O ESTADÃO - 28/06
O novo pacote anunciado ontem pelo governo, denominado PAC Equipamentos, pretende reativar o sistema produtivo com despesas de governo. É mais uma tentativa de estimular o crescimento do PIB, cada vez mais decepcionante, com uma política anticíclica, ou seja, na contra mão da atual paradeira. Infelizmente, é uma dessas iniciativas das quais não se pode esperar grande resultado.
O governo Dilma passou meses e meses avisando que, apesar de gravíssima, a crise global não teria grande impacto sobre a economia brasileira, dada a solidez dos seus fundamentos.
No entanto, de algumas semanas para cá, a mesma crise internacional, especialmente a encalacrada do euro, passou a ser usada para justificar a incapacidade do governo Dilma de entregar o avanço do PIB, de pelo menos 4,5%, prometido ainda em 2011 e nos primeiros meses deste ano.
Essa busca agora insistente de um culpado externo para o atual pibinho nacional é um fator negativo porque tende a minar a credibilidade do governo na condução da política econômica.
A crise mundial está sim atrapalhando o desempenho da economia brasileira, porém não dá para exagerar esse efeito.
Não há, por exemplo, forte queda das exportações brasileiras. Apesar da desaceleração, as encomendas externas estão 1,3% mais baixas nestes seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior. É inegável que o ambiente de incertezas produziu redução dos investimentos por parte do setor privado.
Mas esse ambiente de insegurança não se deve apenas à crise externa; deve-se, também, ao intervencionismo excessivo e errático do governo.
Quando nada, o empresário mantém engavetados seus projetos de expansão aparentemente também porque fica à espera de mais benefícios fiscais e creditícios que a todo momento o governo parece disposto a dar.
Nas encomendas governamentais ontem anunciadas figuram caminhões, tratores, retroescavadeiras, ambulâncias, motocicletas para a polícia rodoviária, ônibus escolares e carteiras escolares.
Compras ajudam, sim, a estimular certos segmentos do setor produtivo, desde que haja aumento significativo do dispêndio público. No entanto, este pacote não passa de uma "antecipação de compras", correspondente a R$ 8,4 bilhões, com baixo volume de verbas adicionais, quase uma insignificância quando o objetivo é garantir o crescimento do PIB de pelo menos 2,5% neste ano. E uma antecipação de compras significa, também, que não haverá as mesmas compras no agendamento anteriormente previsto. Este é mais um sinal de que o governo Dilma não dispõe de muita munição para promover a desejada arrancada.
Se houvesse uma disparada do dispêndio público, teríamos outro problema grave, o da redução do superávit primário, a parcela da arrecadação destinada ao pagamento da dívida, prevista para ser de 3,1% do PIB (cerca de R$ 130 bilhões).
Ontem, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reconheceu que o PAC Equipamentos terá um impacto no crescimento da indústria não superior a 0,12%. Levando- se em conta que a indústria não crescerá muito mais do que 2,0% neste ano, fica aí mais bem quantificado seu baixo potencial de retorno. Não passa de refresco.
Nessas condições, iniciativas desse tipo cumprem mais a função de mostrar que o governo está fazendo alguma coisa do que de garantir eficácia para sua política.
- TJLP
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), vigente nos empréstimos do BNDES, foi reduzida ontem de 6,0% para 5,5% ao ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a redução da TJLP e dos juros básicos (Selic) mais "a ação permanente sobre o câmbio" como integrantes da política de aceleração do crescimento econômico.
- E tem mais
Na falta de elementos mais sólidos, o governo apontou o baixo índice de desemprego, a expansão da massa salarial e a inflação em desaceleração como fatores adicionais capazes de ajudar a recuperação. O problema é que até agora não funcionaram nessa direção.
- Eike X
O empresário Eike Batista pode estar correto quando garante que a produção de petróleo de sua empresa OGX saltará dos atuais 7,5 mil para 250 mil barris diários ao final de 2013. Só que o descumprimento de promessas anteriores provocou uma forte erosão na credibilidade do empresário. Apenas uma consistente apresentação de resultados parece capaz de reverter essa situação.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
junho
(290)
- O mundo futuro - MERVAL PEREIRA
- Dentro da noite - MIRIAM LEITÃO
- União bancária no euro - CELSO MING
- Futebol boa roupa - RUY CASTRO
- O eleitor que se defenda - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Não existe legítima defesa? - EDITORIAL O ESTADÃO
- Água e óleo - MIRIAM LEITÃO
- O Mercosul sob influência chavista - EDITORIAL O G...
- O exagero do crédito pessoal - LUIZ CARLOS MENDONÇ...
- Aventuras fiscais - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Mercosul e autoritarismo - EDITORIAL O ESTADÃO
- Hora da idade mínima na aposentadoria - EDITORIAL ...
- Teto furado - EDITORIAL ZERO HORA
- Nome de rua - RUY CASTRO
- Sarney, Lula e Maluf, ode ao amor - GUILHERME ABDALLA
- PIB minguante Celso Ming
- Cartão vermelho Nelson Motta
- Decisões do STF significam retrocessos, por Merval...
