim, assunto para uma conversa civilizada sobre a cidade.
Entrevista:O Estado inteligente
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