Folha de S. Paulo - 13/04/2010 | |
A ECONOMIA está quente demais. Não apenas na opinião dos suspeitos de sempre, como o Banco Central e a finança privada. O restante do governo Lula que também se ocupa de economia está preocupado com os aumentos devidos à animação excessiva da economia. Não se trata mais só de "evitar que o BC aumente demais os juros". O governo está algo surpreendido com a velocidade da recuperação. Pensa agora como pode ajudar a conter a escalada de alguns preços. A estimativa oficial para o aumento do PIB deste ano é ainda de 5,5%. Mas, afora imprevistos fortes, o governo acha que a economia já vai para 6%. Ainda está menos otimista que dois bancões. Os economistas do Itaú Unibanco revisaram na sexta-feira passada sua projeção de crescimento para 2010 de 6% para 6,5%; a inflação ficaria em torno de 5,3% (o IPCA). Um pouco antes, o pessoal do Bradesco revisara sua projeção de alta do PIB para 6,4%, com inflação em torno de 5,5%. Na média do mercado ouvida pelo BC, o PIB sobe 5,6%, e o IPCA, 5,3%. Os economistas do Bradesco esperam três altas de 0,75 ponto percentual para a taxa de juros, que iria assim de 8,75% para 11%. Os do Itaú Unibanco acreditam em quatro aumentos de 0,75, com a Selic indo a 11,75%. Ainda pedem mais altas de juros no primeiro trimestre de 2011. O preço de matérias-primas industriais (metais) sobe no mundo inteiro, reajustes que vão desaguar aqui. Para o bem e para o mal, o preço dos produtos de exportação brasileiros está subindo, agora até um pouco mais que os dos importados. O preço dos alimentos continua a subir, mesmo após a temporada climática ruim. Indústrias famintas com o faturamento magro de 2009 estão conseguindo reajustes, dados o aumento contínuo da renda e a melhora do crédito para pessoas físicas. O governo está preocupado com esses três vetores de inflação. Pensa até em facilitar a importação de alguns insumos industriais. Como de costume, a parte dos economistas do governo que não está no Banco Central gostaria de ver o BC tomar medidas "alternativas" para reduzir o crescimento do crédito. Ou seja, exigir que os bancos deixem mais dinheiro parado no BC -aumentar o compulsório. Em tese, o BC não acha que congelar mais dinheiro dos bancos seja o modo de conter o crédito. Porém, o BC sabe que algum efeito o aumento do compulsório tem, efeito muito mal estudado. No que diz respeito ao corte do gasto público, outro modo de conter consumo e crescimento excessivos, o governo tem pouco tempo e pouco raio de ação para este ano. Teria de talhar na carne eleitoral, como parar obras e medidas ineficientes dessa espécie, pois contratou muita despesa inadiável. E ainda pode ter de arcar com mais reajustes do INSS. Atitudes outras são ainda mais exóticas e com cheiro de mofo, como limitar prazos de financiamento (encurtar crediários) e elevar impostos financeiros. De resto, são medidas que vão na veia do eleitor. Gente do governo ressalta que tais coisas nem estão em cogitação. Já não tem muito jeito. Haverá paulada nos juros. E, mesmo assim, o efeito disso só vai ser sentido na veia depois da eleição. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, abril 13, 2010
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