- O 'custo Lula' Carlos Alberto Sardenberg
- A Petrobrás sem Lula - ROLF KUNTZ
- Mais um refresco - CELSO MING
- Ciclo de baixa - MÍRIAM LEITÃO
- O governo vai às compras - EDITORIAL O ESTADÃO
- O mito e os fatos - MERVAL PEREIRA
- Inadimplência das empresas tem maior alta de abril...
- Hora da verdade na Petrobrás - EDITORIAL O ESTADÃO
- A leviana diplomacia do espetáculo - ELIO GASPARI
- Luz amarela - MÍRIAM LEITÃO
- O contraponto - MERVAL PEREIRA
- Sujeita a vírus - RUY CASTRO
- O crédito tem limite - VINICIUS TORRES FREIRE
- Visão Global THOMAS L., FRIEDMAN
- Realismo na Petrobrás Celso Ming
- A Petrobrás sem Lula Rolf Kuntz
- Um mundo requentado Roberto DaMatta
- Inadimplência subiu de elevador, mas vai descer de...
- Alemanha já pensa em referendo sobre resgate do eu...
- A exaustão do 'Estado dependente' de governo Franc...
- Reinaldo Azevedo -
- INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA: ORDEM/DESORDEM MUNDIAL! H...
- Paraguai soberano - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Guerra cibernética e robôs de defesa - RUBENS BARBOSA
- O BIS adverte sobre o risco do crédito - EDITORIAL...
- Crise paraguaia requer sensatez - EDITORIAL O GLOBO -
- Inflação e erros do "mercado" - VINICIUS TORRES FR...
- Democracia representativa - MERVAL PEREIRA
- Qual é a política? Celso Ming
- Uma nova política Rodrigo Constantino
- Profetas do apocalipse Xico Graziano
- O governo Dilma parece velho Marco Antonio Villa
- Como alavancar os investimentos Antonio Corrêa de...
- No ponto certo - MÍRIAM LEITÃO
- Os aloprados - PAULO BROSSARD
- O fiasco do Lula 90 - RUTH DE AQUINO
- O país já cansou de Lulas e Malufs - EDITORIAL REV...
- MACONHEIRO DE CARTEIRINHA Carlos Alberto Sardenberg
- Querem ressuscitar o baraço e o cutelo Manoel Albe...
- O afastamento de Lugo Editorial Estadão
- Mensalão e respeito ao Judiciário Carlos Alberto D...
- A Rio 20 e a crise global Rodrigo Lara
- Está o planeta aquecendo? - FERREIRA GULLAR
- Hoje, parece coisa pouca - EDITORIAL O ESTADÃO
- O intangível - MIRIAM LEITÃO
- Clima não justifica "crescimento zero" EDITORIAL O...
- Diferenças - MERVAL PEREIRA
- As infrações leves - EDITORIAL O ESTADÃO
- O inexorável pragmatismo da Silva - GAUDÊNCIO TORQ...
- No hotel Ritz - DANUZA LEÃO
- Um prefeito civilizado, por favor - VINICIUS TORRE...
- A Alemanha vai destruir a Europa - JOSÉ ROBERTO ME...
- Mítica do articulador DORA KRAMER
- Atenção para mais crise ALBERTO TAMER
- É o fim da simbiose? - economia CELSO MING
- O sonho da blindagem própria João Ubaldo Ribeiro
- Os tropeços na América Latina Suely Caldas
- Dentro da lei - MERVAL PEREIRA
- As contradições - MIRIAM LEITÃO
- Retrocesso no Mercosul isola Brasil - EDITORIAL O ...
- Rio+20, sucesso ou fracasso? - KÁTIA ABREU
- Prisões, privatização e padrinhos - PAUL KRUGMAN
- Oba-oba sustentável - GUILHERME FIUZA
- Túmulo do samba - RUY CASTRO
- Radiografia da ineficiência - EDITORIAL O ESTADÃO
- Vai ou não vai? - CELSO MING
- A QUESTÃO DAS MALVINAS!
- Uma outra visão fundamentada - RODOLFO LANDIM
- O ponto europeu - MIRIAM LEITÃO
- O enigma do emprego - CELSO MING
- O ocaso de Lula - ROBERTO FREIRE
- Estádios novos, miséria antiga - MILTON HATOUM
- Novo contrato social - MERVAL PEREIRA
- Sem entalar - RUY CASTRO
- Assalto ao trem pagador - EDITORIAL O ESTADÃO
- Como quem rouba - DORA KRAMER
- O vaivém das sacolas - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Quem socorre Cristina Kirchner - EDITORIAL O ESTADÃO
- Bancos, crise e lebres mortas - VINICIUS TORRES FR...
- Diálogo como espécie em extinção na política Ferna...
- Andressa na cova dos leões :Nelson Motta
- O consenso do quase nada - EDITORIAL O ESTADÃO
-
▼
junho
(290)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA